Denise O'Brien, uma professora universit�ria de 49 anos, aproveitou a oportunidade para ir ao Bridge Theatre de Londres na segunda-feira (17), onde os shows foram retomados.
"Estamos realmente em um ambiente sob controle. Sempre gostei do teatro, o setor vai morrer, se n�o o frequentarmos", declarou � AFP.
Heather Alderson, de 56 anos, que trabalha com publicidade, enfrentou a chuva e saiu do trabalho uma hora mais cedo para ir ao teatro pela primeira vez em 12 meses.
Existem mil maneiras de contar uma hist�ria, "mas nada melhor do que o teatro pela imers�o e o fato de ser ao vivo", afirma.
A pe�a "A Ratoeira" de Agatha Christie, recorde mundial de longevidade nos palcos, ressurgiu na segunda-feira no West End de Londres, o distrito dos teatros.
O musical "Os Miser�veis" ser� retomado na quinta-feira (20) no Sondheim Theatre, e "Sonho de uma Noite de Ver�o", de Shakespeare, nesta quarta-feira (19), no Globe Theatre.
O fechamento dos teatros colocou em risco milhares de empregos ao longo de 2020, um ano marcado por restri��es.
Apesar da reabertura, muitas salas n�o receber�o espectadores neste momento, porque as medidas de distanciamento reduzem a lucratividade de alguns espet�culos. Apenas um ter�o dos teatros do West End planeja reabrir.
- "Esperan�a" -
"Tudo o que queremos � poder reabrir completamente, mas j� � �timo poder faz�-lo parcialmente", disse � AFP o diretor da London Theatre Society e da organiza��o UK Theatre, Julian Bird.
Alguns meses atr�s, ele estimou que 70% dos teatros corriam risco de fal�ncia sem o apoio do Estado.
Um estudo da Federa��o das Ind�strias Criativas previu a perda de 200.000 empregos, se o governo n�o intervir.
O Executivo desembolsou quase 1,6 bilh�o de libras esterlinas (US$ 2,2 bilh�es) para o setor cultural.
Agora, Julian Bird est� mais otimista quanto ao futuro do teatro e do West End, que, em 2019, atraiu mais de 15 milh�es de visitantes, com um faturamento de quase 800 milh�es de libras (US$ 1,1 bilh�o).
"O panorama ainda � confuso, mas n�o t�o ruim quanto esper�vamos", avaliou ele. "Muito se aprendeu sobre a covid, e estou orgulhoso de que as salas sejam seguras", completou.
Segundo ele, "novos espet�culos est�o chegando", cheios de criatividade.
O apoio do governo permitiu que algumas estruturas continuassem funcionando, mas os aut�nomos, que representam cerca de 70% dos empregados do setor, foram duramente atingidos pelos confinamentos e pela precariedade.
Robbie Butler, t�cnico de ilumina��o de 27 anos, trabalhava no West End antes da pandemia. Sua baixa renda o for�ou, por�m, a aceitar outros empregos e a se mudar com sua fam�lia para Glasgow para sobreviver.
"� dif�cil fazer planos com tudo o que aconteceu no ano passado", afirmou. "Depois de um tempo � frustrante, voc� sente que eles o tratam com desd�m", desabafou.
Apesar das dificuldades, a reabertura progressiva da sociedade e da economia parece estar trazendo a esperan�a de volta.
"Os contratos come�am a chegar, e o telefone volta a tocar. O mundo volta a funcionar", disse Butler, "embora tamb�m haja apreens�o".
LONDRES