"Iniciei, a partir de 2 de junho, uma greve de fome e m�dica", escreveu Cesare Battisti, de 66 anos, que descreveu sua ala de seguran�a m�xima na pris�o de Rossano como um "t�mulo", em um texto enviado atrav�s de sua filha.
Ap�s a sua extradi��o para a It�lia, o ex-chefe dos Prolet�rios Armados pelo Comunismo (PAC) foi colocado, em janeiro de 2019, na pris�o de seguran�a m�xima de Oristano, na Sardenha, onde cumpria sua pena em regime de estrito isolamento reservado a detidos condenado por terrorismo.
Em 8 de setembro de 2020, ele anunciou, por meio de seu advogado, que faria uma greve de fome para se aproximar de sua fam�lia. Quatro dias depois, foi transferido para a pris�o de Rossano, na Cal�bria, onde est�o presos condenados por terrorismo isl�mico.
Sua filha Valentine ressaltou que todas as suas tentativas de transfer�ncia para impedir um isolamento, "que j� dura 28 meses", foram sistematicamente rejeitadas.
"Passei 40 anos no ex�lio levando uma vida de contribuinte, totalmente integrado � sociedade civil � custa de uma atividade profissional incessante, de uma envolvimento pac�fico em iniciativas culturais e beneficentes, em todos os lugares onde recebi ref�gio", afirma Cesare Battisti em sua carta.
Refugiado na Fran�a por 15 anos, depois no Brasil, foi preso em janeiro de 2019 na Bol�via, ap�s quase 40 anos foragido, e extraditado para a It�lia.
Poucas semanas depois de sua pris�o, pela primeira vez reconheceu perante um juiz sua responsabilidade nos assassinatos, ao mesmo tempo em que tomou dist�ncia da luta armada travada em seu pa�s nos 'anos de chumbo'.
Durante sua estadia na Fran�a de 1990 a 2004, Cesare Battisti se beneficiou da prote��o do presidente socialista da �poca, Fran�ois Mitterrand, que havia prometido n�o extraditar nenhum ativista de extrema esquerda que concordasse em desistir da luta armada.
Mas em 2004, o governo do presidente Jacques Chirac decidiu p�r fim � "jurisprud�ncia Mitterrand" e extraditar Battisti. Ele ent�o fugiu para o Brasil com uma identidade falsa.
Battisti foi condenado � pris�o perp�tua pelo assassinato em 1978 de Antonio Santoro, um guarda penitenci�rio, e Andrea Campagna, que trabalhava como motorista da pol�cia, um ano depois.
Ele tamb�m foi condenado por cumplicidade nos assassinatos em 1979 de Pier Luigi Torregiani, um joalheiro, e Lino Sabbadin, um a�ougueiro.
Na pris�o, Cesare Battisti continuou a escrever e publicar. Segundo seus parentes, ele terminou um novo romance que esperam poder publicar na Fran�a e no Brasil. "Ele s� tem escrita", apontam.
Depois de saber que Battisti confessou sua participa��o nos quatro assassinatos, o ex-presidente brasileiro Luiz In�cio Lula da Silva (2003-2010) se arrependeu de t�-lo protegido por anos.
ROMA