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Estado de Minas INTERNACIONAL

Com Biden, Ara�jo e Salles ficam sob press�o


07/11/2020 12:30

Uma poss�vel vit�ria de Joe Biden deve elevar a press�o por trocas na c�pula do governo de Jair Bolsonaro. Analistas de pol�tica externa consideram que o presidente deveria, em nome da constru��o de uma rela��o positiva com o democrata, substituir os ministros Ernesto Ara�jo (Rela��es Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente). A dupla sintetiza hoje o alinhamento ao republicano Donald Trump e ao rebaixamento da agenda verde, que deve ser convertida em prioridade com Biden na Casa Branca.

Ara�jo � lembrado em Washington por sua devo��o a Trump, a quem se referiu como "salvador" da civiliza��o ocidental, antes mesmo de assumir a chancelaria. Ele tamb�m � conhecido por criticar o que chama de "climatismo" e desacreditar evid�ncias do aquecimento global. Salles, por sua vez, � associado �s queimadas florestais e ao enfraquecimento de normas ambientais em prol da explora��o econ�mica.

Uma troca nos minist�rios, na vis�o de observadores da diplomacia internacional, poderia arejar as rela��es de alto n�vel pol�tico e sinalizar a disposi��o de di�logo. A avalia��o � compartilhada por acad�micos, militares e diplomatas, defensores de uma pol�tica mais pragm�tica e menos ideol�gica.

Carlos Gustavo Poggio, americanista e professor de Rela��es Internacionais na Funda��o Armando �lvares Penteado (Faap), afirma que caberia ao Brasil se mover e sinalizar abertura em dire��o a Biden, e n�o o contr�rio. Foi o governo Bolsonaro que escolheu os EUA como "aliado preferencial". A Casa Branca enxerga o Brasil como parceiro estrat�gico, mas nunca colocou o Pa�s como prioridade de sua pol�tica externa.

"Vejo a possibilidade de substitui��o do Ernesto Ara�jo por um ministro um pouco mais competente e experiente. Dentro do Itamaraty temos nomes bastante importantes e com capacidade para reconstruir as rela��es com os democratas. Vai depender de quanto o governo Bolsonaro vai deixar esse ministro trabalhar", afirma Poggio.

"Bolsonaro vai buscar modera��o como fez em rela��o ao Congresso e ao STF. Ele � suficientemente inteligente para saber que n�o adianta confrontar a realidade aqui dentro e l� fora", diz o embaixador Paulo Roberto de Almeida, ex-diretor do Instituto de Pesquisa de Rela��es Internacionais (IPRI), ligado ao Minist�rio das Rela��es Exteriores.

Cr�tico de Ernesto Ara�jo, ele � cauteloso em apostar numa mudan�a nos rumos do Itamaraty.

Valoriza��o da China

O general de Ex�rcito da reserva Maynard de Santa Rosa, ex-secret�rio de Assuntos Estrat�gicos de Bolsonaro, prega um "repensar" da pol�tica externa, uma acomoda��o que, para ele, passa pela valoriza��o de parcerias com os asi�ticos, sobretudo a China. O oficial � ideologicamente alinhado com Bolsonaro.

Santa Rosa pondera que o governo tentar� abrir canais de di�logo, um padr�o na diplomacia, e, se n�o funcionar, "posteriormente as circunst�ncias podem levar a uma mudan�a, mas n�o de imediato". "O Brasil pode, por conveni�ncia pr�pria, fazer um jogo de interesse, aproximar-se de um ou de outro. No que for negado pelo americano, podemos nos aproximar do chin�s. E, quando o chin�s abusar, a gente volta para o americano, como j� foi feito no passado, no governo Geisel", defende o general, ex-integrante do Alto Comando do Ex�rcito.

No seu diagn�stico, � preciso ter conhecimento e jogo de cintura. "Infelizmente, a nossa diplomacia hoje n�o tem. Come�a de cima, nosso chanceler nunca foi nem embaixador nos grandes pa�ses, n�o tem experi�ncia funcional e jogo de cintura como tivemos no passado."

Bolha

Desde o in�cio do governo, Salles e Ernesto Ara�jo s�o identificados com os apoiadores mais conservadores e radicais de Bolsonaro. Trata-se justamente da "bolha ideol�gica" no Twitter. As gest�es da dupla sofreram reparos de oficiais militares influentes na Esplanada dos Minist�rios.

Em momentos distintos, ambos foram tutelados pelos generais, chamados a assumir as r�deas de rela��es diplom�ticas e da Amaz�nia. Um dos que exercem fun��es diplom�ticas, principalmente no relacionamento bilateral com a China, � o vice-presidente, Hamilton Mour�o.

Ao menos no curto prazo, por�m, uma mudan�a repentina � considerada pouco prov�vel. Motivo: a troca, ap�s o abatimento provocado por um rev�s de Trump, poderia soar como abandono a �cones de seu eleitorado mais radical, j� insatisfeito com as articula��es do presidente em dire��o ao centro pol�tico. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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