Em uma reuni�o de c�pula celebrada na segunda-feira em Bruxelas, os l�deres dos pa�ses europeus "pediram propostas de san��es por setor (...) E h� algumas que me v�m � cabe�a", afirmou Borrell em uma entrevista exclusiva.
"Belarus � um importante exportador de pot�ssio, 2,5 bilh�es de d�lares. Tudo passa pelos pa�ses b�lticos. � f�cil de controlar, se voc� realmente deseja", comentou Borrell antes de uma reuni�o informal de chanceleres europeus em Lisboa.
"Tamb�m podemos imaginar que o g�s que chega � Europa atrav�s de Belarus poderia passar por outro gasoduto. E Belarus perderia as taxas de tr�nsito, o que n�o � desprez�vel", completou.
No domingo, o governo de Belarus provocou um esc�ndalo internacional ao for�ar o pouso de um avi�o civil que viajava da Gr�cia para a Litu�nia, com o objetivo de prender um ativista opositor do presidente Alexander Lukashenko.
Em resposta, a UE decidiu fechar o espa�o a�reo do bloco para aeronaves de Belarus. Agora, a equipe de Borrell deve apresentar um plano de san��es econ�micas setoriais.
As san��es que a UE j� adotou s�o exclusivamente contra funcion�rios do governo bielorrusso, incluindo o presidente Lukashenko. As declara��es de Borrell indicam, no entanto, que Bruxelas tamb�m pretende mirar em aspectos centrais da economia do pa�s.
"Sequestrar um avi�o europeu para deter um passageiro provocou uma forte rea��o. Tomamos decis�es sobre o transporte a�reo, que ser�o dolorosas. Mas os l�deres europeus pediram mais", afirmou o diplomata espanhol.
- Rela��es com Moscou e Pequim -
A resposta ao dif�cil relacionamento com a R�ssia apresenta mais problemas. "Nem tudo funciona com san��es. Com a din�mica de 'eu te sanciono e tu me sancionas', entramos em uma espiral", advertiu.
"O Conselho Europeu nos pediu um relat�rio para junho para analisar em que ponto estamos com a R�ssia e o que pode ser feito. Mas insisto: n�o solicitaram san��es", disse.
Para Borrell, "as rela��es com a R�ssia s�o muito ruins, e agora estamos em um ponto em que temos que decidir qual ser� o pr�ximo passo".
O presidente russo, Vladimir Putin, tem "uma abordagem de confronto conosco e est� se tornando cada vez mais autorit�rio internamente. Mas precisamos ter cuidado. Diante da R�ssia, precisamos da unidade da UE para conseguir det�-la quando viola o direito internacional, mas tamb�m devemos poder falar com ela".
"Lamentavelmente, a UE nem sempre consegue encontrar a unidade. Cada Estado-membro tem seus pr�prios interesses, e a tenta��o de alguns � agir sozinho, com a ideia de que ser� melhor", lamentou.
A rela��o com os Estados Unidos tamb�m ilustra o dilema.
"Aqui tamb�m estamos muito divididos. H� pa�ses que sempre ficar�o alinhados com as posi��es americanas e outros que t�m uma vis�o mais aut�noma. Cada vez que digo a palavra autonomia estrat�gica, h� Estados-membros que dizem que querem nos distanciar dos Estados Unidos, querem enfraquecer a Otan. Mas isso n�o tem nada a ver", disse.
Ele acrescentou, no entanto, que "n�o h� escolha. N�o h� alternativa � Otan para a defesa territorial da Europa. Mas h� problemas para os quais n�s, europeus, devemos ser capazes de oferecer uma solu��o 'pan-europeia', porque nem a Otan nem os Estados Unidos v�o lidar com eles".
"A forma como a China se encaixa na governan�a global ser� decisiva no mundo em que vivemos. Se a Europa deseja ser um ator global, deve poder defender seus interesses econ�micos com a China sem precisar do patroc�nio dos Estados Unidos", afirmou Borrell.
- Pessimismo com o Afeganist�o -
O Afeganist�o � outro exemplo da dif�cil rela��o com os Estados Unidos. "O presidente (americano, Joe) Biden decidiu sair. Esta hist�ria terminou", disse.
"N�o sou muito otimista sobre o que vai acontecer. Quando voc� perde uma guerra, perde uma guerra", comentou.
"Para n�s, os europeus, surge a pergunta de como administrar nossa presen�a. Temos que assegurar um hospital e um aeroporto em funcionamento, se quisermos manter uma presen�a m�nima, mas n�o com recursos militares. Isto est� descartado", expressou.
Borrell reconhece que seu trabalho n�o � f�cil. "Este n�o � um trabalho para algu�m que se desanima rapidamente. � mais para o teimoso que acredita que a hist�ria tem um significado e que devemos avan�ar nesta dire��o, mesmo com pequenos passos. E eu acredito nisso".
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LISBOA
Chefe da diplomacia da UE cogita duras san��es contra exporta��es cruciais de Belarus
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