"O consenso � a coluna vertebral constitutiva do Mercosul, seu DNA, sua raz�o de ser. � uma regra. E n�o devemos esquecer essas regras em um contexto global de grande incerteza", disse Fern�ndez, ao iniciar a c�pula em que transfere para o Brasil a presid�ncia tempor�ria do grupo.
Com essas afirma��es, Fern�ndez destacou a resist�ncia da Argentina a uma maior abertura comercial, defendida pelo Uruguai e Brasil, pa�ses que sugerem a possibilidade de negociar individualmente com terceiros pa�ses ou blocos e tamb�m de reduzir a tarifa externa comum.
"O uso da regra do consenso como instrumento de veto e o apego a vis�es arcaicas com vi�s defensivo ter�o �nico efeito de consolidar o sentimento de ceticismo e d�vida quanto ao verdadeiro potencial dinamizador do Mercosul", respondeu Bolsonaro.
O presidente brasileiro tamb�m criticou a atual gest�o da Argentina nesta quinta-feira pela falta de avan�os na flexibiliza��o do Mercosul e prometeu que, sob sua dire��o, vai trabalhar "pelo resgate dos valores originais do bloco", de abertura e integra��o.
- Uruguai, fora e dentro -
A tens�o chegou ao m�ximo no Mercosul depois que o Uruguai anunciou, na quarta-feira, que avan�ar� nas negocia��es comerciais extrazona, apesar de uma decis�o adotada no ano 2000, conhecida como pela qual os s�cios devem ter o consentimento de suas contrapartes para selar acordos comerciais com terceiros pa�ses.
O governo de Luis Lacalle Pou "entende que a decis�o n�o est� em vigor", expressou o Minist�rio das Rela��es Exteriores uruguaio em um comunicado posterior a uma reuni�o virtual de ministros da Economia e chanceleres do bloco.
Lacalle Pou tentou tranquilizar seus s�cios nesta quinta-feira, mas sem mudar de ideia.
"O Uruguai quer avan�ar com o Mercosul, temos mais for�a, mais dimens�o e mais poder negociador com o mundo", declarou o presidente uruguaio na c�pula, ao garantir que seu pa�s vai "respeitar o ordenamento jur�dico vigente do Mercosul".
No entanto, ressaltou que o Uruguai n�o vai hesitar nas negocia��es comerciais. "Com tranquilidade e com um conceito mercosuliano, queremos dizer a voc�s, como j� foi anunciado ontem, que o Uruguai caminha para isso. Espero que possamos ir todos juntos, mas o que est� claro � que n�s vamos", enfatizou.
- "Quatro pa�ses, n�o tr�s ou dois" -
Neste contexto, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Ben�tez, fez um apelo � coes�o e pediu uma c�pula presencial que ajude a aproximar as posi��es.
"Tenho certeza de que vamos encontrar o caminho para continuarmos avan�ando juntos. O Paraguai v� o Mercosul formado por quatro membros, n�o um Mercosul de tr�s ou de dois. N�o quero que, no final desta c�pula, a percep��o seja de que houve um retrocesso", afirmou.
Em meio �s tens�es, cada pa�s transmitiu separadamente o discurso de seu pr�prio presidente, ao contr�rio do h�bito hist�rico do bloco de transmitir ao vivo os discursos para todos os pa�ses s�cios.
Criado em 1991, o Mercosul representa um mercado de 300 milh�es de pessoas, com um territ�rio de mais de 14 milh�es de quil�metros quadrados.
Al�m de seus quatro s�cios plenos, tamb�m conta com a Bol�via como Estado livre associado. A Venezuela est� suspensa.
BUENOS AIRES