A milhares de quil�metros da China, arque�logos israelenses reconstitu�ram o tra�ado de um trecho da Grande Muralha esquecido pelos historiadores e constru�do nas estepes da Mong�lia para controlar as popula��es n�mades, segundo um estudo que ser� publicado nesta ter�a-feira (9).
"A constru��o desta parte da Grande Muralha � um grande projeto da Idade M�dia que paradoxalmente � muito pouco citado em documentos hist�ricos", disse o professor Gideon Shelach-Lavi, membro da equipe de estudos asi�ticos da Universidade Hebraica de Jerusal�m e diretor da pesquisa.
� a primeira vez que essa parte da muralha � estudada detalhadamente, talvez por sua localiza��o geogr�fica muito remota, sugere o arque�logo que, para determinar o tra�ado exato, viajou com sua equipe e usou imagens de sat�lite e a�reas.
A Grande Muralha, inclu�da no Patrim�nio Mundial da Unesco, � um conjunto de fortifica��es militares constru�das no norte da China desde o s�culo III a.C., com o objetivo de defender o pa�s de invas�es do norte. Seu comprimento total � estimado em cerca de 9.000 km, ou mesmo 21.000 km, se as partes ausentes forem consideradas.
Mais ao norte, estendem-se os 737 quil�metros de uma muralha de terra descoberta pela equipe do professor Shelach-Lavi. Localizada nas estepes e coberta de grama, forma a "Linha do Norte", abrangendo a China, a R�ssia e a Mong�lia atualmente.
O trecho tamb�m � conhecido como "Muralha de Gengis Khan", em refer�ncia ao famoso guerreiro nascido no s�culo XII e que, �s custas de conquistas, fundou o imenso imp�rio mongol.
"No come�o, os pesquisadores pensaram que esta se��o tivesse sido constru�da para defender a popula��o local do Grande Khan e suas hordas n�mades", explicou Shelach-Lavi. "Mas parece que n�o foi um muro militar para se proteger de invas�es".
O tamanho relativamente moderado da muralha (cerca de dois metros) e sua localiza��o em �reas baixas, e, portanto, n�o muito estrat�gico, sugerem que o objetivo era monitorar e controlar os movimentos das popula��es n�mades e seus rebanhos.
"De certa forma, era uma esp�cie de ferramenta pol�tica interna", conclui o pesquisador.