
"Em menos de dez minutos, o n�vel da �gua subiu quase um metro", relatou Isabelle Bervoets, enquanto avalia os estragos em seu restaurante em Grez-Doiceau, uma tranquila comuna na regi�o belga de Val�nia.
Depois de v�rios dias de chuvas torrenciais, as pequenas cidades devastadas no sul e no leste da B�lgica iniciaram seu processo de recupera��o, que levar� tempo.
� espera da visita do rei Philippe nesta sexta-feira (16), a comuna de Pepinster concentra, sozinha, metade das v�timas, lamenta seu prefeito, Philippe Godin.

Este povoado fica em um vale para onde confluem v�rios rios e, por isso, as inunda��es provocaram o desabamento de mais de 20 casas.
Nesta sexta, a regi�o seguia sem �gua pot�vel, energia el�trica e telefonia m�vel.
"� um tsunami", disse Godin � AFP. "Temos que pensar nestas pessoas que perderam todas as suas lembran�as. � terr�vel".
O primeiro-ministro Alexander De Croos disse que se trata da "mais catastr�fica" enchente do pa�s, um "desastre sem precedentes", e anunciou um dia de luto nacional em 20 de julho.
Por sua vez, a ministra do Interior, Annelies Verlinden, informou que o n�mero de v�timas aumentou para 20 mortos e 20 desaparecidos.
Um dia depois da repentina inunda��o que fez transbordar as margens do rio Train, um afluente do Dyle que atravessa a regi�o de Brabant (centro), a �gua come�ou a recuar.
No restaurante de Bervoets, agora � o momento de come�ar a tarefa de limpeza.
O ch�o est� coberto de lama, banquetas, reviradas, e � bem forte o cheiro de esgoto.
Fortes #chuvas deixam mais de 120 mortos e dezenas de desaparecidos na #Europa https://t.co/6wfPFuuXrw#Ahrweiler #Germany pic.twitter.com/FkzQUwGabb
%u2014 Estado de Minas (@em_com) July 16, 2021
- "Nada como isso" -
Waals-Brabant, um sub�rbio residencial ao sul da capital belga, est� acostumado com as inunda��es. As enchentes registradas nos ver�es de 2002 e 2005 continuam frescas na mem�ria.
"Mas, desde 2005, n�o v�amos nada parecido e, principalmente, n�o imagin�vamos que seria com t�o for�a", acrescenta Bervoets.
N�o muito longe dali, Amandine Bosquet tamb�m avalia os danos � sua casa.
"Perdemos tudo o que tinha no primeiro andar", lamenta a jovem, enquanto limpa o ch�o.
Angleur, Li�ge, Chaudfontaine, Theux, Verviers, Pepinster, Spa... A lista das comunas belgas submersas desde quarta-feira � longa, em particular, as que se localizam �s margens dos afluentes do rio Maas.
Desde ontem, por�m, as tempestades se deslocaram para o norte do pa�s, causando danos em Hainaut e na prov�ncia flamenga de Limburgo.
Para ajudar as v�timas, bombeiros e soldados do Ex�rcito foram enviados para todas essas �reas nesta sexta-feira, com o refor�o de socorristas de Fran�a, It�lia e �ustria.
O tr�fego ferrovi�rio poder� permanecer interrompido por semanas nas �reas mais afetadas.
Em meio � cat�strofe, ao menos na cidade de Li�ge, �s margens do rio Maas, n�o aconteceu o que tanto se temia na quinta-feira. O rio n�o transbordou � noite, como se esperava.
"Mas n�o devemos proclamar vit�ria. O n�vel de alerta e de vigil�ncia continua sendo extremo", advertiu a prefeita em exerc�cio, Christine Defraigne.
� medida que a �gua recua, "provavelmente ainda poderemos nos deparar com situa��es catastr�ficas", disse ela � imprensa.