
Na capital, Washington, houve tumultos nas proximidades da Casa Branca, com alguns danos, inc�ndios provocados por manifestantes, queima de bandeiras americanas e paredes pintadas com frases contra a pol�cia.
O resultado completo da necropsia realizada por autoridades sanit�rias no corpo de George Floyd revelou nesta segunda-feira que se tratou de "homic�dio", devido a uma "compress�o do pesco�o" quando um policial o imobilizou, segundo um comunicado do condado de Hennepin.
O resultado tamb�m listou outras condi��es de sa�de significativas de Floyd, como "doen�a card�aca arterioscler�tica e hipertensiva, intoxica��o por fentanil e uso recente de metanfetamina".
O funeral de Floyd ser� realizado no pr�ximo dia 9, em Houston, informou hoje o advogado da fam�lia. "Em Minneapolis, haver� um memorial na pr�xima quinta-feira, adiantou Ben Crump, em entrevista coletiva naquela cidade.
"No s�bado, haver� uma missa na Carolina do Norte, onde ele nasceu, e em 9 de junho o funeral acontecer� em Houston, Texas, �s 11h", detalhou o advogado.
No momento em que os Estados Unidos enfrentam uma onda de protestos n�o vistos desde os anos 1960, durante a luta pelos direitos civis, fica na lembran�a a imagem da Casa Branca no escuro e o presidente Donald Trump alojado no bunker de seguran�a.
De Nova York a Los Angeles, da Filad�lfia a Seattle, no fim de sofridas pelas minorias. semana, dezenas de milhares de americanos marcharam para denunciar a brutalidade policial, o racismo e as desigualdades
Esses protestos ocorrem no momento em que mais de 100.000 pessoas morreram nos Estados Unidos devido ao novo coronav�rus, e quando as medidas tomadas para mitig�-lo atingiram fortemente a economia em um ano eleitoral.
A epidemia teve um impacto devastador na comunidade negra e alguns estudos mostram que essa popula��o sofre uma mortalidade tr�s vezes maior que a dos brancos.
Em Washington, o protesto come�ou no domingo com uma marcha pac�fica na qual centenas de pessoas caminharam da Universidade Howard, um basti�o da cultura negra nos Estados Unidos, para a Casa Branca gritando "N�o consigo respirar", as �ltimas palavras de George Floyd.
Durante a noite - e apesar da prefeita da cidade, Muriel Bowser, ter decretado um toque de recolher ap�s as 23H00 (hor�rio local) - alguns dist�rbios foram registrados.
Nesta segunda-feira, a medida foi prolongada por mais dois dias e antecipada quatro horas, a partir das 19H00, anunciou Bowser.
Na Filad�lfia e em Nova York e tamb�m em Santa Monica, uma periferia rica de Los Angeles, houve alguns saques.
Em Minneapolis, onde ocorreu a morte de George Floyd, o dia passou com menos incidentes do que antes, depois que as autoridades implantaram um dispositivo excepcional.
No entanto, no domingo, um caminh�o entrou na rua onde estava ocorrendo a manifesta��o - cujo tr�fego foi reduzido - e avan�ou em alta velocidade, causando medo entre os presentes, sem relatos de feridos.
No total, mais de 150 pessoas foram detidas por viola��es do toque de recolher.
Balas de borracha
O presidente Donald Trump condenou a morte de Floyd, mas tamb�m chamou os manifestantes de "bandidos" e culpou a "esquerda radical" pelas mobiliza��es, citando seu prov�vel advers�rio das elei��es em novembro, o democrata Joe Biden.
Uma das medidas tomadas pelo governo Donald Trump foi designar o grupo antifascista Antifa como uma organiza��o "terrorista".
A dissemina��o de imagens mostrando Floyd no ch�o com o joelho de um policial no seu pesco�o, implorando � pol�cia que o deixasse ir, alimentou protestos que ocorreram em mais de 140 cidades.
Em muitos protestos, os manifestantes ficaram de joelhos, um gesto popularizado por atletas para denunciar a viol�ncia policial sofrida por negros nos Estados Unidos.
V�rios v�deos mostraram policiais de Santa Cruz, Calif�rnia, Nova Jersey e Michigan fazendo o mesmo gesto para dialogar com os manifestantes.
Entretanto, em uma d�zia de outras cidades a nota principal foi o envio de unidades de choque e tropas da Guarda Nacional.
Essa resposta de seguran�a foi acompanhada pelo uso de ve�culos blindados para o transporte de tropas, o uso de g�s lacrimog�neo e balas de borracha.
Os abusos policiais contra a popula��o negra s�o repetidos ciclicamente nos Estados Unidos. "Toda vez que penso nisso, fico com l�grimas nos olhos porque � como se meu filho viesse do t�mulo para me dizer que ainda o estavam matando", disse � CNN na segunda-feira Gwen Carr, m�e de Eric Garner, um jovem que morreu. quando um policial branco o enforcou para prend�-lo em 2014.
"Estamos cansados de que isso se repita"
O ex-vice-presidente Joe Biden, que provavelmente ser� o candidato dos democratas para enfrentar Donald Trump em novembro, disse no domingo que os Estados Unidos "s�o uma na��o que est� sofrendo".
"Somos uma na��o enfurecida, mas n�o podemos deixar nossa raiva nos consumir", acrescentou Biden, que � o �nico candidato ao campo democrata a enfrentar Trump nas elei��es de 3 de novembro, mas ainda n�o foi formalmente indicado na conven��o partid�ria.
O agente processado pela morte de George Floyd, acusado de homic�dio involunt�rio, deveria comparecer ao tribunal nesta segunda-feira, mas essa audi�ncia foi adiada.
A fam�lia da v�tima planeja divulgar nesta segunda-feira os resultados de uma segunda aut�psia, esperados com expectativa.
"Temos filhos negros, irm�os negros, amigos negros e n�o queremos que eles morram", disse Muna Abdi, manifestante negra de 31 anos, � AFP em Saint-Paul. "Estamos cansados disso, esta gera��o n�o vai permitir".