O movimento islamita Hamas anunciou uma salva de 130 foguetes contra o territ�rio israelense, com a qual o n�mero de proj�teis disparados desde o diminuto enclave palestino chegaria a cerca de 500 desde que o conflito come�ou a degenerar, na segunda-feira, segundo o ex�rcito israelense.
O Hamas advertiu que o novo ataque � uma resposta � destrui��o de um grande edif�cio de cerca de dez andares em Gaza, que abrigava, entre outros, os escrit�rios da emissora de TV local Al Qods.
Os ataques foram constantes ao longo do dia dos dois lados da fronteira. Na Faixa de Gaza morreram 65 pessoas, 16 delas crian�as.
Do lado israelense foram reportadas ao menos sete v�timas fatais. Um soldado morreu no disparo de um m�ssil antitanques e um menino ap�s a explos�o de um proj�til em Sederot.
O ex�rcito israelense informou sobre um alerta de disparo de foguetes no norte de Israel pela primeira vez desde o come�o do conflito. At� agora os alvos se limitavam ao centro e ao sul do pa�s.
O Hamas tamb�m admitiu a morte de v�rios comandantes, entre eles Bassem Issa, l�der de seu bra�o militar na Cidade de Gaza.
- "Dar uma li��o" -
Estes s�o os combates mais intensos desde a guerra de 2014, o que levou os Estados Unidos a anunciar o envio de um emiss�rio � regi�o, Hady Amr, vice-secret�rio de Estado adjunto encarregado de assuntos israelenses e palestinos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta que Israel "tem o direito de se defender", mas que depois de falar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, espera que os confrontos com os palestinos acabem em breve.
O Conselho de Seguran�a da ONU realizou nesta quarta outra reuni�o sobre o tema, mais uma vez sem chegar a um acordo para uma declara��o devido � oposi��o dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.
A R�ssia pediu, por sua vez, a reuni�o urgente do Quarteto para o Oriente M�dio, que tamb�m re�ne Uni�o Europeia e ONU.
O secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, pediu durante uma visita a Moscou a "desescalada" para proteger a vida dos civis "que morrem em condi��es absolutamente inaceit�veis".
"Deve se fazer tudo o poss�vel para prevenir um conflito mais amplo", acrescentou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Fontes diplom�ticas afirmaram � AFP que a ONU, com a ajuda do Catar e do Egito, iniciou uma media��o com as partes "afetadas" para conseguir uma distens�o.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan pediu, ao contr�rio, "dar uma li��o" a Israel.
- Clima de terror -
A televis�o israelense transmitiu na noite desta quarta imagens chocantes de uma multid�o de extrema direita espancando um homem - que consideravam um �rabe - at� ele ficar inconsciente em uma rua em Bat Yam, perto de Tel Aviv.
"A v�tima do linchamento est� gravemente ferida, mas est�vel", afirmou uma fonte m�dica.
A atual onda de viol�ncia tem origem nos dist�rbios do fim de semana na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Isl�, em Jerusal�m oriental, anexado por israel em 1967.
Na Cisjord�nia ocupada, j� morreram tr�s palestinos, mas o grosso dos combates ocorre em Gaza, sob o controle dos grupos armados palestinos, mais radicais.
A grande maioria dos foguetes do Hamas � interceptada pelo sistema de defesa a�rea C�pula de Ferro, mas n�o todos.
Em Givatayim, em pleno cora��o de Israel, uma localidade que at� agora n�o tinha sofrido o impacto de proj�teis, os moradores ficaram apavorados.
"Todas as janelas da minha casa arrebentaram e as paredes ficaram rachadas", explicou � AFP Galit Bialobopolo, de 50 anos.
A tens�o tamb�m explodiu em uma localidade mista, Lod, com 40% da popula��o �rabe, onde houve graves dist�rbios na v�spera.
Uma viol�ncia que o presidente israelense, Reuven Rivlin, qualificou de "pogrom" por parte de "uma multid�o �rabe sedenta de sangue".
Netanyahu declarou estado de emerg�ncia na cidade.
Alguns observadores temem que os dist�rbios civis se intensifiquem. Em v�rias cidades mistas do pa�s, manifestantes com bandeiras palestinas incendiaram carros e propriedades, atacaram motoristas e enfrentaram a pol�cia.
O ministro israelense da Defesa, Benny Gantz, disse durante uma visita � cidade de Ascalon que "o ex�rcito continuar� atacando (Gaza) para garantir uma calma total e duradoura" e assegurou que "s� quando tivermos alcan�ado este objetivo poderemos falar de tr�gua".
Diante deste clima, o Tribunal Penal Internacional (TPI) advertiu que podem ter sido cometidos crimes de guerra.
TEL AVIV