O n�vel de participa��o ser� decisivo, ap�s as consultas eleitorais anteriores - a elei��o presidencial de 2019 e o referendo constitucional de 2020 - marcadas por uma absten��o hist�rica.
A vota��o terminar� �s 19h00 (15h00 de Bras�lia) e os resultados oficiais n�o s�o esperados at� domingo.
Como de costume, os eleitores n�o pareciam apressados esta manh� em Argel, onde o comparecimento � tradicionalmente baixo, de acordo com jornalistas da AFP.
"Nunca votei e desta vez ser� a mesma coisa. N�o acho que as coisas possam mudar", disse � AFP Fatiha, uma comerciante de 50 anos.
"Votei pela estabilidade do pa�s. Estamos cercados de perigo. Aqueles que rejeitam a vota��o n�o oferecem alternativa realista", defendeu Hamid, um executivo de 60 anos.
Em Kabylia, uma regi�o rebelde onde a participa��o foi quase zero durante as consultas eleitorais anteriores, a grande maioria dos centros de vota��o n�o abriu em B�ja�a e Tizi Ouzou, de acordo com Sa�d Salhi, vice-presidente da Liga Argelina para a Defesa dos Direitos Humanos (LADDH).
Esta s�o as primeiras legislativas desde o levante popular sem precedentes e pac�fico, nascido em 22 de fevereiro de 2019 da rejei��o de um 5� mandato do presidente Abdelaziz Bouteflika, que foi levado quase dois meses depois a renunciar ap�s 20 anos de reinado.
Ao final de uma campanha ap�tica, os partidos pr�-governo apelaram � participa��o na vota��o, enquanto o Hirak, que clama, em v�o, por uma mudan�a radical do "sistema" de governan�a em vigor desde a independ�ncia (1962), denunciou uma "farsa eleitoral". A oposi��o laica e de esquerda boicota a vota��o.
O regime est� determinado a impor sua vontade eleitoral, ignorando as reivindica��es do Hirak - Estado de direito, transi��o democr�tica, soberania popular, justi�a independente.
"Para mim, o comparecimento n�o importa. O que importa � que aqueles em quem o povo vota tenham legitimidade suficiente", disse o presidente Abdelmadjid Tebboune, dizendo que estava "otimista" depois de ter votado em Argel.
Cerca de 24 milh�es de argelinos s�o chamados a eleger os 407 deputados da Assembleia Nacional para um mandato de cinco anos. Eles devem escolher entre cerca de 1.500 listas, mais da metade das quais "independentes".
� a primeira vez que um n�mero t�o grande de independentes se apresenta contra candidatos endossados por partidos - amplamente desacreditados e responsabilizados pela crise no pa�s.
Os vencedores das legislativas de 2017, a Frente de Liberta��o Nacional (FLN) e a Reuni�o Democr�tica Nacional (RND), associados � era de Abdelaziz Bouteflika, est�o hoje desacreditados.
Com a aproxima��o das elei��es, o chefe do Estado-Maior do Ex�rcito, o general Sa�d Chengriha, advertiu contra "qualquer plano ou a��o que vise perturbar" a vota��o.
Considerado a fachada civil da institui��o militar, o governo tem feito esfor�os nos �ltimos meses para reprimir os protestos, proibindo manifesta��es e aumentando as pris�es e processos judiciais contra opositores, ativistas, jornalistas e advogados.
Tr�s figuras do Hirak presas na quinta-feira - o opositor Karim Tabbou, Ihsane El Kadi, diretor de uma esta��o de r�dio, e o jornalista independente Khaled Drareni - foram libertados nesta madrugada.
Estimando j� ter respondido �s reivindica��es do Hirak, o governo negou durante v�rios meses qualquer legitimidade a este movimento, que acusa de ser instrumentalizado por "partes estrangeiras".
"Estas elei��es honestas e transparentes v�o derrotar todas as maquina��es diab�licas fomentadas (contra a Arg�lia)", assegurou neste s�bado o porta-voz do governo, Amar Belhimer.
Cerca de 222 pessoas est�o atualmente presas por atos relacionados ao Hirak liberdades individuais, de acordo com o Comit� Nacional para a Liberta��o de Detidos.
Para a organiza��o Human Rights Watch, que denuncia uma "assustadora escalada repressiva", "as vagas promessas de abertura e di�logo do presidente (Abdelmadjid) Tebboune s�o estilha�adas contra a realidade da repress�o".
ARGEL