Equipes abrem t�neis em busca de sobreviventes do pr�dio que desabou em Miami

Os trabalhadores de resgate que cavaram febrilmente h� cinco dias completos nesta segunda-feira, 28, acreditam na possibilidade de encontrar sobreviventes nos escombros do edif�cio 12 andares em Surfside, na regi�o de Miami, na Fl�rida (EUA), que desmoronou parcialmente na �ltima semana. Essa � a esperan�a a que os membros da fam�lia de desaparecidos se agarraram, mesmo que ningu�m tenha sido retirado vivo dos escombros desde as primeiras horas de buscas ap�s a queda da estrutura.

No domingo, 27, o n�mero de mortes confirmadas aumentou de quatro para um total de nove. Mas mais de 150 pessoas ainda est�o desaparecidas em Surfside, inclusive uma crian�a brasileira. Familiares dos desaparecidos viajaram at� o local para acompanhar o intenso esfor�o de resgate, que inclui bombeiros, c�es farejadores e especialistas em busca, que utilizam radares e sonares na localiza��o.

No in�cio desta segunda-feira, um guindaste ergueu uma grande laje de concreto da pilha de entulho, permitindo que cerca de 30 salvadores se deslocassem e transportassem peda�os menores de destro�os para baldes vermelhos, que s�o esvaziados numa caixa maior para ser removida pelo guindaste.

As buscas t�m sido complicadas por pancadas de chuva intermitentes que atingem a �rea, mas pelo menos os inc�ndios que atrapalharam a busca inicial foram extintos. Andy Alvarez, um comandante adjunto do Corpo de Bombeiros de Miami-Dade, disse ao "Good Morning America" do canal ABC que os socorristas conseguiram encontrar alguns bols�es de ar dentro dos destro�os, principalmente no subsolo e nas �reas de estacionamento.

"Temos mais de 80 equipes de resgate no momento que est�o rompendo as paredes que desabaram, num esfor�o fren�tico para tentar resgatar aqueles que ainda s�o vi�veis e para chegar aos vazios que normalmente sabemos que existem nesses edif�cios", disse Alvarez.

"Conseguimos fazer um t�nel atrav�s dos escombros do edif�cio", acrescentou Alvarez. "Esta � uma busca fren�tica por esperan�a, por milagre, para ver quem podemos trazer vivo para fora deste edif�cio". Ele disse que os socorristas, tal como as fam�lias, continuam � espera de boas not�cias. "� preciso ter esperan�a e � preciso ter f�", disse ele.

Outros que viram os destro�os de perto ficaram assustados com a tarefa que se avizinhava. Alfredo Lopez, que vivia com a mulher num apartamento no 6� andar do pr�dio, num canto do edif�cio que escapou por pouco do desastre, disse que acha dif�cil acreditar que algu�m esteja vivo nos escombros.

O ministro israelita para Assuntos da Di�spora, Nachman Shai, chefe de uma delega��o humanit�ria de Israel que inclui v�rios peritos em busca e salvamento, disse que os profissionais j� trabalharam em casos em que foram encontrados sobreviventes ap�s 100 horas ou mais. "Portanto, n�o percam a esperan�a, � isso que eu diria", disse ele.

Entre as ferramentas de salvamento utilizadas est� um dispositivo de radar de microondas desenvolvido pelo Laborat�rio de Propuls�o a Jato da Nasa e pelo Departamento de Seguran�a Interna. O equipamento "v�" at� 8 polegadas (20 cent�metros) de concreto s�lido, segundo Adrian Garulay, CEO do Spec Ops Group. O dispositivo � capaz de detectar a respira��o humana e os batimentos card�acos e passou a ser usado no domingo por uma equipa de busca e salvamento de sete membros da comunidade judaica do M�xico.

A prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, disse que seis a oito equipas est�o a procurar ativamente a pilha em qualquer momento, com centenas de membros da equipe em espera prontos para entrar em a��o. Ela disse que as equipas t�m trabalhado 24 horas por dia desde quinta-feira, e que n�o houve falta de pessoal.

Algumas fam�lias esperavam que a sua visita ao local das buscas lhes permitisse gritar mensagens aos entes queridos possivelmente enterrados nas profundezas da pilha de concreto. Ao regressarem a um hotel pr�ximo, v�rias fizeram uma pausa para trocar abra�os ao descerem do �nibus. Outros caminharam lentamente com os bra�os entrela�ados uns nos outros.

"Estamos apenas � espera de respostas. � isso que queremos", disse Dianne Ohayon, cujos pais, Myriam e Arnie Notkin, estavam no edif�cio. "� dif�cil passar por estes longos dias e ainda n�o ter qualquer resposta".

O edif�cio ruiu poucos dias antes de um prazo para os propriet�rios dos apartamentos come�arem a fazer pagamentos elevados, com valor total superior a US$ 9 milh�es em repara��es que tinham sido recomendadas quase tr�s anos antes, num relat�rio que alertava para "grandes danos estruturais".

Earl Tilton, que dirige uma empresa de consultoria de busca e salvamento na Carolina do Norte, disse que qualquer tipo de precipita��o nas a��es nos escombros pode ferir ou matar os salvadores e as pessoas que est�o ainda podem estar com vida. "Mover errado um peda�o de destro�o pode causar quedas" sobre os trabalhadores e esmag�-los, disse ele.

Mas Tilton concordou que as fam�lias n�o estavam erradas em continuar a ter esperan�a. Durante os resgates urbanos passados, disse ele, os socorristas encontraram sobreviventes desde uma semana ap�s a cat�strofe inicial.

O condom�nio Champlain Towers fica na Collins Avenue, no canto sudeste de Surfside. A edifica��o foi constru�da em 1981 e tinha 12 andares e 136 apartamentos - estima-se que 55 deles desmoronaram. Algumas unidades de dois quartos s�o negociadas atualmente no mercado com pre�os entre US$ 600 mil e US$ 700 mil, segundo a pol�cia local (entre R$ 3 milh�es e R$ 3,5 milh�es na cota��o atual).