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Estado de Minas LONDRES

Cr�ticas aos brit�nicos sobre vacinas podem se virar contra os europeus


04/02/2021 07:11 - atualizado 04/02/2021 07:14

Alguns l�deres europeus est�o colocando em perigo a sa�de de seus cidad�os de forma imprudente, ao utilizar um argumento interesseiro para atacar a campanha de vacina��o contra o coronav�rus no Reino Unido, afirmam especialistas de sa�de brit�nicos.

No pr�prio Reino Unido, os ataques podem ter um forte impacto entre as minorias �tnicas, que correm um risco maior de morrer de covid-19 e s�o alvos de campanhas de desinforma��o.

A Fran�a, sobretudo, deve ter cuidado para n�o abalar a confian�a, pois as pesquisas mostram que o pa�s registra o n�vel mais elevado de ceticismo sobre as vacinas na Europa, afirmam os especialistas a respeito de coment�rios recentes do presidente Emmanuel Macron.

Em entrevistas na semana passada, Macron afirmou que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laborat�rio AstraZeneca, base da campanha de vacina��o em larga escala do Reino Unido, � "quase ineficaz" nas pessoas com mais de 65 anos.

O chefe de Estado franc�s repetiu afirma��es feitas pela primeira vez na Alemanha, mas que depois foram desmentidas pela Ag�ncia Europeia de Medicamentos (EMA).

"Esque�am a pol�tica. Estamos diante de uma amea�a para a sa�de p�blica e as personalidades p�blicas devem ser mais prudentes nas mensagens que apresentam", disse Kent Woods, ex-diretor das ag�ncias reguladoras de medicamentos do Reino Unido e da Uni�o Europeia (UE).

"As opini�es emitidas pelos pol�ticos na Europa contrastam consideravelmente com a conclus�o cient�fica da ag�ncia reguladora europeia, que representa os 27 Estados membros da UE", destaca.

- "Atalhos" na aprova��o de vacinas -

Na segunda-feira, o ministro franc�s para Assuntos Europeus, Cl�ment Beaune, afirmou que o Reino Unido estava assumindo "muitos riscos" com a vacina��o, ao apontar o amplo intervalo decidido, de at� 12 semanas entre a primeira e a segunda doses, para conseguir alcan�ar mais pessoas rapidamente.

Mas uma nova pesquisa divulgada na quarta-feira pela Universidade de Oxford aponta uma forte efic�cia imunol�gica durante tr�s meses ap�s a primeira dose.

Com estas afirma��es "n�o v�o estimular a popula��o francesa a entrar na fila", considera Michael Head, pesquisador de Sa�de Global na Universidade de Southampton.

Seus argumentos "ser�o bem recebidos pelos grupos antivacinas, que fazem todo o poss�vel para abalar a confian�a da popula��o com publica��es nas redes sociais", acrescenta.

Os especialistas tamb�m discordam da presidente da Comiss�o Europeia, a alem� Ursula von der Leyen, que, ao defender a lentid�o da UE, insinuou na ter�a-feira que o Reino Unido pegou "atalhos" no processo de aprova��o das vacinas, o que Londres nega de maneira veemente.

"As �guas ficaram turbulentas", afirma Head, depois que Bruxelas entrou em conflito com a AstraZeneca e o governo brit�nico de Boris Johnson a respeito do calend�rio de entrega das vacinas reservadas pelo bloco de 27 pa�ses.

- "Impacto devastador na economia" -

Tamb�m no Reino Unido aconteceram declara��es interesseiras dos pol�ticos.

O primeiro-ministro Johnson repetiu diversas vezes que o pa�s supera com folga o restante da UE nos n�meros de vacina��o, segundo ele porque tomou as pr�prias iniciativas para garantir o fornecimento de centenas de milh�es de doses enquanto negociava com o bloco o Brexit.

Mas os ataques de alguns l�deres europeus s�o mais perigos, de acordo com Agnes Arnold-Forster, historiadora da Sa�de na Universidade de Bristol. "� uma estrat�gia arriscada que pode aumentar a indecis�o diante das vacinas", afirma.

"Os pol�ticos deveriam ter muito cuidado com suas mensagens porque tudo o que falam sobre os programas de outros pa�ses vai repercutir em sua pr�pria aceita��o", destaca.

No Reino Unido, segundo as pesquisas, os grupos fundamentalistas afro-crist�os, os mu�ulmanos conservadores e os judeus ortodoxos s�o os que mais resistem � campanha de vacina��o.

Desta maneira, as mensagens contraproducentes dos l�deres estrangeiros correm o risco de prolongar a pandemia, considera Robert Dingwall, professor de Sociologia M�dica da Universidade de Nottingham Trent.

"E t�m potencialmente um impacto devastador na economia de seus pr�prios pa�ses caso a popula��o n�o se vacine" conclui.

ASTRAZENECA


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