(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Aumenta para 28 o n�mero de mortos na opera��o policial no Rio


07/05/2021 20:13 - atualizado 07/05/2021 20:13

Aumentou para 28 o n�mero de mortos na opera��o policial em uma favela do Rio de Janeiro, que gerou protestos e uma enxurrada de cr�ticas nesta sexta-feira (7), al�m de um pedido da ONU para que sejam investigadas den�ncias de execu��es sum�rias.

Inicialmente, 25 mortes foram relatadas, incluindo um policial. No entanto, a Pol�cia Civil atualizou o n�mero para 28 na tarde desta sexta-feira. Um dia depois da opera��o sangrenta na favela do Jacarezinho, as autoridades n�o divulgaram os nomes das v�timas, com exce��o do policial falecido.

A a��o gerou protestos ao longo desta sexta-feira.

"Parem de nos matar!" dizia uma faixa em frente a uma passeata de centenas de pessoas que sa�ram da favela do Jacarezinho, onde ocorreu a trag�dia na quinta-feira, at� uma delegacia.

"Isso foi um dos atos mais b�rbaros da hist�ria da pol�cia", disse � AFP o estudante Roger Denis, que participou da protesto. "A gente est� pedindo justi�a por uma chacina injustific�vel."

Segundo grupos de direitos humanos, a opera��o policial foi a mais letal da hist�ria da cidade, acostumada, no entanto, a ataques violentos por parte das for�as de seguran�a em comunidades pobres com popula��o predominantemente negra.

A Pol�cia Civil argumentou que a incurs�o no Jacarezinho tinha o objetivo de desmantelar uma quadrilha que recrutava crian�as e adolescentes para o tr�fico de drogas, roubos, sequestros e assassinatos.

A a��o, no in�cio desta quinta-feira, transformou a �rea em um cen�rio de guerra, com cad�veres espalhados e grandes po�as de sangue nas ruas estreitas, disseram testemunhas.

A pol�cia afirma que as v�timas eram "criminosos", mas at� agora n�o identificou os corpos nem explicou as circunst�ncias nas quais os agentes abriram fogo, ao mesmo tempo que crescem as den�ncias de abuso de poder.

O porta-voz do Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, declarou-se "profundamente chocado" e pediu por uma investiga��o "independente, completa e imparcial".

"Lembramos �s autoridades brasileiras que o uso da for�a s� deve ser aplicado quando for estritamente necess�rio", disse em nota divulgada em Genebra. "A for�a letal deve ser usada como o �ltima recurso", disse ele.

O juiz do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin ordenou aos promotores do Rio de Janeiro que investiguem dois v�deos que circulam nas redes sociais, que parecem mostrar policiais cometendo assassinatos de forma indiscriminada.

"Os fatos relatados parecem extremamente graves. Em um v�deo, h� ind�cios de atos que, em tese, poderiam configurar execu��o arbitr�ria", escreveu Fachin.

- 'Foi execu��o' -

A pol�cia afirma que respeitou os protocolos e que atirou para se defender. Foram exibidas grandes quantidades de drogas e armas apreendidas durante a opera��o. Mas depoimentos de vizinhos, familiares e um v�deo que circula nas redes sociais levantam d�vidas a respeito.

Uma moradora do Jacarezinho contou � AFP que um jovem foi morto em sua casa, onde havia se refugiado ferido.

"O menino chegou baleado e como ningu�m da comunidade pode expulsar outro, ele ficou. Mas a pol�cia viu sangue e entrou gritando: 'Cad� ele? Cad� ele?'. S� tive o tempo de botar meus filhos pra c� atr�s de mim e eles assassinaram o garoto no quarto", disse.

Outra moradora contou ao portal UOL que seu marido, Jonas do Carmo dos Santos, de 32 anos, que trabalhava na constru��o civil e em uma pizzaria, foi baleado pela pol�cia quando sa�a para comprar p�o.

Testemunhas no local disseram que ele foi inicialmente baleado na perna e tentou fugir, mas os policiais "se aproximaram e terminaram de execut�-lo".

- Estrat�gia questionada -

Apoiadores de Bolsonaro n�o demoraram a defender a pol�cia. O presidente venceu as elei��es de 2018 com um discurso sobre armas. Tamb�m � pr�ximo da pol�cia e militares.

"Tudo bandido", disse o vice-presidente Hamilton Mour�o, general aposentado, referindo-se �s 24 pessoas mortas.

O Rio de Janeiro � conhecido por seu hist�rico de viol�ncia.

No ano passado, 1.245 pessoas foram mortas pela pol�cia no estado.

Especialistas em seguran�a e viol�ncia questionam por que as autoridades continuam a aplicar uma estrat�gia militar contra o crime organizado que, ao longo dos anos, resultou em altas taxas de mortalidade e poucos resultados.

"Depois que a pol�cia sai, os grupos locais nao ficam enfraquecidos, os traficantes encomendam mais fuzis e amanh� grupos locais armados dessas comunidades estar�o mais poderosos e mais fortes", disse Silvia Ramos, diretora do Observat�rio de Seguran�a da Universidade C�ndido Mendes.

"E a pol�cia vai ter que voltar e dar mais tiros e deixar a popula��o mais traumatizada", acrescentou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)