Em 2020 as autoridades chinesas retomaram o controle da ex-col�nia brit�nica, um ano depois de uma mobiliza��o popular sem precedentes neste territ�rio semiaut�nomo desde sua devolu��o em 1997.
As deten��es, muitas delas relacionadas com as prim�rias celebradas pela oposi��o no ano passado, ilustram o aumento da press�o de Pequim.
A pol�cia confirmou que 53 pessoas, incluindo um cidad�o americano, foram detidas por "subvers�o" em uma opera��o que aconteceu durante a manh� e teve a participa��o de quase 1.000 agentes.
O secret�rio de Seguran�a de Hong Kong, John Lee, afirmou que as deten��es eram "necess�rias" e tinham como alvos pessoas que tentavam "afundar Hong Kong no abismo".
Em Pequim, a porta-voz do minist�rio chin�s das Rela��es Exteriores chino, Hua Chunying, afirmou que a medida afetava "apenas a liberdade de algumas for�as externas e indiv�duos em Hong Kong que conspiram para tentar abalar a estabilidade e a seguran�a da China".
Anthony Blinken, nomeado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, como futuro secret�rio de Estado classificou as deten��es como um "ataque contra os direitos universais".
A Uni�o Europeia (UE) exigiu a "liberta��o imediata" dos detidos e alertou que examina eventuais san��es contra a China por sua interven��o no territ�rio.
o Reino Unido, tamb�m condenou um "s�rio ataque aos direitos e liberdades de Hong Kong".
- Ex-deputados e jovens ativistas -
A opera��o foi direcionada contra ex-deputados pr�-democracia como James To, Andrew Wan e Lam Cheuk Ting, assim como contra ativistas mais jovens.
Entre estes �ltimos, dois confirmaram suas deten��es em suas p�ginas do Facebook: Gwyneth Ho, uma ex-jornalista de 30 anos que passou a atuar no movimento pr�-democracia, e Tiffany Yuen, uma conselheira distrital de 27 anos.
Pessoas ligadas a Joshua Wong, uma das figuras mais conhecidas do movimento pr�-democracia, atualmente detido, informaram na p�gina do Facebook do ativista que a casa dele foi alvo de uma opera��o.
Entre os detidos est� o americano John Clancey, advogado da Ho Tse Wai and Partners, um ag�ncia especializada em quest�es de direitos humanos.
Ele � o primeiro americano detido com base na lei de seguran�a nacional.
"Continuem trabalhando pela democracia e os direitos humanos em Hong Kong", disse Clancey � imprensa quando era levado por policiais.
- "Uma provoca��o grave" -
De acordo com nomes importantes do movimento pr�-democracia, as deten��es est�o relacionadas com as prim�rias celebradas em julho pela oposi��o, antes das legislativas que estavam previstas para setembro.
Com o pretexto da epidemia de coronav�rus, o governo adiou por um ano as elei��es, nas quais a oposi��o pretendia capitalizar a popularidade da mobiliza��o de 2019.
O objetivo das prim�rias, nas quais participaram mais de 600.000 cidad�os de Hong Kong, era evitar a dispers�o dos votos da oposi��o e designar os 35 candidatos �s cadeiras no Conselho Legislativo (Legco, Parlamento local) que s�o atribu�das por sufr�gio universal. As demais s�o decididas de acordo com um sistema complexo que praticamente garante a maioria ao bloco pr�-Pequim.
O objetivo da oposi��o era conquistar as 35 cadeiras para conseguir pela primeira vez a maioria no Legco.
A China considerou as prim�rias uma "grave provoca��o" e a afirmou que fazer campanha para assumir o controle do Parlamento poderia ser considerado "subvers�o" com base na lei de seguran�a nacional que entrou em vigor em 30 de junho.
- Transmiss�o ao vivo -
Ng Kin-wai, conselheiro distrital, transmitiu ao vivo pelo Facebook a presen�a da pol�cia em sua casa.
"Voc� est� preso por subvers�o", afirmou um policial. "Voc� participou em elei��es prim�rias (...) em 2020 para escolher 35 ou mais pessoas para o Conselho Legislativo".
O agente disse ainda que as prim�rias "tinham como objetivo interferir, perturbar ou prejudicar gravemente" a a��o do Executivo e, em consequ�ncia, s�o consideradas subvers�o.
Robert Chung, funcion�rio de um instituto de pesquisas que participou na organiza��o das prim�rias, tamb�m foi detido.
A Lei de Seguran�a Nacional foi imposta por Pequim, sem debates no LegCo, para responder � crise pol�tica de 2019, quando Hong Kong foi cen�rio durante meses de manifesta��es quase di�rias, e �s vezes violentas, contra a interfer�ncia da China.
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