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Estado de Minas

Naufr�gio do "Kursk", uma trag�dia russa, completa 20 anos


10/08/2020 09:25

Em 12 de agosto de 2000 a explos�o acidental de um torpedo provocou o naufr�gio do submarino nuclear "Kursk", considerado uma joia da frota russa. O destino dos 118 homens presos a 108 metros de profundidade no mar de Barents manteve a na��o em suspense at� o fim tr�gico, nove dias depois, da maior cat�strofe sofrida pela Marinha do pa�s desde o fim da Uni�o Sovi�tica.

- Naufr�gio -

Na manh� daquele s�bado, o gigantesco submarino "Kursk" de 154 metros de comprimento participa nos exerc�cios em grande escala da Frota do Norte, na fronteira entre R�ssia e Noruega.

�s 11H28 (4H28 de Bras�lia) os sism�grafos noruegueses registram uma violenta explos�o, seguida, 10 minutos depois, de uma segunda detona��o mais forte.

O submarino � localizado na manh� de domingo pela Marinha russa. A conex�o de r�dio com a tripula��o est� cortada. Apenas o SOS que um tripulante lan�a por meio de golpes no casco � capturado.

No fim da tarde, um primeiro submarino de resgate � acionado, mas bate contra os destro�os do "Kursk" e precisa subir rapidamente � superf�cie.

- Recusa de ajuda ocidental -

"Problemas t�cnicos": com estas palavras a Marinha russa anuncia publicamente o acidente do "Kursk" dois dias mais tarde, em 14 de agosto.

Segundo o comandante da Marinha, uma "explos�o no primeiro compartimento de torpedos" danificou o submarino, obrigando a embarca��o a descer a uma zona internacional, 150 km ao norte do porto russo de Severomorsk. A Marinha trabalha com a hip�tese de um choque com um navio estrangeiro.

Os militares afirmam que o reator do submarino est� paralisado e sob controle, e que os 24 m�sseis a bordo n�o representam nenhum perigo de explos�o nuclear. Finalmente nenhum vazamento radioativo foi registrado.

De acordo com a Marinha, a tripula��o tem oxig�nio suficiente para resistir at� 18 de agosto.

Apesar do temor pelos marinheiros, os russos rejeitam as ofertas de ajuda de brit�nicos, noruegueses e americanos.

Equipados com ferramentas obsoletas ou inadequadas, os russos continuaram sozinhos as opera��es de resgate em plena tempestade, acumulando fracassos.

- Putin de f�rias -

Vladimir Putin permanece de f�rias em Sochi, no Mar Negro. Espera at� 16 de agosto para dar uma primeira declara��o, vestido com roupa casual: a situa��o � "cr�tica", mas a R�ssia "disp�e dos meios de resgate necess�rios".

No mesmo dia, ap�s uma conversa por telefone com o presidente americano Bill Clinton, o ex-agente da KGB ordena que pa�s "aceite ajuda de onde vier". Mas n�o interrompe as f�rias.

Seu sil�ncio provoca cr�ticas na imprensa.

"A cat�strofe deveria ser uma obsess�o (...) para o Estado, come�ando pelo presidente", afirma o jornal Izvestia. A imprensa acusa os militares de mentir.

No dia 18, Putin afirma que as possibilidades de salvar a tripula��o s�o "muito escassas, mas ainda existem" e finalmente decide voltar a Moscou.

- Destino selado -

No dia 21, ap�s 30 horas de trabalhos, mergulhadores noruegueses abrem a escotilha do submarino, que encontram completamente inundado em seu interior. Todos os tripulantes est�o mortos.

Em Vidiaievo, o porto base do Kursk, Putin � criticado pelas esposas dos mortos, que n�o conseguem conter as l�grimas.

Em 23 de agosto, o governo decreta dia de luto nacional, mas as fam�lias dos marinheiros se negam a aderir ao momento. O presidente afirma sentir-se "culpado por esta trag�dia".

- Depoimento p�stumo -

O MP russo encerra a investiga��o em julho de 2002, sem apontar respons�veis. De acordo com suas conclus�es, um torpedo explodiu e destruiu todo o arsenal. Os marinheiros morreram no mais tardar oito horas ap�s a explos�o.

Uma mensagem encontrada em outubro de 2000 no corpo de um tenente entre os destro�os do submarino mostra que ao menos 23 homens sobreviveram em um primeiro momento � explos�o e se refugiaram em uma cabine de descompress�o.

"Minha querida Natasha e meu filho Sasha!!! Se receberem esta carta, isto significa que estou morto. Amo muito voc�s", escreveu Andrei Borisov antes de ficar sem ar.


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