Em transmiss�o ao vivo pela televis�o e pelo r�dio, o l�der comunista, rodeado por v�rios de seus ministros, garantiu que seu governo est� tentando "enfrentar e superar" as dificuldades diante das san��es dos Estados Unidos, refor�adas desde o mandato de Donald Trump.
"O que querem com essas situa��es? Provocar revoltas sociais, provocar mal-entendidos" entre os cubanos, mas tamb�m "a famosa mudan�a de regime", denunciou o presidente.
Os promotores dos protestos "tiveram a resposta que mereciam e continuar�o a ter, como na Venezuela", um grande aliado de Cuba, acrescentou.
Biden, por sua vez, pediu ao "regime cubano que, em vez de se enriquecer, ou�a seu povo e atenda suas necessidades", segundo nota.
"Estamos com o povo cubano e seu claro apelo por liberdade", disse ele.
A internet m�vel, que chegou a Cuba no final de 2018 e permitiu a transmiss�o ao vivo de cerca de 40 protestos contra o governo em toda a ilha no domingo, continuava cortada na manh� desta segunda-feira.
- M�xico oferece ajuda -
Milhares de cubanos, fartos da crise econ�mica, que agravou a escassez de alimentos e medicamentos e obrigou o governo a cortar a eletricidade por v�rias horas por dia, sa�ram �s ruas espontaneamente no domingo em dezenas de cidades em todo o pa�s.
Amplamente divulgados nas redes sociais, os protestos antigoverno come�aram pela manh�, um fato incomum neste pa�s governado pelo Partido Comunista, onde as �nicas concentra��es autorizadas costumam ser as do pr�prio partido �nico.
"Abaixo a ditadura!", "Que saiam!" e "P�tria e vida!" - t�tulo de uma can��o pol�mica -, gritaram milhares de manifestantes nas ruas de San Antonio de los Ba�os, uma pequena cidade de 50 mil habitantes a cerca de 30 km da capital Havana.
"Liberdade!", entoaram outras centenas em v�rias concentra��es em Havana, onde houve confrontos entre os manifestantes e a pol�cia, que usou g�s lacrimog�neo.
Embora D�az-Canel tenha reconhecido a insatisfa��o de alguns cubanos, lan�ou aos revolucion�rios "a ordem de combate", para que "tomem as ruas onde quer que ocorram essas provoca��es".
Moscou, um dos principais defensores das autoridades cubanas desde os tempos sovi�ticos, alertou nesta segunda-feira contra qualquer "interfer�ncia externa" na crise.
"Consideramos inaceit�vel qualquer inger�ncia externa nos assuntos internos de um Estado soberano e qualquer a��o destrutiva que favore�a a desestabiliza��o da situa��o na ilha", disse Maria Zakharova, porta-voz do minist�rio russo das Rela��es Exteriores.
O presidente do M�xico, Andr�s Manuel L�pez Obrador, rejeitou a pol�tica "intervencionista" da situa��o em Cuba e se ofereceu para enviar ajuda humanit�ria.
O M�xico poderia "ajudar com rem�dios, vacinas (contra a covid-19), com o que for necess�rio e com alimenta��o, porque sa�de e alimenta��o s�o direitos humanos fundamentais", disse o presidente esquerdista em sua confer�ncia matinal.
No domingo � noite, o governo dos Estados Unidos advertiu as autoridades cubanas contra o uso da viol�ncia contra "manifestantes pac�ficos".
No Twitter, a subsecret�ria do Departamento de Estado dos EUA, Julie Chung, pediu "calma".
"Estamos profundamente preocupados com os 'chamados ao combate' em Cuba. Defendemos o direito de reuni�o pac�fica do povo cubano", escreveu.
"Os Estados Unidos apoiam a liberdade de express�o e de reuni�o em Cuba e condenariam fortemente qualquer uso da viol�ncia contra manifestantes pac�ficos que estejam exercendo seus direitos universais", tuitou o conselheiro de Seguran�a Nacional do governo americano, Jake Sullivan.
- Carece de autoridade moral -
"O assessor de Seguran�a Nacional da Casa Branca carece de autoridade pol�tica e moral para falar sobre #Cuba", reagiu o chanceler cubano Bruno Rodr�guez no Twitter nesta segunda-feira.
"Seu governo destinou centenas de milh�es de d�lares para a subvers�o em nosso pa�s e imp�e um bloqueio genocida, principal respons�vel pelas defici�ncias econ�micas", acrescentou.
Ap�s uma breve reconcilia��o entre 2014 e 2016, as rela��es diplom�ticas entre Cuba e Estados Unidos est�o em seu n�vel mais baixo desde que Donald Trump refor�ou o embargo em vigor desde 1962.
Essas san��es e a aus�ncia de turistas, devido � pandemia, mergulharam Cuba em uma profunda crise econ�mica e geraram forte insatisfa��o social.
As manifesta��es tamb�m ocorreram em um contexto de forte aumento de casos de coronav�rus na ilha.
No total, Cuba registrou oficialmente 238.491 casos, incluindo 1.537 mortes, para 11,2 milh�es de habitantes.
Situa��o que tem levado muitos cubanos a usar a palavra-chave #SOSCuba nas redes sociais, para solicitar que a ajuda humanit�ria externa seja autorizada pelo governo.
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