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Estado de Minas INTERNACIONAL

Opera��o do FBI contra o crime organizado prende 800 pessoas em 16 pa�ses


09/06/2021 08:19

Uma opera��o policial gigantesca contra o crime organizado prendeu ontem 800 pessoas em 16 pa�ses. A s�rie de batidas coordenadas em v�rias partes do mundo desmantelou redes criminosas que se comunicavam por um aplicativo criptografado, batizado de Anom, criado por americanos e australianos. O app vinha instalado em celulares distribu�dos pelo FBI e permitia monitorar conversas de cart�is, gangues e bandidos.

A Opera��o Escudo de Troia, liderada pelo FBI, envolveu policiais de Austr�lia, Su�cia, Holanda e Nova Zel�ndia. Em tr�s anos, eles monitoraram 27 milh�es de mensagens de 12 mil usu�rios em mais de 100 pa�ses, principalmente de mafiosos italianos, narcotraficantes, assassinos de aluguel e contrabandistas de armas.

A estrat�gia consistia em convencer os l�deres dos grupos a usarem os celulares do FBI, criando confian�a nos membros das organiza��es. O sucesso do Anom vem do fato de o aplicativo conter o tipo de criptografia que os criminosos procuram para escapar da vigil�ncia. A ferramenta foi apresentada como produto de uma operadora de telefonia fict�cia, que teria rede pr�pria, sem a necessidade de se conectar � internet.

No final das contas, a maior promo��o do Anom era feita pelos pr�prios criminosos. Os celulares personalizados, comprados no mercado paralelo, cresceram em popularidade entre eles � medida que as organiza��es de alto perfil atestavam sua integridade.

"Foi uma das maiores e mais sofisticadas opera��es policiais j� realizadas at� o momento na luta contra atividades criminosas criptografadas", disse Jean-Philippe Lecouffe, vice-diretor de opera��es da Europol, ag�ncia que coordena a atividade policial da Uni�o Europeia, em entrevista em Haia.

"O sucesso da Opera��o Escudo de Troia � um alerta �s organiza��es criminosas: suas comunica��es podem n�o ser seguras", afirmou Suzanne Turner, chefe do escrit�rio do FBI em San Diego, nos EUA. "� bom acreditar que a pol�cia em todo o mundo est� trabalhando em conjunto para combater o crime transnacional."

De acordo com Suzanne, o FBI resolveu encerrar a opera��o agora por dois motivos: as autoriza��es judiciais para escutas telef�nicas estavam a ponto de expirar e o esquema j� havia reunido provas suficientes para desmantelar v�rias organiza��es.

Ainda segundo o FBI, as a��es envolveram mais de 9 mil policiais em v�rias partes do mundo. Policiais de v�rios pa�ses cumpriram mandados em 700 locais, apreendendo 8 toneladas de coca�na, 22 toneladas de maconha, 2 toneladas de drogas sint�ticas, 250 armas de fogo, 55 carros de luxo e mais de US$ 48 milh�es. Al�m disso, os investigadores ganharam um entendimento importante sobre o funcionamento das redes criminosas modernas, que deve causar desdobramentos e alimentar outras investiga��es.

O FBI j� havia desarticulado plataformas criptografadas antes, mas � a primeira vez que seus agentes decidem comercializar um aplicativo pr�prio. A ideia surgiu em 2018, depois que seus agentes desmantelaram a empresa Phantom Secure, que fornecia telefones criptografados para criminosos.

Sentindo um v�cuo na demanda por esse tipo de produto, o FBI recrutou um ex-funcion�rio da Phantom Secure, que recebeu US$ 120 mil e uma redu��o de pena para distribuir o Anom. Em tr�s anos, 12 mil aparelhos foram vendidos para cerca de 300 organiza��es criminosas. O custo dos dispositivos variava de acordo com o pa�s, mas geralmente eles eram vendidos com assinatura de seis meses dispon�vel por US$ 1,7 mil nos EUA.

Os criminosos usavam o aplicativo como uma esp�cie de WhatsApp ou para mensagens de texto, comunicando-se em 45 idiomas, dando detalhes das opera��es. Em alguns momentos, segundo autoridades, eles se sentiram t�o seguros que abandonaram os c�digos e falavam diretamente sobre carregamentos, remessas e divis�o de lucro.

"Para se ter uma ideia da magnitude de nossa penetra��o, pudemos ver fotos de centenas de toneladas de coca�na escondidas em carregamentos de frutas. Vimos coca�na escondida em produtos enlatados", disse Calvin Shivers, diretor da divis�o de investiga��o criminal do FBI.

"H� 2 quilos enviados em malotes diplom�ticos franceses selados em Bogot�", escreveu um usu�rio, em mar�o de 2020. "O �nico problema � que os colombianos levam 50%. Parceiros, incluindo voc�, precisar�o dividir outros 5o%."

De acordo com Shivers, as informa��es obtidas pelo Anom tamb�m evitaram mais de 100 assassinatos e revelaram a atua��o de funcion�rios p�blicos e policiais corruptos. Segundo o FBI, foi poss�vel descobrir, por exemplo, que narcotraficantes sul-americanos usaram um distribuidor de bananas e uma empresa de atum do Equador para contrabandear coca�na para a �sia e a Europa, em parte subornando funcion�rios dos portos.

Para lembrar: uma cilada de US$ 1,2 bilh�o

Em setembro de 1983, o cartel de Medell�n enviou aos EUA um emiss�rio para comprar �ter. A presen�a de um colombiano encomendando 270 mil litros de um produto usado no processamento de coca�na chamou a aten��o da DEA (ag�ncia antidroga dos EUA).

Os americanos autorizaram a venda, mas colocaram dispositivos localizadores nos tambores. De Washington, eles puderam acompanhar o carregamento chegando � Col�mbia, subindo a cordilheira e parando em um ponto no meio da selva no departamento de Caquet�.

Imagens de sat�lite revelaram uma pista de pouso de mil metros, al�m de ondas de r�dio incomuns para uma regi�o no meio do nada. Em mar�o de 1984, unidades da pol�cia colombiana foram enviadas e descobriram "Tranquilandia", o maior laborat�rio clandestino j� visto at� ent�o. A opera��o foi conclu�da com a apreens�o de 13,8 toneladas de coca�na avaliadas em US$ 1,2 bilh�o. (COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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