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Estado de Minas

Milhares protestam pacificamente nos EUA sob o lema 'Vidas Negras Importam'


postado em 07/06/2020 12:01

Milhares de manifestantes marcharam no s�bado (6) rumo � Casa Branca, no �mbito de um protesto multitudin�rio em todo pa�s pelo assassinato de George Floyd, sob cust�dia da pol�cia, um crime que reacendeu um debate sobre a desigualdade de que � v�tima a comunidade negra.

"Sem justi�a, n�o h� paz", clamaram os manifestantes, que come�aram a se reunir em Washington, perto da Casa Branca, assim como em frente ao monumento de Lincoln e em frente ao Capit�lio, para protestar contra a morte, em 25 de maio, em Minneapolis, de Floyd, um americano negro asfixiado por um policial branco.

A cinco meses da elei��o presidencial e em um momento em que os Estados Unidos ainda lutam contra o coronav�rus, a morte de Floyd abriu um debate sobre a viol�ncia policial e as desigualdades de que s�o v�timas os cidad�os negros, aprofundadas pela pandemia.

Os afromericanos n�o s�o v�timas apenas da brutalidade policial: tamb�m s�o eles que sofrem com taxas de mortalidade desproporcionais e maiores �ndices de desemprego.

"Muita gente pensa no racismo e pensa em coisas como a KKK", disse � AFP Chris Wade, professor negro de 29 anos, em alus�o ao grupo supremacista branco.

"Hoje, o racismo � a falta de oportunidades e de recursos", afirmou ele em um protesto perto do Capit�lio, que confluiria em seguida com a marcha em frente � Casa Branca.

Em Washington, sob um sol inclemente, os manifestantes - a maioria deles usando m�scaras - come�aram a chegar � Casa Branca, desde cedo protegida por um forte dispositivo policial. V�rios helic�pteros sobrevoaram a cidade durante os protestos.

Milhares de pessoas foram �s ruas, constataram jornalistas da AFP, e muitos manifestantes vestiam camisetas pretas estampadas com a frase "N�o consigo respirar", as �ltimas palavras de Floyd, gravadas em um v�deo que gerou a onda de protestos.

Grupos de volunt�rios distribu�ram garrafas de �gua para os manifestantes em toda cidade, na tentativa de aliviar o calor de 30�, acompanhado de uma umidade sufocante.

Na Filad�lfia, uma multid�o se reuniu no Museu de Arte da cidade e, em Nova York, Miami, Chicago e Los Angeles, centenas de pessoas tamb�m se concentraram no s�bado. Ontem, cidades como Londres, Pret�ria, Paris, Berlim e Sydney, entre outras, aderiram aos protestos.

Em Washington, a prefeita democrata Muriel Bowser - que est� confrontada com o presidente, Donald Trump, depois de o presidente ordenar na segunda-feira reprimir um protesto em frente � Casa Branca - se uniu ao ato no s�bado. Ela renomeou esse ponto da cidade como Black Lives Matter (Vidas negras importam). Ativistas pintaram essa mensagem no asfalto em letras amarelas.

"Hoje, a dor � t�o crua que pode ser dif�cil manter a f�", tuitou o candidato democrata � Presid�ncia dos EUA, Joe Biden. "Mas a nossa � uma uni�o, pela qual vale a pena lutar", completou.

J� o presidente Donald Trump tuitou "Lei e ordem!", ontem � noite, para, na sequ�ncia, comentar que a multid�o em Washington foi "muito menor" do que se esperava.

- Sua morte "nos acordou" -

Depois que Floyd foi homenageado em Minneapolis, uma despedida foi realizada ontem, em Raeford, na Carolina do Norte, seu estado natal, onde as autoridades ordenaram que as bandeiras fossem colocadas a meio-mastro.

Seu caix�o foi recebido por uma multid�o, que o aplaudiu. Milhares de pessoas formaram fila para se despedir de Floyd, protegidas por sombrinhas em um dia de calor t�rrido no sul dos Estados Unidos.

"Algumas mortes n�o s�o morte. Algumas mortes acordam todos n�s", disse Jeremy Collins, porta-voz do governador da Carolina do Norte. Ele "acordou todos n�s", acrescentou.

A fam�lia de Floyd chegou � cerim�nia vestida de branco e sua irm�, LaTonya, disse esperar que esta mobiliza��o impe�a que haja mais casos de viol�ncia policial. Meu irm�o "est� fazendo uma mudan�a maior para o mundo", acrescentou.

Em meio �s mobiliza��es, aumenta a discuss�o nos Estados Unidos sobre a repress�o aos protestos, considerados os mais importantes desde a d�cada de 1960, ent�o per�odo da luta pelos direitos civis.

Novas imagens divulgadas on-line mostram um policial empurrando um idoso. V�rios outros agentes passam por ele, enquanto o homem sangrava no ch�o em Buffalo, Nova York. O v�deo causou indigna��o e levou � suspens�o de dois policiais.

Em Indian�polis, a pol�cia investiga um v�deo que mostra oficiais agredindo uma mulher com seus cassetetes e lan�ando spray de pimenta.

J� as autoridades em Seattle anunciaram uma proibi��o tempor�ria do uso de g�s lacrimog�neo nos protestos e, em Dallas, policiais marcharam em solidariedade com os manifestantes.

Essa s�rie de protestos representa um dos grandes desafios para o j� tumultuado governo de Trump. O presidente condenou a morte de Floyd, mas tamb�m se referiu aos manifestantes como "bandidos" e "terroristas" e foi acusado de agravar as tens�es.

Um grupo de direitos humanos entrou com uma a��o contra Trump depois que as for�as de seguran�a dispararam g�s lacrimog�neo em um protesto pac�fico. No fim de semana passado, houve tumultos, com saques, em paralelo �s manifesta��es.

Ap�s esses dist�rbios, autoridades decretaram in�ditos toques de recolher que j� foram levantados em Washington, Los Angeles e outras cidades, mas continua em Nova York com restri��es.

Essas manifesta��es ocorrem em um momento em que o pa�s ainda n�o superou a pandemia do novo coronav�rus. Muitos especialistas alertaram que essas mobiliza��es podem alimentar novos surtos.


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