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Estado de Minas GUNDREMMINGEN

Alemanha enfrenta dilemas com proximidade de descomissionamento nuclear


06/03/2021 08:57

A cidade b�vara de Gundremmingen se orgulha tanto de sua usina nuclear que seu bras�o contempla um �tomo gigante dourado.

Mas a mudan�a est� chegando � cidade, com o iminente fechamento de sua usina de acordo com a pol�tica de transi��o energ�tica da Alemanha.

A casa de seu ex-prefeito, Wolfgang Mayer, tem vista para o imponente complexo com suas duas torres de resfriamento de 160 metros, mais altas do que os pin�culos da Catedral de Col�nia.

A usina ainda gera 10 bilh�es de kWh de eletricidade ao ano, embora partes dela j� tenham sido desativadas. O volume � suficiente para abastecer toda a regi�o metropolitana de Munique.

A central ser� descomissionada em 31 de dezembro de 2021, juntamente com outras duas no norte da Alemanha.

At� o fim de 2022, a Alemanha ter� alcan�ado seu objetivo de elimina��o completa da energia nuclear, estabelecido pela chanceler Angela Merkel em 30 de maio de 2011, no rastro do desastre em Fukushima.

O plano representou uma mudan�a dram�tica de curso para os aliados conservadores de Merkel, que apenas alguns meses antes tinham concordado em estender a vida �til das usinas mais antigas da Alemanha.

Mas obteve apoio p�blico maci�o em um pa�s com um poderoso movimento antinuclear, primeiro alimentado pelo temor de um conflito durante a Guerra Fria e depois por desastres como o de Chernobyl.

- Como a igreja da cidade -

Em Gundremmingen, no entanto, a decis�o foi um rem�dio amargo.

A usina nuclear � "t�o parte da cidade quanto a igreja" e a sensa��o � de que "algo est� morrendo", afirmou Gerlinde Hutter, propriet�ria de uma hospedaria local.

Segundo Meyer, ser�o necess�rios ao menos 50 anos para remover todo o material radioativo do local depois que a usina for descomissionada.

O governo alem�o ainda busca um local para o armazenamento a longo prazo do lixo nuclear residual do pa�s.

Gundremmingen n�o � a �nica moradora da cidade a enfrentar grandes mudan�as, � medida que o pa�s avan�a para implementar sua estrat�gia de transi��o energ�tica.

As renov�veis t�m tido um crescimento espetacular desde 2011 e em 2020 compuseram at� mais de 50% da matriz energ�tica do pa�s pela primeira vez, segundo o instituto de pesquisas Fraunhofer em compara��o com menos de 25% dez anos atr�s.

O decl�nio da import�ncia da energia nuclear (12,5% em 2020) "foi compensado pela expans�o das energias renov�veis", disse � AFP Claudia Kemfert, especialista em energia no instituto de pesquisas econ�micas DIW.

As usinas nucleares n�o foram substitu�das pelo carv�o, embora o combust�vel f�ssil ainda represente quase um quarto da matriz energ�tica alem�.

- O dilema do g�s -

De fato, a elimina��o da energia nuclear se somou a outro plano, anunciado em 2019, de fechar todas as usinas t�rmicas a carv�o na Alemanha at� 2038.

Isto representa um desafio em particular para o pa�s, que se mant�m como o l�der mundial na produ��o de lignito (carv�o f�ssil).

A minera��o do carv�o marrom, que � altamente poluente, continua a provocar a destrui��o de cidades no oeste do pa�s a fim de expandir gigantescas minas a c�u aberto.

Se a Alemanha quiser se livrar do lignito, as fontes renov�veis como e�lica, solar, biomassa e hidrel�trica ter�o que alcan�ar 65% da matriz energ�tica at� 2030.

No entanto, o pa�s, que h� anos esteve na vanguarda da energia gerada pelo vento na Europa, instalou apenas 1,65 gigawatts (GW) de fazendas e�licas no ano passado - o menor n�vel em uma d�cada, segundo o grupo de defesa do setor WindEurope.

Para alcan�ar as metas do governo, a Alemanha teria que adicionar 9,8 GW de energia solar e 5,9 GW de e�lica onshore ao ano, segundo Kemfert.

Mas o desenvolvimento de novas �reas para a produ��o de energia e�lica e fotovoltaica � complexo, com projetos que enfrentam com frequ�ncia a resist�ncia de moradores locais e o risco de danos � paisagem.

E a menos que o armazenamento e a distribui��o possam ser implementadas atrav�s das chamadas usinas virtuais, estas novas formas de energia n�o t�m a mesma estabilidade das t�rmicas e nucleares.

Para assegurar o abastecimento, a Alemanha poderia, portanto, ser tentada a construir mais usinas t�rmicas a g�s.

Mas isso poderia refor�ar sua depend�ncia da R�ssia, como ilustrado pela pol�mica sobre a constru��o do gasoduto Nord Stream 2.

Uma usina t�rmica a g�s j� est� em funcionamento na cidade de Leipheim, vizinha a Gundremmingen.


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