JBS acredita que ataque cibern�tico se originou em grupo criminoso com sede na R�ssia

A gigante brasileira do setor de carnes JBS � a mais recente v�tima de um ataque hacker em larga escala: sua unidade nos Estados Unidos informou ter sofrido extors�o por meio de um ataque cibern�tico que acredita ter se originado na R�ssia e que a obrigou a suspender parte de sua produ��o na Am�rica do Norte e na Austr�lia.

A empresa afirmou nesta ter�a-feira que "a grande maioria" de suas f�bricas estar�o funcionando amanh�. "Nossos sistemas est�o voltando ao ar e n�o poupamos recursos para combater essa amea�a", declarou Andr� Nogueira, CEO da JBS USA.

A unidade americana recebeu a demanda de "uma organiza��o criminosa provavelmente baseada na R�ssia" ap�s um ataque que afetou suas opera��es na Austr�lia e na Am�rica do Norte, explicou nesta ter�a-feira (1�) a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

O comunicado da Casa Branca vem menos de um m�s ap�s outro grande ataque cibern�tico com pedido de resgate encerrar temporariamente a rede da operadora de oleodutos Colonial Pipeline, que fornece cerca de 45% do combust�vel consumido na costa leste dos Estados Unidos.

Jean-Pierre lembrou que o governo Joe Biden ofereceu assist�ncia � JBS e que o Departamento de Agricultura j� conversou v�rias vezes com os dirigentes da empresa.

"A Casa Branca est� em contato direto com o governo russo sobre esta quest�o e envia a mensagem de que os Estados respons�veis n�o abrigam criminosos de 'ransomware'", disse a porta-voz.

'Ransomware' � um esquema que aproveita as falhas de seguran�a em um sistema de computador para bloque�-lo e exigir um resgate para reinici�-lo.

- V�rias f�bricas afetadas -

A JBS, multinacional brasileira especializada em produtos � base de carne bovina, su�na e frango, � uma das maiores empresas agroalimentares do mundo, com opera��es em Estados Unidos, Austr�lia, Canad�, Europa, M�xico, Nova Zel�ndia e Reino Unido.

"A JBS USA concluiu que foi alvo de um ataque organizado � seguran�a cibern�tica, que afetou alguns dos servidores que suportam seus sistemas de computador na Am�rica do Norte e na Austr�lia", disse a empresa em um comunicado divulgado nesta segunda-feira.

A JBS informou que seus servidores de backup n�o foram afetados pelo incidente, mas o comunicado n�o deu detalhes sobre a situa��o de suas unidades. A empresa n�o respondeu imediatamente �s perguntas da AFP.

Na Austr�lia, as opera��es da JBS foram paralisadas pelo ataque e at� 10.000 trabalhadores foram mandados para casa sem remunera��o, de acordo com um delegado sindical.

"Isso est� afetando as unidades de processamento da JBS (na Austr�lia)", disse o secret�rio sindical de Queensland, Matt Journeaux, � AFP. "Eles retiraram trabalhadores de todas as opera��es da JBS", acrescentou. Diversas f�bricas da JBS na Am�rica do Norte tamb�m foram afetadas.

Nos Estados Unidos, uma unidade de processamento em Wisconsin informou que n�o haveria produ��o na segunda-feira.

Outra f�brica em Utah tamb�m n�o estava operando. Em Iowa, quatro departamentos ficaram ociosos, enquanto as unidades restantes operavam normalmente.

O sindicato United Food and Commercial Workers, que representa os trabalhadores no Colorado e Wyoming, disse que os turnos de "matadouro" e "manufatura" foram cancelados na segunda-feira.

A divis�o canadense da JBS cancelou algumas opera��es na segunda e no in�cio da ter�a-feira, mas depois indicou no Facebook que reiniciaria a produ��o normalmente.

- Vulnerabilidades de ciberseguran�a -

A paralisa��o da Colonial Pipeline por v�rios dias em maio gerou p�nico nas compras em alguns estados dos EUA, terminando quando a empresa pagou aos hackers 4,4 milh�es de d�lares para desbloquear seus sistemas, reconheceu a empresa.

As autoridades dos EUA acusaram o DarkSide, um grupo de cibercriminosos supostamente baseado na R�ssia, o que Moscou nega.

As vulnerabilidades dos computadores da Colonial Pipeline levaram o governo Biden a impor, pela primeira vez, requisitos de seguran�a cibern�tica aos oleodutos.

Os incidentes da JBS e da Pipeline Colonial seguem-se ao ataque cibern�tico � empresa de software SolarWinds em 2020, atribu�do a um grupo apoiado pelo Estado russo.

Na semana passada, a Microsoft alertou que o grupo por tr�s do ataque cibern�tico � SolarWinds ressurgiu com uma s�rie de ataques a ag�ncias governamentais, centros de pesquisas, consultorias e outras organiza��es.

"O panorama da seguran�a cibern�tica est� em constante evolu��o e devemos nos adaptar para lidar com amea�as novas e emergentes", disse o chefe do Departamento de Seguran�a Interna dos Estados Unidos (DHS), Alejandro Mayorkas, em um comunicado na quinta-feira.

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