Estados Unidos e Reino Unido pediram nesta sexta-feira � China que aborde as "preocupa��es s�rias" envolvendo a autonomia de Hong Kong em uma sess�o da ONU rejeitada por Pequim, que advertiu sobre qualquer interfer�ncia na ex-col�nia brit�nica.
"Esperamos que o governo chin�s fa�a uma pausa e reflita sobre as preocupa��es s�rias e leg�timas que esta proposta levantou, tanto para Hong Kong quanto para todo o mundo, disse Johnathan Allen, segundo na representa��o do Reino Unido na ONU, referindo-se a uma lei de seguran�a aprovada pela China para a ilha asi�tica.
"Caso se aplique, ir� exacerbar as divis�es profundas na sociedade de Hong Kong", afirmou Allen durante uma sess�o remota do Conselho de Seguran�a convocada por Washington e Londres devido ao pol�mico projeto de lei impulsionado pelo governo de Pequim.
As cr�ticas do Ocidente � China ganharam novo f�lego esta semana, ap�s a aprova��o desta normativa, que a popula��o de Hong Kong teme que corte as liberdades que Pequim prometeu em 1997. manter quando Londres devolveu o territ�rio ao governo chin�s,
Os ocidentais consideram que a nova lei poderia significar o fim da autonomia pol�tica do territ�rio, onde o movimento de protesto tenta voltar �s ruas. Nossa rela��o com a China � baseada no respeito m�tuo e na confian�a, mas esta decis�o os questiona, advertiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ap�s uma reuni�o dos chanceleres da Uni�o Europeia dedicada ao gigante asi�tico.
A China, uma das cinco pot�ncias que t�m direito a veto no Conselho de Seguran�a da ONU, rejeita qualquer encontro formal e a��o internacional envolvendo Hong Kong.
- 'Sem interfer�ncia' -
Ap�s a reuni�o do Conselho, o embaixador chin�s na ONU, Zhang Jun, afirmou que "qualquer tentativa de usar Hong Kong para intervir nos assuntos internos da China estar� condenada ao fracasso". Ele exigiu que "Estados Unidos e Reino Unido deixem de fazer acusa��es sem fundamento contra a China", assinala um comunicado da representa��o diplom�tica do gigante asi�tico.
Mais cedo, Zhao Lijian, porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores chin�s, disse em entrevista coletiva que "o Conselho de Seguran�a n�o � um instrumento que os Estados Unidos podem manipular como bem entenderem".
O projeto de lei chin�s pune a secess�o, a subvers�o do poder do Estado, o terrorismo e atos que ponham em risco a seguran�a nacional, enquanto permite a suas ag�ncias de seguran�a atuar abertamente em Hong Kong. Tamb�m pune a interfer�ncia estrangeira no territ�rio semiaut�nomo.
Hong Kong, que sempre manteve uma postura desafiadora frente a Pequim, retomou em 2019 um movimento de protesto contra a influ�ncia da China, com manifesta��es gigantes, que contribu�ram para um aumento dos ideais pr�-independ�ncia, at� ent�o minorit�rios naquela ex-col�nia brit�nica.
A China afirma que os EUA brincam com fogo ao apoiarem publicamente os protestos, e acusa os manifestantes mais radicais de promoverem "atividades terroristas".
Sob o conceito "Um pa�s, dois sistemas", a ex-col�nia brit�nica se beneficia, desde a sua devolu��o � China, em 1997, de ampla autonomia, liberdade de express�o e uma Justi�a independente. Mas Pequim argumenta que a Lei Fundamental, uma pequena Constitui��o que rege Hong Kong desde 1997, obriga as autoridades daquele territ�rio a implementar uma lei sobre a seguran�a nacional. Uma iniciativa neste sentido em 2003 provocou grandes manifesta��es, e o projeto foi abandonado.
- 'Pequena minoria' -
A vota��o de ontem no Parlamento chin�s aconteceu horas depois de os EUA declararem formalmente que Hong Kong j� n�o gozava mais da autonomia prometida pela China, abrindo caminho para o corte das vantagens econ�micas e comerciais concedidas pelos americanos � ex-col�nia brit�nica.
A lei rec�m-aprovada ser� aplicada apenas "a uma pequena minoria de pessoas suspeitas de cometer crimes contra a seguran�a nacional", assegurou em editorial o "Di�rio do Povo", �rg�o oficial do Partido Comunista da China. Mas em Hong Kong, os opositores � influ�ncia do governo central chin�s afirmam que a medida abre caminho para um retrocesso sem precedentes das liberdades naquela metr�pole financeira.