Quase 10 mil ativistas pr�-democracia protestaram novamente nesta quarta-feira, 14, em Bangcoc, na Tail�ndia, em meio a uma grande mobiliza��o policial, um dia ap�s a deten��o de 21 militantes. No mesmo dia, monarquistas fizeram um contraprotesto em apoio ao rei Maha Vajiralongkorn, que visitou a capital Bangcoc.
Os manifestantes se reuniram diante do Monumento da Democracia, no centro da capital, e a inten��o era prosseguir at� a Casa de Governo, mas o principal acesso foi bloqueado com �nibus e alambrados. Al�m disso, o governo mobilizou 15.000 policiais.
O grupo quer a dissolu��o do Parlamento com a ren�ncia do primeiro-ministro Prayut Chan O Cha, que veio ao poder durante um golpe de estado em 2014, a revis�o da Constitui��o de 2017, considerada muito favor�vel ao ex�rcito, e uma revis�o do papel e do poder da monarquia, um tema tabu no pa�s, com restri��es aos poderes constitucionais do rei, que ele devolva o controle pessoal que tomou de algumas unidades do ex�rcito e uma fortuna do pal�cio avaliada em dezenas de bilh�es de d�lares.
Eles dizem que Prayuth manipulou as elei��es no ano passado para garantir que o ex�rcito continuasse controlando o sistema. Ele diz que as elei��es foram justas. "As coisas n�o deveriam ser assim", disse uma estudante de 17 anos no protesto que deu seu nome apenas como Foil. "Temos que retomar nosso futuro."
Na ter�a-feira, 13, dezenas de ativistas pr�-democracia levantaram tr�s dedos na passagem do ve�culo do monarca, gesto considerado um desafio � monarquia e sua autoridade e inspirado nos filmes da s�rie Jogos Vorazes. "Tenha f� na democracia. N�o podemos recuar", disse o l�der do protesto, Parit Chirawat, aos manifestantes na marcha para a Casa do Governo.
L�deres das manifesta��es disseram que foi o maior com�cio at� ent�o, atraindo dezenas de milhares de pessoas para uma marcha que se estendeu por mais de 1 km. Os policiais disseram que oito mil pessoas compareceram.
De acordo com analistas o n�mero de ativistas caiu nas �ltimas manifesta��es.
"Os ativistas podem ter superestimado sua for�a. O movimento n�o tem um objetivo e uma agenda claros", destaca Thitinan Pongsudhirak, cientista pol�tico da Universidade Chulalongkorn em Bangcoc.
A rota de protesto, ao longo da Avenida Ratchadamnoen, estava repleta de pessoas vestindo amarelo, o que � associado � devo��o � monarquia e � pol�tica conservadora. De acordo com o jornal brit�nico The Guardian, aqueles que usavam amarelo pareciam ser uma mistura de policiais, funcion�rios do governo e apoiadores da monarquia.
Conflito com monarquistas
"V�o acontecer provoca��es, mas n�o queremos conflito com ningu�m", alertou Anon Numpa, um dos l�deres do protesto. "Quando o cortejo real passar, n�o insultem", pediu o ativista.
O rei Maha Vajiralongkorn assistiu a uma cerim�nia durante a tarde e seu cortejo passou perto do local da manifesta��o. Centenas de defensores da monarquia estiveram nas ruas, na maior apari��o desde que os protestos contra o governo come�aram, h� tr�s meses.
As manifesta��es pr�-monarquistas foram pequenas em compara��o com as dezenas de milhares que se juntaram � maior manifesta��o antigovernamental em setembro, mas � um n�mero muito maior.
Os milhares de apoiadores vestidos de amarelo do rei Maha Vajiralongkorn alinharam-se nas ruas para ter um raro vislumbre do monarca enquanto sua carreata passava por Bangcoc. Ele passa a maior parte do tempo na Alemanha.
Caminh�es municipais trouxeram centenas de trabalhadores para se juntar � multid�o. Um homem entre eles pareceu simpatizar com os manifestantes que passavam, fazendo a sauda��o de tr�s dedos que se tornou o s�mbolo de resist�ncia contra o establishment pol�tico. Os manifestantes correram para apertar sua m�o.
A maioria dos monarquistas dispersou-se rapidamente ap�s a passagem da carreata que transportava o rei, mas alguns manifestantes mais tarde desaceleraram um comboio que transportava a rainha Suthida, fizeram a sauda��o de tr�s dedos e gritaram "saia" para a pol�cia que protegia o ve�culo.
Os dois acampamentos se encontraram no Monumento � Democracia em Bangcoc, que se tornou um ponto focal para os protestos e tiveram brigas breves. O impasse foi uma lembran�a inc�moda de uma d�cada de viol�ncia nas ruas entre apoiadores e oponentes do sistema, que terminou em um golpe, h� seis anos.
Em maior parte do tempo, os protestos foram pac�ficos.
"O establishment na Tail�ndia joga um jogo muito perigoso, mobilizando as for�as de seguran�a do estado e grupos monarquistas para enfrentar os manifestantes pr�-democracia", disse Prajak Kongkirati, professor da Universidade Thammasat.
Monarquia � um tema sens�vel
"A monarquia existe h� mais de 700 anos. Querem derrub�-la. Viemos mostrar nosso amor ao nosso soberano", declarou � AFP Siri Kasemsawat, guia tur�stico antes da pandemia.
Um l�der monarquista, Buddha Issara, disse que os manifestantes podem exigir democracia, mas n�o devem exigir reformas da monarquia, como alguns fizeram.
"Eles n�o devem tocar na institui��o", disse ele aos rep�rteres.
Darunee Sudara, da prov�ncia de Chon Buri, uma defensora da monarquia ouvida pelo The Guardian, disse que viajou de outra prov�ncia para Bangcoc porque queria mostrar aos jovens manifestantes que muitas pessoas ainda permanecem leais � monarquia.
"Eles podem pensar que somos est�pidos, mas n�s - pessoas est�pidas - somos aqueles que os mandamos para estudar e se tornarem muito inteligentes", disse ela.
Ela disse que entendia que reformas e mudan�as eram necess�rias na pol�tica, mas acrescentou: "N�o quero que toquem na institui��o - no nosso amado monarca".
O porta-voz do governo, Anucha Burapachaisri, disse que a pol�cia foi instru�da a evitar confrontos desnecess�rios.
Um porta-voz da pol�cia, Kissana Phathanacharoen, disse que a presen�a de manifestantes a 50 metros da Casa do Governo � ilegal. Os manifestantes disseram que ficar�o fora da sede do poder durante a noite.
O pal�cio real n�o respondeu aos pedidos de coment�rios sobre os protestos ou �s demandas dos manifestantes. (COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS)
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