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Estado de Minas UR

No Iraque, papa Francisco e aiatol� Sistani se comprometem com a 'paz'


06/03/2021 12:36 - atualizado 06/03/2021 12:37

O papa Francisco havia dito que viajaria ao Iraque como um "peregrino da paz". Em retorno, o grande aiatol� xiita Ali Sistani declarou a ele, neste s�bado (6), seu compromisso com a "paz" e a "seguran�a" dos crist�os no Iraque.

Depois deste encontro na cidade sagrada xiita de Najaf, o papa deu in�cio ao ponto alto espiritual de sua jornada: a peregrina��o a Ur, cidade natal de Abra�o no sul do Iraque, para rezar por "liberdade" e "unidade", a fim de p�r fim �s guerras e ao "terrorismo".

Era esta cidade, na plan�cie des�rtica onde nasceu o pai dos monote�smos, que Jo�o Paulo II quis visitar em 2000, antes de ser impedido por Saddam Hussein.

Francisco, conhecido por suas m�os estendidas em todas as dire��es para outras religi�es, acrescentou seu toque: insistiu em rezar com dignit�rios yazidis - uma pequena minoria do Iraque martirizada pelos extremistas do grupo Estado Isl�mico (EI) - mas tamb�m sabeus e zoroastristas - comunidades milenares no pa�s - e mu�ulmanos - xiitas e sunitas.

- "Paz" para os crist�os do Iraque -

Antes disso, o l�der de 1,3 bilh�o de cat�licos do mundo conversou por quase uma hora com o grande aiatol� Ali Sistani, refer�ncia religiosa para a maioria dos 200 milh�es de xiitas no Iraque e em outros lugares.

Ao final desta reuni�o a portas fechadas, um dos encontros religiosos mais importantes da hist�ria, o grande aiatol� Sistani disse ao papa que estava comprometido a garantir "paz", "seguran�a" e "todos os direitos constitucionais" aos crist�os do Iraque.

O papa os encontrou, enfim, na parte da noite.

Na Igreja de S�o Jos�, no centro de Bagd�, ele celebrou sua primeira missa em p�blico, de longe o exerc�cio que ele prefere.

Diante de uma esparsa assembleia devida ao coronav�rus, o soberano pont�fice de 84 anos pronunciou sua primeira missa de rito oriental, iniciada sob ulula��es e traduzida para o �rabe e o aramaico.

O encontro entre Francisco e o grande aiatol� � um acontecimento para o pa�s, e o primeiro-ministro Moustafa al-Kazimi declarou 6 de mar�o o "Dia Nacional da Toler�ncia e Coexist�ncia".

A comunidade crist� do pa�s, uma das mais antigas do mundo, encolheu nos �ltimos 20 anos. Ela passou de 1,5 milh�o de membros para cerca de 400.000, em decorr�ncia da viol�ncia e da pobreza, end�mica no pa�s.

Os crist�os queixam-se regularmente de n�o serem apoiados pelo Estado perante milicianos ou pol�ticos que tomam as suas casas ou terras e afirmam ter menos acesso ao emprego do que outros.

Al�m do caso dos crist�os, no segundo dia de sua viagem ao Iraque, a primeira da hist�ria para um papa, Francisco falou longamente sobre as guerras, que continuam a dilacerar todo o pa�s por 40 anos - e o Oriente M�dio.

- O "terrorismo trai a religi�o" -

"Hostilidade, extremismo e viol�ncia (...) s�o trai��es da religi�o. E n�s, crentes, n�o podemos ficar calados quando o terrorismo abusa da religi�o", disse ele, enquanto em 2014 o grupo Estado Isl�mico (EI) tomou um ter�o do Iraque.

As piores atrocidades foram cometidas contra os yazidis, lembrou Francisco na sexta-feira. Os islamitas mataram milhares de homens yazidis, recrutaram crian�as � for�a e escravizaram sexualmente milhares de mulheres.

Para a ONU, tais crimes podem constituir "genoc�dio".

Al�m disso, mais de 6.400 yazidis foram sequestrados pelo EI, metade dos quais ainda est�o desaparecidos. Em Ur, o papa disse ter rezado "para que eles possam voltar para casa rapidamente".

O EI tamb�m causou estragos na vizinha S�ria, algo que o papa mencionou repetidamente em seus discursos desde sexta-feira.

- "S�ria martirizada" -

Devemos "caminhar do conflito � unidade" em "todo o Oriente M�dio" e "em particular na martirizada S�ria", pediu novamente neste s�bado.

No dia anterior, durante um discurso �s autoridades em Bagd�, o papa j� havia mencionado a S�ria, onde uma revolta popular degenerou em guerra h� 10 anos.

Apesar dos mais de 387.000 mortos, as negocia��es conduzidas sob media��o da ONU at� agora n�o levaram a nenhum progresso na resolu��o do conflito.

E, como j� havia feito no Marrocos, outro pa�s mu�ulmano para onde insistiu em ir, o papa, de 84 anos, pediu "liberdade de consci�ncia e liberdade religiosa".

Elas devem ser "respeitadas e reconhecidas em todos os lugares", porque s�o "direitos fundamentais", afirmou.

A liberdade de consci�ncia consiste em poder crer ou n�o crer, mas tamb�m em ter o direito de se converter livremente. A liberdade religiosa, um termo mais geral, inclui em particular a liberdade de exercer o culto sem impedimentos.

O papa continuar� sua jornada - sob alta prote��o e em total confinamento devido � pandemia de coronav�rus - com uma missa em uma igreja em Bagd�, seu primeiro encontro com os fi�is cat�licos do Iraque e de longe o que ele prefere.

No bairro central de Karrada, onde est� localizada a Igreja de S�o Jos�, blocos de concreto j� est�o bloqueando as ruas e for�as especiais est�o posicionadas.


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