As Coreias do Sul e do Norte concordaram em restaurar as linhas de comunica��o entre os pa�ses, cortadas desde o ano passado, e trocaram mensagens nesta ter�a-feira, 27, anunciou a presid�ncia sul-coreana. O movimento � visto como um passo positivo para uma reaproxima��o entre as duas na��es - apesar de ainda n�o representar nenhum avan�o quanto �s negocia��es sobre temas nucleares.
A Coreia do Norte interrompeu todo o di�logo oficial com a vizinha do Sul em junho do ano passado, ap�s acusar ativistas sul-coreanos de enviarem panfletos contra Pyongyang do outro lado da fronteira. Mas os l�deres dos dois pa�ses vizinhos trocam cartas pessoais desde abril para melhorar a rela��o e concordaram em restaurar as linhas de emerg�ncia.
O contato, por telefone, foi feito atrav�s de tr�s canais, incluindo uma linha direta militar. Segundo as autoridades de Seul, os pa�ses concordaram em falar duas vezes por dia utilizando dois dos canais, como fizeram no passado. Os rivais usam os canais para definir suas posi��es sobre quest�es gerais, e at� mesmo propor um di�logo mais amplo, e os links tamb�m s�o essenciais para evitar confrontos acidentais ao longo de sua disputada fronteira mar�tima.
"Segundo o acordo entre os governantes, o Norte e o Sul tomaram a medida de reabrir todas as linhas de comunica��o intercoreanas" a partir desta ter�a-feira, noticiou a ag�ncia de not�cias oficial norte-coreana KCNA. A ag�ncia acrescentou que "os dois governantes tamb�m concordaram em restaurar uma confian�a m�tua entre as duas Coreias o mais r�pido poss�vel e em avan�ar com o relacionamento novamente".
Embora a retomada da comunica��o possa ajudar a aliviar as tens�es atrav�s da fronteira mais fortemente fortificada do mundo, � apenas um pequeno primeiro passo e Pyongyang n�o deve reativar vigorosos programas de coopera��o com Seul ou voltar �s negocia��es nucleares lideradas pelos Estados Unidos t�o cedo.
Alguns especialistas dizem que a Coreia do Norte est� almejando melhorar os la�os com a Coreia do Sul na esperan�a de persuadir os EUA a fazer concess�es quando a sua diplomacia nuclear mais ampla com Washington for retomada. Esfor�os que foram paralisados por mais de dois anos.
Durante o impasse diplom�tico, o l�der norte-coreano, Kim Jong-un, amea�ou aumentar seu arsenal nuclear se os EUA n�o abandonassem sua pol�tica hostil, uma aparente refer�ncia �s san��es americanas ao pa�s. Mas ele ainda mant�m sua morat�ria autoimposta aos testes de armas poderosas, um sinal de que ele n�o quer descarrilar completamente a diplomacia com Washington.
A retomada das comunica��es de ter�a-feira ocorre no 68� anivers�rio da assinatura do armist�cio que encerrou a Guerra da Coreia (1950-53), que op�s a Coreia do Sul e as for�as dos EUA lideradas pelos EUA contra a Coreia do Norte e a China. Esse armist�cio ainda n�o foi substitu�do por um tratado de paz, deixando a Pen�nsula Coreana em um estado t�cnico de guerra, com cerca de 28.500 soldados americanos ainda estacionados na Coreia do Sul.
A Coreia do Norte ocasionalmente corta a comunica��o nos canais - por n�o responder a telefonemas ou mensagens de fax sul-coreanos - em tempos de tens�es com Seul e Washington.
O corte mais recente ocorreu em junho do ano passado, em protesto contra o que a Coreia do Norte chamou de fracasso do Sul em impedir que ativistas distribu�ssem folhetos anti-Pyongyang por sua fronteira. Uma irada Coreia do Norte posteriormente explodiu um escrit�rio de liga��o vazio, constru�do na Coreia do Sul, ao norte da fronteira dos pa�ses.
Muitos especialistas disseram que a a��o provocativa sinalizou que o Norte estava frustrado porque Seul n�o conseguiu reviver os lucrativos projetos conjuntos coreanos que deram ao Norte a t�o necess�ria moeda estrangeira e persuadiram os EUA a aliviar as san��es.
Essas san��es afetaram a j� exaurida economia do Norte, assim como a m� administra��o, os danos das tempestades do ver�o passado e o fechamento da fronteira durante a pandemia do coronav�rus. Em discursos recentes, Kim pediu que seu povo se preparasse para restri��es prolongadas pela covid-19. Embora seus coment�rios possam indicar que a situa��o econ�mica pode piorar, grupos externos de monitoramento n�o viram sinais de fome em massa ou caos social no pa�s de 26 milh�es de habitantes.
"A Coreia do Norte sabe que um dia ter� que se sentar para conversar com o governo Biden. Ela acha que a Coreia do Sul ainda tem um valor efetivo para fazer Biden se mover" em uma dire��o que favore�a, disse Nam Sung-wook, um professor da Universidade da Coreia. "A Coreia do Norte tamb�m pode construir uma (imagem internacional) de que est� disposta a continuar o di�logo" com o mundo exterior.
Ainda assim, Nam disse que a restaura��o dos canais de comunica��o provavelmente n�o levar� a uma melhora dram�tica nos la�os, como uma c�pula, seja entre a Coreia do Sul e o Norte ou entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.
De acordo com o escrit�rio de Moon Jae-in, as cartas recentes trocadas entre ele e Kim n�o discutiram a realiza��o de um encontro de c�pula ou conversas por telefone entre eles.
Moon, que defende uma maior reconcilia��o com a Coreia do Norte, viajou anteriormente entre Pyongyang e Washington para facilitar uma c�pula de 2018 entre Kim e os EUA.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, pediu � Coreia do Norte que volte a uma mesa de negocia��es. Mas, no m�s passado, altos funcion�rios norte-coreanos, incluindo a poderosa irm� de Kim, rejeitaram as perspectivas de uma retomada antecipada das negocia��es.
Alguns especialistas acham que a Coreia do Norte pode ser obrigada a entrar em contato com os EUA ou a Coreia do Sul se suas dificuldades econ�micas piorarem. Ao tomar medidas para melhorar as rela��es com Seul agora, o Norte pode estar se preparando para esse momento.
Park Won Gon, professor de estudos da Coreia do Norte na Universidade Ewha Womans de Seul, alertou contra a leitura excessiva do que significa a restaura��o dos canais de comunica��o sobre as dificuldades econ�micas do Norte. Ele citou relatos de que a Coreia do Norte ainda se recusa a receber ajuda at� mesmo da China, seu maior aliado, devido a temores de que as entregas de ajuda possam espalhar o v�rus.
Ele disse que a Coreia do Norte pode esperar que os la�os mais fortes ajudem os liberais sul-coreanos que apoiam melhores la�os com o Norte a vencer as elei��es presidenciais de mar�o pr�ximo. (Com ag�ncias internacionais)
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