Ante as reclama��es sem precedentes de dentro do seu pr�prio partido, Biden voltou atr�s e afimou que se trata de uma decis�o tempor�ria, que dever� ser revisada para cima no m�s que vem.
Biden havia prometido inicialmente aumentar a cota, para receber at� 60 mil pessoas neste ano fiscal, que termina em outubro, com o compromisso de dobrar esse n�mero no ano seguinte, dentro de uma estrat�gia para romper com a ret�rica de seu antecessor, Donald Trump, contra a imigra��o. Mas em vez desse avan�o, a Casa Branca ir� manter as admiss�es em seu m�nimo, devido � necessidade de "reformular" o programa de admiss�o de refugiados, anunciou hoje no Twitter o assessor de seguran�a nacional, Jake Sullivan.
O programa afeta apenas as pessoas selecionadas pelas ag�ncias de seguran�a e intelig�ncia dos Estados Unidos nos acampamentos da ONU no mundo para serem alojadas no pa�s, principalmente as mais vulner�veis, como idosos, vi�vas e portadores de defici�ncia. Os imigrantes que solicitam ref�gio na fronteira passam por outro tr�mite.
O sistema herdado de Trump "estava ainda mais dizimado do que pens�vamos, o que requer uma reformula��o maior se quisermos reconstru�-lo para chegar aos n�meros com os quais nos comprometemos", indicou um funcion�rio americano, que n�o quis ser identificado. "Essa reconstru��o est� em andamento e ir� nos permitir sustentar um aumento do n�mero de admiss�es nos pr�ximos anos."
- 'Absolutamente inaceit�vel' -
O presidente da Comiss�o das Rela��es Exteriores do Senado, o democrata Bob Men�ndez, criticou que a Casa Branca "n�o s� tenha dificultado o n�mero de refugiados permitidos a entrar no pa�s, mas tamb�m impedido que o Departamento de Estado admita pessoas aprovadas que aguardam". Men�ndez descreveu o n�mero de 15.000 como "assustadoramente baixo".
"No momento em que enfrentamos a maior crise de refugiados da hist�ria, com 29,6 milh�es de refugiados em todo o mundo, a realoca��o � uma ferramenta que entrega prote��o �s pessoas que fogem da persegui��o", acrescentou.
Men�ndez n�o foi a �nica voz entre os democratas a criticar a decis�o. A congressista da ala esquerda do partido Alexandria Ocasio-Cortez a classificou como "absolutamente inaceit�vel". "Biden prometeu dar as boas-vindas aos imigrantes, e as pessoas votaram nele confiando nessa promessa. Manter as pol�ticas xenof�bicas e racistas do governo Trump � simplesmente um erro", protestou no Twitter.
A LIRS, uma das principais organiza��es que ajudam os refugiados nos Estados Unidos, informou que apenas 2 mil deles foram admitidos no pa�s este ano sob esse programa, e lamentou a decis�o de manter a cota de Trump, que chamou de "vergonhosa". V�rios congressistas republicanos, por sua vez, receberam com satisfa��o a decis�o de Biden.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, divulgou um comunicado respondendo �s cr�ticas e reconheceu que a decis�o de Biden gerou "uma certa confus�o". "Devido ao estado do programa de admiss�o de refugiados que herdamos, seu objetivo inicial, de 62,5 mil, parece dif�cil de ser alcan�ado", explicou.
Jen assinalou, no entanto, que o memorando assinado pelo presidente hoje visa apenas a reiniciar a m�quina o quanto antes. "O presidente ir� estabelecer em 15 de maio uma cota definitiva, revisada para cima, de refugiados at� o fim deste ano fiscal."
WASHINGTON