Jacinda Ardern assumiu seu cargo de primeira-ministra em 2017, fazendo a apologia do pensamento "positivo", uma atitude que se lhe mostrou muito �til durante seu primeiro mandato, marcado por uma s�rie de crises sem precedentes na Nova Zel�ndia.
A l�der trabalhista, reeleita neste s�bado, teve que lidar com o pior ataque terrorista do arquip�lago, uma erup��o vulc�nica, a recess�o mais severa em mais de 30 anos e o desafio hist�rico da pandemia.
Ela tamb�m deu � luz seu primeiro filho, tornando-se um s�mbolo do progressismo de centro-esquerda em um mundo dominado por figuras masculinas populistas.
Em mar�o de 2019, Ardern mostrou suas qualidades quando um supremacista branco matou friamente 51 fi�is em duas mesquitas em Christchurch (sul). Adern reagiu � carnificina com uma mistura de compaix�o, solidariedade e dor compartilhada, confortando as v�timas.
Mas tamb�m se destacou pela resposta pol�tica, defendendo o controle de armas e a necessidade de incitar as redes sociais a atuar contra o conte�do extremista, o que lhe rendeu elogios no exterior.
Durante a campanha, seu partido aproveitou ao m�ximo seus sucessos no outro teste de sua gest�o, a pandemia, que matou 25 pessoas no arquip�lago de cinco milh�es de pessoas.
Apresentando as elei��es como "as elei��es covid-19", a l�der neozelandesa insistiu que seu partido era o �nico capaz de garantir a seguran�a dos neozelandeses, gra�as a uma estrat�gia que envolve controle de fronteira r�gido e campanhas extensas de detec��o.
Espera-se que os trabalhistas obtenham maioria absoluta ao final das elei��es legislativas, resultado que nenhum partido alcan�ou desde a reforma eleitoral de 1996.
- Jacindamania -
Nascida em 1980 em Hamilton, ao sul de Auckland, Ardern diz que forjou suas convic��es de esquerda em contato com a pobreza que viu na Nova Zel�ndia.
Filha de um policial, ela foi criada na f� m�rmon, da qual renunciou nos anos 2000 devido �s posi��es da igreja sobre a homossexualidade.
Muito cedo se interessou por pol�tica e ingressou nas organiza��es trabalhistas da juventude.
Depois de estudar comunica��o, trabalhou para a primeira-ministra Helen Clark e, mais tarde, em Londres, para Tony Blair.
Eleita para a C�mara dos Representantes em 2008, e sempre reeleita desde ent�o, Ardern tornou-se vice-presidente do Partido Trabalhista em mar�o de 2017.
Ela assume a lideran�a da oposi��o com a ren�ncia de seu antecessor Andrew Little no in�cio de agosto de 2017, a menos de dois meses da elei��o, quando o Partido Trabalhista tinha apenas 23% das inten��es de voto.
Acompanhada por uma impressionante onda de simpatia denominada "Jacindamania" pela m�dia, ela baseou sua campanha na promessa de uma "mudan�a" de gera��o ap�s nove anos de reinado de centro-direita e ofereceu aos trabalhistas uma vit�ria inesperada.
Um ano depois, ela se tornou a segunda primeira-ministra do mundo - depois da paquistanesa Benazir Bhutto em 1990 - a dar � luz durante seu mandato.
Meses depois, compareceu � assembleia geral das Na��es Unidas com seu companheira, Clarke Gayford, que cuida de seu beb�, imagem em forma de manifesto pela igualdade entre homens e mulheres, uma de suas lutas.
Seu ativismo a favor da luta contra as altera��es clim�ticas a marcou com o selo "anti-Trump". Internamente, entretanto, sua vontade de reforma foi muitas vezes prejudicada por Winston Peters, chefe do populista partido New Zealand First e um parceiro n�o natural na coaliz�o governamental.
Um obst�culo que deve ser eliminado no seu segundo mandato, gra�as � sua esmagadora maioria parlamentar.