"Fui intimada pela PF, como representante da @apiboficial , para depor em um inqu�rito por conta da webs�rie Marac�. A persegui��o desse governo � inaceit�vel e absurda! Eles n�o nos calar�o!", tuitou Guajajara, coordenadora executiva da Articula��o dos Povos Ind�genas do Brasil (APIB).
A APIB explicou em nota que a investiga��o foi "solicitada" pela Funai, �rg�o subordinado ao Minist�rio da Justi�a respons�vel pelos assuntos ind�genas, pela publica��o em 2020 da s�rie "Agora � a Vez do Marac�".
Na den�ncia, divulgada pelo portal de not�cias G1, o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, afirmou que essa s�rie "divulga informa��es distorcidas e tendenciosas (...) que acusam o governo de ter abandonado os �ndios" durante a pandemia do coronav�rus.
De acordo com esse relat�rio, a APIB lan�ou uma "campanha de cal�nia e difama��o", com uma "poss�vel cometimento de cal�nia e difus�o de fake news e estelionato" relacionadas com as mortes de popula��es ind�genas por covid-19.
Em nota enviada � AFP, a Funai indicou que "n�o comenta fatos que est�o sob apura��o em �mbito policial", mas destacou que a "investiga��o de atos supostamente il�citos reafirma seu compromisso" com o interesse p�blico, considerando que "todos os cidad�os, ind�genas e n�o ind�genas est�o submetidos � observ�ncia da lei brasileira."
A APIB chamou a den�ncia de uma tentativa de "criminalizar o movimento ind�gena".
A entidade acusa o governo de permitir um "genoc�dio ind�gena" durante a pandemia, que j� deixou 1.059 �ndios mortos e 53 mil infectados, segundo contagem da entidade, que inclui ind�genas de aldeias e cidades.
Dezenas de organiza��es ambientalistas, pol�ticos e personalidades como o popular youtuber Felipe Neto, ele pr�prio denunciado pelo governo, expressaram sua solidariedade a Guajajara nas redes sociais.
"O Observat�rio do Clima repudia a tentativa de intimida��o promovida pelo governo Bolsonaro contra a APIB e uma de suas lideran�as, Sonia Guajajara", disse a entidade em nota.
Juristas e especialistas em Direitos Humanos alertam para uma escalada de manobras legais e extrajudiciais para silenciar vozes que consideram dissidentes no Brasil.
BRAS�LIA