A Bol�via pediu nesta sexta-feira (7) � Organiza��o de Estados Americanos (OEA) que a comunidade internacional censure os bloqueios rodovi�rios "incitados" pelo ex-presidente Evo Morales contra o adiamento das elei��es por causa da COVID-19, e pediu "imparcialidade" � Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
A chanceler boliviana, Karen Longaric, denunciou perante o Conselho Permanente da OEA "a��es violentas e desumanas" em protesto contra a reprograma��o das elei��es, entre elas ataques a ambul�ncias e "dinamita�os" e "inc�ndios" que, segundo ela, impediram a passagem de insumos m�dicos essenciais.
"Nos �ltimos dias temos que lamentar o falecimento de pessoas por falta de oxig�nio devido ao bloqueio de estradas e ataque a transporte de insumos", disse o chefe nacional de Epidemiologia da Bol�via, Virgilio Prieto.
Por causa disso, 23 pacientes morreram em La Paz, tr�s em Cochabamba e cinco em Oruro, destacou, ao alertar para uma tend�ncia de "expans�o desmedida" do novo coronav�rus no pa�s.
"Diante desta situa��o alarmante, o governo solicita que os organismos eleitorais censurem estas viola��es fragrantes dos direitos humanos", exortou Longaric, durante uma sess�o extraordin�ria do �rg�o executivo da OEA, solicitada por La Paz.
Grupos afins a Morales iniciaram na segunda-feira bloqueios de rotas em rep�dio � decis�o das autoridades eleitorais de adiar as elei��es para 18 de outubro alegando raz�es sanit�rias.
"As manifesta��es e os bloqueios promovidos por grupos afins ao ex-presidente Morales est�o pondo em risco a vida de milhares de bolivianos, e isto n�o pode ser consentido pela comunidade internacional", disse Longaric � OEA.
"Morales semeia o caos", afirmou sobre o ex-presidente, asilado na Argentina desde dezembro ap�s 14 anos no poder (2006-2019).
A Bol�via prev� voltar �s urnas depois que a vota��o de 20 de outubro de 2019 foi anulada quando uma auditoria da OEA estabeleceu uma "manipula��o dolosa" a favor de Morales, que renunciou em 10 de novembro.
- "Imparcialidade" da CIDH -
Longaric, que integra o governo interino de Jeanine ��ez, tamb�m pediu � Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), �rg�o aut�nomo da OEA, a demonstrar "imparcialidade e objetividade" com a Bol�via.
"A CIDH n�o deve se tornar porta-voz e alto-falante de Evo Morales e de seus adeptos que controlam ilegitimamente a Defensoria do Povo na Bol�via", afirmou.
E acrescentou: "A parcializa��o ideol�gica da CIDH n�o ajuda a acabar com a viol�ncia na Bol�via, apenas desacredita esta importante institui��o e aprofunda as divis�es no nosso continente".
Pouco depois da apresenta��o de Longaric, a CIDH pediu ao Estado boliviano "para refor�ar seus esfor�os para estabelecer um di�logo nacional e prevenir a escalada da viol�ncia".
A CIDH lembrou que o uso da for�a p�blica no contexto dos protestos "� um �ltimo recurso" e tamb�m pediu para exercer o direito de protesto de forma pac�fica, tachando de "inadmiss�veis" as agress�es contra o pessoal de sa�de e jornalistas.
O governo de ��ez anunciou nesta sexta o iminente uso da for�a p�blica para acabar com os cortes de via em seis dos nove departamentos (estados).
As elei��es foram adiadas de 3 de maio para a primeira semana de agosto, depois para 6 de setembro e agora para 18 de outubro devido � pandemia, que deixou 3.465 falecidos e mais de 86.400 contagiados, em uma popula��o de 11 milh�es de habitantes.
- Argentina versus Almagro -
Os Estados Unidos condenam os bloqueios, assim como Brasil, Col�mbia e Venezuela, representada pelo delegado do l�der opositor Juan Guaid�.
Outros pa�ses, como Chile, Equador, Guatemala e Uruguai pediram o fim da viol�ncia e a unidade nacional para enfrentar a COVID-19.
A Argentina, no entanto, n�o mencionou os protestos e tachou de "unilateral" a decis�o do TSE de adiar as elei��es, acusando o "governo de fato" de ��ez de ser "reticente" � realiza��o das elei��es.
"Depois do golpe de Estado de novembro, esperamos que a Bol�via retome a via democr�tica atrav�s do voto popular e sem proscri��es", disse a representante do governo de Alberto Fern�ndez, Graciela Scarnati.
Al�m disso, investiu contra o secret�rio-geral da OEA, Luis Almagro, que na quinta-feira condenou os bloqueios e afirmou que "� imoral e indigno jogar a pol�tica com a vida das pessoas", questionando o uso destes adjetivos.
"Isto n�o implica tomar partido", disse Almagro, ao reiterar estes conceitos na sexta-feira no Conselho Permanente.
"� indigno e imoral tamb�m n�o se referir aos controles de vias de tr�nsito de provis�es m�dicas em tempos de pandemia", afirmou.
