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Estado de Minas SEUL

Coreia do Norte, 'campe� mundial' de ciberassaltos


26/05/2021 09:08

A comunidade internacional se preocupa h� anos com o programa nuclear norte-coreano, mas, para muitos especialistas, a principal amea�a representada por este pa�s n�o s�o seus m�sseis, mas seu ex�rcito de "hackers" capazes de roubos espetaculares.

O regime � alvo de uma s�rie de san��es internacionais por seus programas de armas nucleares, que melhoraram substancialmente nesta �ltima d�cada sob o comando de Kim Jong-un.

Mas, � medida que a comunidade internacional se mobiliza contra suas ambi��es at�micas, Pyongyang desenvolveu habilidades impressionantes no campo da guerra cibern�tica.

"Os programas nucleares e militares da Coreia do Norte s�o amea�as de longo prazo, mas suas amea�as cibern�ticas s�o amea�as imediatas e realistas", observa Oh Il-seok, pesquisador do Instituto de Estrat�gia e Seguran�a Nacional de Seul.

Essa capacidade foi evidenciada em 2014, quando o pa�s foi acusado de estar por tr�s da invas�o dos est�dios Sony Pictures Entertainment para se vingar do filme "A Entrevista", uma s�tira que zombava de Kim.

Desde ent�o, o regime norte-coreano � suspeito de liderar v�rios ataques cibern�ticos em grande escala, como o roubo de US$ 81 milh�es do Banco Central de Bangladesh, em 2016, ou o ataque do "ransomware" WannaCry, que infectou 300.000 computadores em 150 pa�ses em 2017.

- "Guerras do futuro" -

As autoridades norte-coreanas sempre negaram as acusa��es. Em 2017, um porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores as chamou de "absurdas".

Em fevereiro, o Departamento de Justi�a dos Estados Unidos acusou tr�s norte-coreanos de uma s�rie de ciberataques.

Em seu relat�rio anual de avalia��o de amea�as, Washington estima que Pyongyang "provavelmente tem a capacidade de causar interrup��es tempor�rias e limitadas em algumas redes de infraestruturas cr�ticas" nos Estados Unidos.

De acordo com este relat�rio do Escrit�rio do Diretor de Informa��es Nacionais, o programa cibern�tico da Coreia do Norte representa "uma amea�a crescente em termos de espionagem, roubos e atentados".

Al�m disso, acusa Pyongyang de ter roubado centenas de milh�es de d�lares de institui��es financeiras, ou de plataformas de c�mbio de criptomoedas, "provavelmente para financiar as prioridades do governo, como programas nucleares e bal�sticos".

O programa cibern�tico da Coreia do Norte poderia remontar � d�cada de 1990.

"Todas as guerras do futuro ser�o guerras inform�ticas", teria previsto o falecido l�der norte-coreano Kim Jong-il, pai do atual presidente.

- Os mais brilhantes -

Atualmente, a unidade de guerra cibern�tica norte-coreana, a "Oficina 121", tem 6.000 membros que tamb�m operam no exterior, em particular em Belarus, China, �ndia, Mal�sia, ou R�ssia, de acordo com um relat�rio militar de 2020 dos EUA.

"Eles s�o altamente desenvolvidos, r�pidos e capazes de ataques elaborados", diz Scott Jarkoff, da empresa especializada CrowdStrike.

Os membros da Oficina 121 s�o treinados em diferentes linguagens de programa��o e sistemas operacionais em institui��es como a Universidade Mirim, disse � AFP o ex-aluno Jang Se-yul, que desertou em 2007.

Esta universidade aceita apenas 100 alunos por ano, escolhidos entre os mais brilhantes do pa�s.

"Eles nos ensinaram que dever�amos estar preparados para enfrentar a capacidade americana de guerra cibern�tica", contou Jang.

"Eles nos explicaram que t�nhamos que desenvolver nossos pr�prios programas de 'hacking', j� que a melhor defesa consiste em atacar o sistema de explora��o do inimigo", acrescentou.

O desenvolvimento desse tipo de programa de guerra cibern�tica � particularmente atraente para pequenos pa�ses, como a Coreia do Norte, "que est�o desatualizados em termos de equipamentos como avi�es, carros e outros sistemas de armas modernos", explica Martyn Williams, do Stimson Center.

"Tudo que voc� precisa para 'hackear' � um computador e uma conex�o com a Internet", completa.

A maioria dos programas cibern�ticos nos pa�ses � voltada para atividades de espionagem. E a Coreia do Norte se caracteriza por colocar sua capacidade a servi�o de objetivos financeiros.

- "Roubar � mais lucrativo" -

Com a pandemia, Pyongyang fechou suas fronteiras, isolando um pouco mais do mundo sua economia afundada por san��es. E tenta, h� anos, encontrar fontes de renda.

"Roubar � muito mais r�pido e potencialmente mais lucrativo do que fazer neg�cio, especialmente se voc� pode contar com 'hackers' muito talentosos", explica Williams.

Os tr�s norte-coreanos indiciados em fevereiro nos Estados Unidos s�o acusados de "hackear" empresas e institui��es estrangeiras, em particular o setor de criptomoedas, para tentarem se apropriar de cerca de US$ 1,3 bilh�o.

"Esses agentes norte-coreanos, que usam teclados de computador em vez de armas e roubam carteiras de criptomoedas em vez de sacolas cheias de dinheiro, s�o os campe�es mundiais dos assaltos a bancos", comenta o procurador federal John Demers.

A descentraliza��o das redes de criptomoedas permite que a Coreia do Norte contorne as san��es financeiras internacionais, de acordo com Jarkoff, e "facilmente lave dinheiro e leve-o para o pa�s fora do controle do sistema banc�rio global".

"As criptomoedas s�o atraentes por n�o serem controladas, serem sem fronteiras e relativamente an�nimas", acrescenta.


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