Na ter�a-feira (27), Tong Ying-kit, de 24 anos, foi considerado culpado de terrorismo por atropelar tr�s policiais com sua motocicleta e por incitar a secess�o, ao carregar uma bandeira com o slogan "Hong Kong livre, a revolu��o do nosso tempo". Este foi o lema dos protestos pr�-democracia de 2019.
Os fatos ocorreram em 1� de julho do ano passado, um dia ap�s a entrada em vigor da nova lei de seguran�a nacional.
Na ter�a, tr�s ju�zes declararam-no culpado, considerando que a bandeira que ele carregava continha um slogan "capaz de incitar outras pessoas a cometerem um ato de secess�o". Era, portanto, "ilegal", conforme esta corte.
Os magistrados condenaram o r�u a oito anos de pris�o por "terrorismo", e a seis anos e meio, por "incitamento � secess�o". Explicaram, no entanto, que o total ser� de nove anos, porque as duas senten�as podem ser parcialmente comutadas.
O julgamento de 15 dias foi realizado sem j�ri, uma mudan�a na tradi��o jur�dica deste centro financeiro. Os tr�s magistrados foram nomeados pelas autoridades locais para julgar crimes que afetam a seguran�a nacional.
Seus crimes foram "graves", mas "n�o os piores do seu tipo", disseram eles.
Os advogados de Tong declararam � AFP que v�o apelar da senten�a.
Um deles, Lawrence Lau, leu uma declara��o do gar�om. "O tempo passa r�pido", diz. "Agrade�o por todo seu apoio e preocupa��o".
A decis�o tem implica��es profundas para os futuros casos a serem processados ao abrigo da nova lei de seguran�a nacional.
Mais de 60 pessoas foram acusadas de acordo com essa lei, incluindo alguns dos mais reconhecidos ativistas pr�-democracia, como Jimmy Lai, dono do jornal Apple Daily. O ve�culo foi fechado. A maioria delas aguarda julgamento em pris�o preventiva.
Durante v�rios meses de 2019, Hong Kong foi palco de manifesta��es quase di�rias e, �s vezes, violentas para denunciar o decl�nio das liberdades na cidade e a crescente interfer�ncia de Pequim nos assuntos desta antiga col�nia brit�nica.
A China reagiu com pulso firme. A lei de seguran�a tem sido usada contra dissidentes, e as autoridades come�aram a neutralizar qualquer pessoa que seja considerada "antipatri�tica" pelas autoridades.
Nos �ltimos dias, esta campanha gerou uma intensa atividade por parte da pol�cia e dos tribunais.
Horas antes de Tong ser preso, Chow Hang-tung, advogado e ativista pr�-democracia, compareceu ao tribunal para se declarar inocente da acusa��o de encorajar os moradores de Hong Kong a recordarem o anivers�rio da repress�o na Pra�a da Paz Celestial de Pequim.
"O luto n�o � crime. Declaro-me inocente", disse ele ao tribunal.
Em outra audi�ncia, o professor de direito Benny Tai, l�der dos protestos pr�-democracia em 2014, enfrentou novas acusa��es feitas pelo �rg�o anticorrup��o.
Tai, de 57 anos, j� foi preso v�rias vezes no passado por seu envolvimento em causas pr�-democracia. No momento, encontra-se detido sob a lei de seguran�a nacional.
Em outro tribunal, o radialista Tam Tak-chi est� sendo julgado por suposta sedi��o, sob uma lei da era colonial usada pela primeira vez desde que o Reino Unido entregou a soberania da cidade � China, em 1997.
Nesta sexta-feira (30), a pol�cia tamb�m anunciou que investiga torcedores dos Jogos Ol�mpicos que vaiaram o hino nacional da China durante uma proje��o p�blica em um shopping center.
As autoridades tamb�m anunciaram que um adolescente e um homem de 26 anos foram presos por "intimida��o criminosa", por terem estimulado consumidores no Facebook a boicotarem anunciantes de um canal de not�cias local considerado pr�-governo.
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