A Organiza��o Mundial da Sa�de divulgou seu novo relat�rio sobre medicamentos em desenvolvimento para combater as superbact�rias, assim chamadas porque s�o resistentes a muitas classes de antibi�ticos.
E a observa��o da OMS � sombria porque h� pouqu�ssimos novos medicamentos eficazes nos projetos dos laborat�rios farmac�uticos.
Mas estima que a mobiliza��o contra a covid-19 provou que um progresso r�pido pode ser feito quando estimulado por vontade pol�tica.
- Calcanhar de Aquiles -
"Os antibi�ticos s�o o calcanhar de Aquiles da cobertura universal de sa�de e de nossa seguran�a sanit�ria", comentou Haileyesus Getahun, respons�vel pela divis�o de resist�ncia a antibacterianos da OMS.
"As oportunidades que se apresentam � luz da pandemia de covid-19 devem ser aproveitadas para enfatizar a necessidade de investimento dur�vel (em pesquisa) para novos antibi�ticos eficazes", acrescentou.
Ele sugere a cria��o de um mecanismo global para arrecadar fundos para combater a resist�ncia das bact�rias, semelhante ao que foi feito para desenvolver vacinas contra a covid.
A covid-19 nos ensinou "como uma doen�a contagiosa pode se espalhar rapidamente", explicou Henry Skinner, que dirige o AMR Action Fund, em uma entrevista coletiva.
"Precisamos dos medicamentos certos dispon�veis para sempre sermos capazes de tratar essas infec��es e evitar que se transformem em uma pandemia", disse ele.
As bact�rias resistentes matam mais de 68.000 pessoas a cada ano na Europa e nos Estados Unidos. E � um problema indiscutivelmente mais grave em pa�ses de renda m�dia e baixa, mas os dados n�o est�o dispon�veis, segundo Peter Beyer, que chefia a Unidade de Coordena��o e Colabora��o Global sobre Resist�ncia a Antibacterianos.
A resist�ncia aumenta porque os antibi�ticos s�o muito e mal usados, seja na cria��o de animais ou no tratamento de humanos.
As bact�rias desenvolvem resist�ncia e n�o respondem mais aos tratamentos existentes.
� preciso, portanto, criar novos antibi�ticos, mas os grupos farmac�uticos relutam em investir grandes somas em um setor considerado pouco lucrativo.
- Anos 80 -
Desta forma, a maioria dos antibi�ticos que est�o no mercado s�o classes de drogas descobertas antes da d�cada de 1980, ressaltou a organiza��o.
Em seu relat�rio anual, observa que nenhum dos 43 antibi�ticos em desenvolvimento pode combater com efic�cia as bact�rias mais perigosas em circula��o.
Tamb�m aponta que 82% dos antibi�ticos autorizados recentemente pertencem a classes de medicamentos aos quais as bact�rias j� se mostraram resistentes.
"Embora existam produtos inovadores em desenvolvimento, � prov�vel que apenas uma fra��o deles chegue ao mercado devido aos altos �ndices de fracassos no processo", alertam os autores do relat�rio.
Pela primeira vez, a OMS tamb�m cataloga medicamentos antibacterianos n�o tradicionais. Identifica 27 deles, incluindo ant�genos monoclonais ou mesmo o uso de fagos, v�rus que infectam apenas bact�rias e que foram amplamente utilizadas atr�s da "cortina de ferro" durante a Guerra Fria e agora est�o sendo redescobertos no Ocidente.
GENEBRA