"O cessar-fogo entre as for�as afeg�s e o os talib�s entrou em vigor �s 10h da manh� de hoje (quinta-feira, hor�rio local) e foi negociado pelos l�deres tradicionais", afirmou � AFP o governador da prov�ncia, Hessemuddin Shams, acrescentando que a tr�gua n�o tem um tempo espec�fico determinado.
Os talib�s atacaram Qala-i-Naw v�rias vezes desde 7 de julho, tornando-a a primeira capital provincial atacada desde o in�cio de sua ofensiva total contra as for�as afeg�s, no in�cio de maio. Em todas as ocasi�es, foram rejeitados ap�s intensos combates.
Horas antes de anunciar o acordo, um respons�vel do governo explicou que os talib�s haviam proposto um cessar-fogo de tr�s meses em troca da liberta��o de 7.000 de seus militantes presos em pres�dios afeg�os.
A oferta dos talib�s traz "uma exig�ncia consider�vel", declarou � imprensa o negociador Nader Nadery, porta-voz da delega��o governamental nas negocia��es de paz iniciadas em setembro em Doha, capital do Catar, atualmente estagnadas.
Nadery, que posteriormente disse que nenhuma proposta oficial havia sido feita, afirmou que no ano passado 5.000 presos talib�s foram libertados para iniciar as negocia��es de Doha e que depois "a viol�ncia n�o cessou, pelo contr�rio, aumentou".
Os talib�s assumiram o controle de grandes por��es do territ�rio afeg�o nos �ltimos dois meses, gra�as a uma ofensiva lan�ada em paralelo com a retirada final das tropas estrangeiras do Afeganist�o. Esta sa�da come�ou no in�cio de maio e deve ser conclu�da at� o final de agosto.
Privadas do crucial apoio americano, as for�as afeg�s oferecem pouca resist�ncia e agora controlam apenas as capitais provinciais e as estradas principais.
- Multid�o incontrol�vel -
Os insurgentes assumiram, em particular, o controle dos principais postos de fronteira com Ir�, Turcomenist�o, Tadjiquist�o e, desde quarta-feira, o Paquist�o, rota de acesso do Afeganist�o ao oceano, um pa�s sem litoral.
Nesta quinta-feira, os talib�s patrulhavam a cidade estrat�gica de Spin Boldak, capturada no dia anterior. Agora, controlam tamb�m o eixo principal que conecta o posto de fronteira com o Paquist�o pr�ximo a Kandahar, a grande cidade do sul do Afeganist�o.
"O mercado est� fechado, e os comerciantes temem que a situa��o degenere", disse � AFP Mohammad Rasoul, morador de Spin Boldak, a cerca de 30 quil�metros da fronteira.
No posto fronteiri�o de Weish, no lado afeg�o, a bandeira branca dos talib�s seguia vis�vel nesta quinta, depois da retirada da bandeira nacional no dia anterior, observou um correspondente da AFP no lado paquistan�s da fronteira.
Esse ponto de passagem leva � prov�ncia paquistanesa de Baluchist�o (sudoeste), que tem fama de abrigar parte da lideran�a talib�, na cidade paquistanesa de Quetta, ou de receber os talib�s feridos.
Tamb�m conecta o Afeganist�o � estrada que leva ao grande porto paquistan�s de Karachi, na costa do Mar Ar�bico.
Do outro lado da fronteira, no posto de Chaman, os guardas do Paquist�o dispersaram nesta quinta, com bombas de g�s lacrimog�neo, uma multid�o de pessoas reunidas na fronteira, ansiosas para entrar no Afeganist�o. A passagem est� completamente fechada desde quarta.
"Uma multid�o incontrol�vel de cerca de 400 pessoas tentou cruzar � for�a" a fronteira, relatou um oficial da for�a de seguran�a no posto de Chaman, que pediu para n�o ser identificado.
"Eles atiraram pedras, o que nos obrigou a usar g�s lacrimog�neo", alegou.
Segundo ele, cerca de 1.500 pessoas est�o concentradas no lado paquistan�s da fronteira, esperando desde ontem para cruzar para o Afeganist�o.
"Tivemos que reagir com cassetetes, porque as pessoas estavam fugindo do controle", confirmou outro oficial da fronteira, tamb�m sob condi��o de anonimato.
Uma autoridade do governo em Chaman, Jumadad Khan, afirmou que a situa��o agora est� "sob controle".
Uma fonte dos talib�s disse � AFP que cerca de 100 pessoas tamb�m estavam reunidas no lado afeg�o da fronteira, com a esperan�a de entrar no Paquist�o.
"Estamos discutindo com as autoridades paquistanesas. Uma reuni�o formal est� marcada para hoje (quinta-feira), e esperamos que seja aberta em um ou dois dias", informou ele.
CABUL