Importante aliado do Ocidente, l�der do Chade � morto em combate

Idriss D�by, o veterano presidente do Chade, governou o pa�s com m�o de ferro por 30 anos. Ele morreu nesta ter�a-feira, 20, um dia depois de conquistar seu sexto mandato, com 79% de apoio. Em vez de fazer um discurso da vit�ria, ele estava em um campo de batalha para enfrentar os rebeldes. Foi ferido e morreu.

O ditador, recentemente promovido a marechal, tinha o h�bito de vestir o uniforme militar e se juntar aos soldados. No �ltimo fim de semana, de acordo com informa��es do regime, ele visitou as tropas na linha de frente depois que rebeldes baseados na fronteira norte da L�bia avan�aram centenas de quil�metros em dire��o a Ndjamena, capital do Chade.

"O marechal Idriss D�by Itno, como fazia cada vez que as institui��es da rep�blica eram gravemente amea�adas, assumiu o controle das opera��es durante o heroico combate liderado contra os terroristas da L�bia. Ele foi ferido durante os combates e morreu ao ser repatriado para Ndjamena", disse o porta-voz das For�as Armadas.

Com a morte do ditador, o Parlamento do Chade foi dissolvido, e as autoridades impuseram um toque de recolher em todo o pa�s das 18h �s 5h. Segundo o regime, "as medidas foram tomadas para garantir a paz, a seguran�a e a ordem republicana". Ele foi substitu�do por um conselho de militares liderado por seu filho, Mahamat Idriss D�by Itno.

Para os pa�ses ocidentais, D�by e o Chade, localizado entre L�bia, Sud�o e Rep�blica Centro-Africana, eram aliados na luta contra grupos militantes isl�micos, incluindo fac��es ligadas ao Boko Haram, � Al Qaeda e ao Estado Isl�mico. A Fran�a, por exemplo, construiu em Ndjamena sua base militar de combate ao terrorismo no Sahel que, em fevereiro, recebeu de D�by um refor�o de 1.200 soldados chadianos que se juntaram aos mais de 5 mil franceses.

"A Fran�a perdeu um amigo corajoso", disse o gabinete do presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, por meio de um comunicado, elogiando o "forte apego � estabilidade e integridade territorial do Chade" expresso por D�by, ao mesmo tempo em que pediu um r�pido retorno ao governo civil e uma transi��o pac�fica.

Apesar dos elogios de Paris, o ditador era acusado de comandar um regime autorit�rio, que tortura e assassina advers�rios e persegue a imprensa. O pa�s tamb�m � considerado um dos mais corruptos no mundo no ranking da ONG Transpar�ncia Internacional sobre o tema, o Chade aparece na 160� posi��o entre 180 na��es avaliadas

Internamente, D�by vinha lidando com o crescente descontentamento p�blico relacionado principalmente � gest�o da riqueza gerada pelo petr�leo do Chade e � repress�o a dissidentes. Em 2018, o ditador aprovou uma nova Constitui��o que permitiria sua perman�ncia no poder at� 2033, quando completaria 81 anos.

Antes da �ltima elei��o, realizada em 11 de abril, disse: "Sei de antem�o que vencerei, como fiz nos �ltimos 30 anos." De acordo com os resultados oficiais do pleito, D�by recebeu 79% dos votos.

Sua carreira militar come�ou na d�cada de 70, quando o Chade estava imerso em uma longa guerra civil. Ap�s um treinamento na Fran�a, voltou a seu pa�s em 1978, dando seu apoio a Hiss�ne Habr�, que assumiria o poder em 1982, depois de conspirar para dep�r o ent�o chefe de Estado Goukouni Oueddei.

D�by conquistou a confian�a de Habr� e tornou-se chefe das For�as Armadas durante um regime acusado de matar 40 mil opositores e torturar 200 mil pessoas em oito anos. Mais tarde, por�m, seguiu os passos do antigo l�der e comandou uma campanha militar que derrubou Habr� em 1990, com apoio da L�bia de Muamar Kadafi. (Com ag�ncias internacionais)