Abu Bakar Bashir, de 82 anos, � considerado o l�der espiritual da organiza��o isl�mica Jemaah Islamiya, respons�vel pelos ataques de Bali em outubro de 2002, que mataram mais de 200 pessoas, incluindo dezenas de australianos.
Ele sempre negou seu envolvimento, e sua condena��o por esses ataques, os piores j� ocorridos na Indon�sia, foi anulada em apela��o por falta de provas.
O l�der religioso foi condenado a 15 anos de pris�o em outro caso, por ter ajudado a financiar campos de treinamento islamitas na conservadora prov�ncia de Aceh.
Mas ele conseguiu uma redu��o de senten�a. Seus advogados tamb�m alegaram o risco de contrair o coronav�rus na pris�o, devido � sua idade avan�ada.
H� dois anos, uma primeira tentativa de libert�-lo foi adiada, devido � agita��o gerada na Indon�sia e na Austr�lia, pa�ses de origem de dezenas das v�timas dos ataques de 2002.
Esta manh�, "ele foi entregue � sua fam�lia que, acompanhada por uma equipe de advogados, veio busc�-lo na pris�o" perto de Jacarta onde estava detido, declarou uma porta-voz das autoridades penitenci�rias, Rika Aprianti, em um comunicado.
Ele deixou a pris�o de Gunung Sindur em uma van branca por volta das 5h30 (19h30 de quinta-feira no hor�rio de Bras�lia), escoltado por membros das for�as antiterroristas indon�sias, constataram v�rios jornalistas da AFP.
O l�der religioso, que se recusou a renunciar � sua ideologia extremista, deve chegar � sua casa em Solo, no centro da ilha de Java, nesta sexta-feira.
- Lembran�as dolorosas -
Para Jan Laczynski, de 51 anos, esta soltura traz de volta lembran�as dolorosas.
O australiano recorda de ter bebido com amigos no Sari Club antes de seu voo para a Austr�lia. Poucas horas depois, cinco de seus amigos foram mortos nas explos�es.
"D�i. Gostaria de ver a justi�a sendo feita", disse ele � AFP, de Melbourne.
"Ele n�o mudou, ele piorou, pelo que parece. Ele continuar� a pregar o mal, e esse mal deve acabar", acrescentou.
Thiolina Ferawati Marpaung, moradora de Bali, sofre at� hoje com sequelas dos ferimentos nos olhos causados por cacos de vidro durante as explos�es.
"Sua libera��o me deixa desconfort�vel", diz ela.
A not�cia � "profundamente traum�tica para fam�lias e amigos dos 88 australianos mortos em 2002 e os quatro mortos em 2005 em Bali e os muitos feridos", disse a chanceler australiana, Marise Payne, esta semana.
V�rios membros da organiza��o envolvidos nos ataques foram executados por ordem dos tribunais, ou morreram em confrontos com as for�as de seguran�a.
Os atentados a bomba em 2002 e os de Bali em 2005 levaram Jacarta a fortalecer sua coopera��o contra o terrorismo com a Austr�lia e os Estados Unidos.
Jemaah Islamiyah, um grupo ligado � Al-Qaeda, foi fundado na d�cada de 1980 por ativistas isl�micos indon�sios exilados na Mal�sia e estabeleceram c�lulas em v�rios pa�ses do Sudeste Asi�tico.
Ele tamb�m � creditado pelos atentados com carro-bomba em 2003 contra o hotel JW Marriott, em Jacarta, e um atentado suicida com carro-bomba em frente � embaixada australiana.
Em dezembro, Jacarta anunciou a pris�o do comandante militar do Jemaah Islamiya na �poca dos ataques, Zulkarnaen, de 57 anos, foragido h� 18 anos.
JACARTA