(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ALLAHABAD

�guas sagradas do rio Ganges e os mortos por covid-19


29/06/2021 07:12

Entre juncos marrons, os corpos envoltos em tecidos de cor a�afr�o flutuam nas �guas sagradas do rio Ganges, uma triste recorda��o da viol�ncia do surto de coronav�rus na �ndia, que em poucas semanas provocou dezenas de milhares de morte.

Durante os meses de abril e maio, cemit�rios e cremat�rios ficaram sobrecarregados com o elevado n�mero de mortes por covid-19.

Por falta de espa�o, ou de recursos, muitas fam�lias do norte e do leste da �ndia se viram obrigadas a entregar os corpos de seus entes queridos �s �guas do Ganges, rio sagrado para os hindus.

Outras optaram por enterrar as v�timas em sepulturas pouco profundas nas margens de areia do grande rio.

Com o in�cio das chuvas de mon��es, as inunda��es provocaram fortes correntes que desalojaram os mortos enterrados nas margens do rio.

Quase 150 corpos que flutuaram nas �ltimas tr�s semanas foram cremados, informaram � AFP as autoridades de Allahabad, um importante local de peregrina��o hindu do estado de Uttar Pradesh (norte).

Agora, as piras funer�rias se multiplicam nas margens do rio, ao lado de pilhas de lenha, com a previs�o de que mais corpos ser�o recuperados e cremados.

Dezenas de corpos parcialmente submersos continuam no rio, constatou a AFP.

As autoridades da cidade calculam que at� 600 corpos foram enterrados nas margens do Ganges durante a segunda onda da pandemia na �ndia.

Alguns moradores consideram, no entanto, que o n�mero est� subestimado e temem que mais corpos apare�am durante as pr�ximas inunda��es.

Milh�es de hindus comparecem tradicionalmente ao Ganges para banhos e lavar seus pecados, ou para a organiza��o de rituais funer�rios, com a crema��o dos mortos. Em seguida, as cinzas s�o espalhadas nas �guas do rio.

Sonu Chandel, um barqueiro que trabalha em um cremat�rio �s margens do Ganges, lembra as cenas de alguns meses atr�s, com enterros sum�rios que o deixaram chocado. Agora est� preocupado com a alta do n�vel das �guas.

"Foi muito triste ver pessoas pobres enterrando seus entes queridos de maneira indigna, mas o aumento do n�vel da �gua piorou as coisas", disse � AFP.

"H� sempre o medo de (um corpo) bater no meu remo, ou (meu barco) passar por cima de cad�ver, � medida que o n�vel da �gua sobe", completou.

Esta situa��o "pode provocar doen�as perigosas. O governo deve ter um plano", declarou � AFP Dipin Kumar, que vive perto do Ganges, em Allahabad.

Os moradores de outros pontos religiosos importantes do norte da �ndia temem que a presen�a prolongada de corpos infecte ainda mais o rio, um dos mais polu�dos do mundo.

A pol�cia e as equipes de resgate patrulham o rio em busca de mais corpos.

As autoridades usam duas embarca��es na miss�o e, �s vezes, recorrem aos pescadores locais.

"O fluxo � muito r�pido", disse um policial � AFP. "No momento � um desafio retirar os corpos".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)