"� extraordin�rio quantas pessoas est�o se unindo e ajudando as outras", diz a atriz Rosanna Arquette sobre o mundo atual durante a pandemia.
A atriz de "Procura-se Susan desesperadamente" e "Pulp Fiction" e ativista do movimento #MeToo conversou com a AFP de sua casa em Los Angeles sobre o impacto que essa crise gerou em sua vida e na sociedade.
- Qual tem sido sua atividade favorita durante essa crise?
Estou me metendo muito na cozinha, cozinho muito e n�o desperdi�o nada... Por alguma raz�o, tenho um dom para juntar coisas com um sabor muito bom... � algo relaxante e te faz sentir bem.
Passei muito tempo em restaurantes por anos. Ser capaz de cozinhar para meu marido e minha filha tem sido realmente bom. Venho lavando muita lou�a, limpando a casa, lavando roupa, tem sido �timo. N�o reclamo, parece real, o que sup�e que devo fazer.
- O que a pandemia lhe ensinou?
Minha impaci�ncia, aprender que sou realmente impaciente. Sinto muita tristeza com alguns assuntos e aprendi a aceitar as coisas dentro de mim e com os outros, a ter paci�ncia com os outros e a perdoar, deixar o ressentimento ir. Tudo isso. Hoje visto essa camisa, que diz 'Coragem'... a coragem de mudar. Esse � um aspecto espiritual na vida, a coragem para mudar, que acredito que todos precisamos neste momento.
- Como a pandemia nos mudou?
� extraordin�rio quantas pessoas est�o se unindo e ajudando as outras... Todos fazendo m�scaras, enviando para as pessoas, estamos vendo a comunidade se unir, em uma verdadeira irmandade. Acho que isso nunca vai acabar, o mundo nunca mais ser� o mesmo depois disso. Estados Unidos nunca mais ser� o mesmo depois disso. N�o voltaremos aos velhos h�bitos.
- Quais solu��es gostaria de ver depois do fim da pandemia?
Estamos vendo que os grandes capitais governam tudo e isso certamente continuar�, mas muitos seres humanos est�o vendo que isso n�o � justo, que � injusto em todos os n�veis. E acredito que os jovens ser�o motivados a sair para votar e vamos nos livrar dessas pessoas no governo, que � t�o fascista.
- Como afetar� a ind�stria do entretenimento?
Acho que o streaming ser� o novo caminho. Assim como foi para a m�sica, est� acontecendo com os filmes e a televis�o. Sei que a Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas acaba de mudar para permitir que filmes estreados em streaming sejam eleg�veis para o Oscas. Isso est� come�ando a acontecer, lento mas de forma segura. Adoro assistir um filme no cinema e tenho certeza que muitas gente tamb�m, mas voc� se sente seguro?
- Quais l�deres est�o lidando melhor com a crise?
Temos administrado isso muito mal nos Estados Unidos, a pandemia... N�o temos um presidente incr�vel como (a primeira-ministra Jacinda) Ardern na Nova Zel�ndia. Aqui, est� sendo administrado de maneira t�o terr�vel que agora se espalhar� e matar� acho que milh�es. � assustador... as mulheres s�o poderosas, inteligentes e s�o m�es. Possuem um instinto natural de proteger e de cuidar imediatamente.
- Como afetar� o #MeToo?
Vejo um grande esfor�o para acabar com ele, question�-lo, isso acontece a cada minuto. Mas sempre escutarei qualquer sobrevivente que sinta que foi abusada e violada, creio que � preciso investigar � fundo... E vou votar por (Joe) Biden (recentemente acusado de agress�o sexual).
As pessoas se sentem amea�adas pelo movimento #MeToo, que fez muitas coisas boas, grandes coisas, que permitiu que as pessoas falassem e fossem ouvidas. Vamos torcer para que cada ser humano aprenda algo disso e seja melhor do que antes.