Oprimido pela pandemia, Panam� usa hospital inacabado da construtora de Slim

O Panam� permitiu nesta segunda-feira (18) que um hospital inacabado e questionado, constru�do por uma empresa do magnata mexicano Carlos Slim, tratasse pacientes com covid-19, em meio a um aumento nos cont�gios e uma angustiante espera pela vacina do laborat�rio Pfizer.

"Recebemos este pr�dio com todas as comodidades, com toda a tecnologia e com 300 leitos para atender pacientes com covid-19", declarou o presidente do Panam�, Laurentino Cortizo, durante a visita de inaugura��o.

Al�m dos leitos - 85 s�o para terapia intensiva -, as instala��es contam com aparelhos port�teis de ultrassom, aparelhos convencionais de radiologia e consoles com acesso a oxig�nio, segundo autoridades.

O centro de sa�de est� localizado na chamada Cidade da Sa�de, um complexo hospitalar nos arredores da Cidade do Panam�, cujas obras, salpicadas por suspeitas de corrup��o, foram paralisadas em 2015 pela empresa espanhola Fomento de Construcciones y Contratas (FCC).

A empresa, controlada por Slim, venceu em 2011 uma licita��o do seguro social no valor de 554 milh�es de d�lares para construir a obra.

O projeto incluiu 17 pr�dios com mais de 1.700 leitos, 50 salas cir�rgicas e 300 consult�rios m�dicos em cerca de 220 mil metros quadrados, mas as obras foram suspensas devido a supostas irregularidades no pr�dio e nos materiais utilizados.

Pela paralisa��o das obras, a empresa de Slim reivindica 125 milh�es de d�lares e a rescis�o do contrato, apesar de faltar um ter�o para sua conclus�o.

No entanto, e apesar das disputas, a multinacional espanhola permitiu a adapta��o de uma parte do hospital inacabado para tratar pacientes com covid-19, segundo informou � AFP nesta segunda o diretor do Fundo para a Previd�ncia Social, Enrique Lau.

Na Espanha, a justi�a acusou a FCC de supostamente ter pago subornos de 82 milh�es de d�lares por v�rios projetos no Panam�, incluindo a Cidade da Sa�de.

- A espera pela vacina -

A habilita��o do hospital ocorreu em meio ao an�ncio da chegada da vacina dos laborat�rios Pfizer / BioNtech, com os quais o Panam� assinou um contrato de 36 milh�es de d�lares para receber 3 milh�es de doses em etapas.

Segundo o governo, as primeiras 40 mil doses devem chegar esta semana.

"Ap�s quase 11 meses de pandemia, estamos prestes a receber a vacina. Estamos prontos para receb�-la e iniciar o processo de vacina��o", mas tudo est� condicionado � entrega pelos laborat�rios, lamentou Cortizo nesta segunda-feira.

No total, o pa�s centro-americano espera ter 5,5 milh�es de doses de tr�s laborat�rios diferentes, pelos quais pagar� 55 milh�es de d�lares.

O Panam�, com 4,2 milh�es de habitantes, � o pa�s da Am�rica Central com mais infec��es por covid-19, com mais de 298.000 casos acumulados e 4.787 �bitos.

Em meio a um repique da pandemia, o pa�s registrou em 45 dias mais de um ter�o (125.000 casos) de infec��es acumuladas e um ter�o do total de mortes (mais de 1.600).

Al�m disso, cerca de 51.000 pessoas est�o em isolamento domiciliar e mais de 2.600 est�o hospitalizadas, entre elas 233 em terapia intensiva.

A situa��o provocou o colapso de necrot�rios e hospitais, que obrigaram o governo a cogitar o aluguel de cont�ineres refrigerados para preservar os mortos.

As autoridades tamb�m tiveram que instalar diferentes infraestruturas e hospitais de campanha, al�m de contratar m�dicos cubanos para atender aos doentes.