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Estado de Minas LILONG�E

Restri��es da pandemia desesperam prostitutas do Malau�


19/03/2021 09:26

Sem avisar, a pol�cia dispersa com g�s lacrimog�neo os retardat�rios em frente aos bares de uma favela da capital do Malau� para impor o toque de recolher. "E como fa�o para viver?", lan�a Yvonne, uma jovem prostituta.

Seu bordel est� propositadamente localizado bem pr�ximo a um dos bistr�s mais movimentados da zona 25, em Lilongwe. Desde o in�cio das restri��es decretadas pela covid-19 e das batidas policiais di�rias, os clientes v�o embora �s 20h.

"Meu trabalho come�a ao anoitecer, quando todos se v�o", lamenta a jovem de 25 anos com um vestido vermelho justo e dreads loiros para destacar sua tez clara em uma mesa, bebendo um refrigerante junto com uma amiga. Nesses tempos de crise, n�o pode pagar outra coisa.

Pa�s muito pobre, o Malau� foi at� janeiro um dos �ltimos a n�o ter optado pelo confinamento para combater a pandemia.

Em abril de 2020, a Justi�a proibiu as restri��es para tentar salvar uma economia fr�gil, baseada principalmente no emprego informal. No in�cio deste ano, por�m, devido ao aumento das infec��es, o presidente Lazarus Chakwera ordenou um toque de recolher noturno, limitou a venda de �lcool e fechou as escolas por tr�s semanas.

Segundo dados oficiais, o Malau� tem quase 33.000 casos de covid-19 e cerca de mil mortes, para 18 milh�es de habitantes.

No m�s passado, dezenas de profissionais do sexo foram �s ruas para protestar contra as restri��es sanit�rias, que as privam de seu sustento.

"� injusto. Por causa das novas normas, n�o ganhamos dinheiro", acusam.

- "Pagar o col�gio" -

"A prostitui��o � um trabalho de verdade. Pagamos nossas contas, nossos alugu�is, mandamos nossos filhos para a escola com esse dinheiro", explica � AFP Zinenani Majawa, do sindicato de profissionais do sexo.

De acordo com a organiza��o, que milita para estender a abertura dos bares at� meia-noite e nos finais de semana, o pa�s tem mais de 20 mil prostitutas.

Neste pequeno Estado do sul da �frica, a lei pune o rufianismo (cafetinagem), mas n�o a prostitui��o.

Em Chipoka, uma cidade portu�ria que j� foi pr�spera �s margens do lago Malau�, Joyce Banda, de 58 anos, conta � AFP que passou por altos e baixos durante seus 33 anos como prostituta. Mas nada comparado aos problemas causados pela pandemia.

"Temos filhos para alimentar. Temos que nos lavar e lavar nossas roupas. Como vamos comprar sab�o, se os bares fecham �s 20 horas?", questiona angustiada.

"Onde vamos encontrar clientes?", pergunta Martha Mzumara, tamb�m prostituta.

Nem todos neste pa�s conservador se compadecem.

"Eu as considero um pouco ego�stas. Muitas empresas foram afetadas, v�rias fecharam. No Malau�, temos sorte de as grades estarem abertas", opina o juiz Madalitso Banda, da coaliz�o de defensores dos direitos humanos.

A Ordem dos Advogados do pa�s, a Law Society, acredita que as regras s�o "justificadas" no contexto de uma pandemia global.

"Alguns direitos podem ser limitados para salvaguardar outros", afirma a diretora Martha Kaukonde.


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