(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Lembran�as dos dist�rbios raciais afloram com protestos em Los Angeles


postado em 03/06/2020 13:43

Os protestos de Los Angeles pela morte de George Floyd trazem dolorosas lembran�as de outros tr�gicos dist�rbios na cidade contra a brutalidade policial em rela��o � popula��o negra.

Como acontece nos protestos atuais, os epis�dios de Rodney King, em 1992, e no bairro pobre de Watts, em 1965, foram alimentados pela viol�ncia policial contra homens negros.

A agress�o a King por quatro oficiais da Pol�cia de Los Angeles (LAPD) foi gravada por um transeunte, precursor de imagens virais de m�dia social da morte de Floyd em Minneapolis, nas m�os de um policial branco.

"Em muitos sentidos, isso mudou apenas no ano em que aconteceu", disse o professor de direito Jody David Armour, da Universidade do Sul da Calif�rnia (USC).

"Esse padr�o pervasivo e persistente de brutalidade policial contra negros americanos impulsiona protestos em massa", completa.

"Esse joelho no pesco�o de George Floyd �, sob muitos aspectos, o joelho dos Estados Unidos no pesco�o dos Estados Unidos negro. � um s�mbolo", refor�a.

Uma opini�o compartilhada por muitos: da lenda da NBA Kareem Abdul-Jabbar - que disse � emissora de televis�o CBS que "nada mudou desde o que se acreditava ser uma deten��o de tr�nsito rotineira para Rodney King" - aos manifestantes que lotaram as ruas esta semana.

Jessica Hubbert, uma manifestante de 30 anos, que participou dos atos em Hollywood, disse que a pol�cia local "n�o melhorou nada em Los Angeles (...) Mesmo protestando, eles nos machucam".

- "Atores externos" -

Ativistas e acad�micos destacam algumas diferen�as, por�m, principalmente no que se refere �s identidades raciais dos envolvidos.

Embora a maioria das �reas de maioria afroamericana no sul de Los Angeles, como Watts, tenha sido o foco da viol�ncia em 1992 e em 1965, elas permaneceram caladas nos �ltimos dias.

No presente, saques e confrontos est�o concentrados em pontos tur�sticos, como Hollywood, e em �reas pr�speras, como Beverly Hills e Santa Monica.

John Jones III, l�der comunit�rio em Watts, foi um dos que pediram calma nesta e em regi�es vizinhas.

"As pessoas [aqui] est�o definitivamente seguindo o que est� acontecendo em toda cidade... Entendem o �dio e a raiva", mas "j� passamos por isso tantas vezes... Elas sabem o que significa uma revolta, a destrui��o do pr�prio bairro", explicou Jones, que administra o clube infantil e distribui refei��es.

Ele disse que os jovens da comunidade se mudaram para outras �reas, como o centro, para protestar, e esclareceu que n�o pode ter "100% de certeza" de que ningu�m est� envolvido em saques, ou outros crimes por l�.

De qualquer forma, o "jornalismo de smartphones" de hoje torna poss�vel mostrar "mais de um rosto nos saques", disse Allissa Richardson, autora de "Bearing Witness While Black", professora associada de Jornalismo na USC.

"Com os dist�rbios de Watts, ou os de Rodney King, voc� via pessoas de cor causando a maior parte dos danos em sua pr�pria comunidade", lembrou. "Agora estamos vendo (...) ativistas brancos que chegam, destroem e desfiguram a propriedade", apontou.

- 1992 "n�o significa nada" -

Apesar das 2.700 pris�es por atividade criminosa nos �ltimos dias, as autoridades de Los Angeles n�o relataram nenhuma morte nos protestos em curso. Pelo menos 63 pessoas morreram nos tumultos de Rodney King.

O fato de a morte de Floyd n�o ter ocorrido nas m�os da pol�cia de Los Angeles pode ter diminu�do a revolta, observou Jones.

"Em 92, acho que chegou um pouco mais perto de casa (...) Foi nossa pr�pria pol�cia", disse ele.

"A postura era fazer o que pod�amos para que sentissem nossa dor. Isso ainda d�i muito", frisou.

Tanto o n�vel de organiza��o quanto a identidade dos manifestantes tamb�m s�o diferentes na era do movimento "Black Lives Matter", disse Armour.

"Muitos dos manifestantes vistos nesses protestos n�o s�o negros", acrescentou, destacando que muitos jovens brancos, asi�ticos e latinos tamb�m participam.

"Acho que h� um crescente reconhecimento (...) de que temos problemas profundos quando se trata de valorizar a vida dos negros", afirmou.

Para Hubbert, a manifestante em Hollywood, as compara��es com Rodney King, ou Watts, n�o s�o significativas em compara��o com os traumas que os negros sofrem h� s�culos.

"1992 n�o significa nada", afirmou. "Estamos lutando pelos �ltimos 500 anos do povo negro ... Estamos cansados! Continuam nos matando!", desabafou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)