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Estado de Minas INTERNACIONAL

Teocracia afeg� muda geopol�tica da regi�o


22/08/2021 07:45

A tomada de poder pelo Taleban instituiu no Oriente M�dio uma terceira teocracia isl�mica que mexe com o jogo de for�as na regi�o. Enquanto o Ir� est� em "modo de p�nico" por radicais isl�micos rivais ganharem for�a no vizinho, o Paquist�o celebra um aliado para fazer frente � �ndia. No entanto, o fortalecimento de um movimento Taleban paquistan�s pode por uma sombra sobre as perspectivas de Islamabad no m�dio prazo, segundo analistas.

Ao lado de Ar�bia Saudita, sunita wahabista, e do Ir�, xiita, o Afeganist�o passou a ser uma teocracia sunita salafista no Oriente M�dio, como explica a analista e professora do US Naval War College Hayat Alvi. Na sua vis�o, o regime comandado pelos radicais, com o tempo, deve ir al�m e impor um sistema religioso fascista aos afeg�os, apesar de tentarem provar o contr�rio neste momento.

Com um rec�m-empossado presidente conservador, o Ir� assiste com cautela esse novo redesenho e teme a ascens�o de aliados tamb�m sunitas e extremistas do Taleban no Paquist�o.

"Por essa raz�o, e antecipando o fortalecimento do Taleban no Paquist�o, o regime do Ir� implantou mil�cias xiitas dentro do Afeganist�o", afirma a professora. O cen�rio poder� resultar em uma viol�ncia sect�ria com potencial de se espalhar pela regi�o. "� a receita para o desastre."

Mudan�as radicais. O Ir� j� tem estado sob press�o para proteger os locais sagrados do xiismo e a comunidade xiita no Afeganist�o, como explica o professor e especialista em Isl� da Universidade de Delaware Muqtedar Khan. Ele tamb�m acredita na possibilidade de conflitos entre xiitas e sunitas dentro do Afeganist�o, com o envolvimento do Ir�.

Em uma perspectiva geral, segundo Khan, a chegada do Taleban ao poder provoca uma mudan�a significativa. Se antes o Afeganist�o vinha sendo dominado pela parceria EUA-�ndia, agora ele passa a ficar sob a influ�ncia de Paquist�o e China.

O rearranjo de for�as, segundo Alvi, come�ou a ocorrer assim que os EUA iniciaram a retirada de seus soldados do pa�s, o que precipitou as mudan�as nas configura��es de poder, incluindo o envolvimento de uma variedade de mil�cias pela regi�o. "Eles agora est�o lutando para escolher um lado para apoiar, ou o do Taleban ou daqueles que est�o contra o grupo", diz a professora.

Segundo Alvi, pa�ses como R�ssia, China, Paquist�o e �ndia est�o considerando ir al�m da diplomacia e analisando a��es estrat�gicas para proteger seus respectivos interesses na regi�o, principalmente no Afeganist�o.

Enquanto a China claramente decidiu forjar uma rela��o positiva com o Taleban, a embaixada da R�ssia recorreu �s for�as do pr�prio Taleban para a sua prote��o e a de seu pessoal, como explica a analista. "�ndia, Ir� e as rep�blicas da �sia Central est�o provavelmente muitos nervosos e ansiosos."

Armas nucleares. Para Khan, se o Taleban permitir a entrada de grupos isl�micos e jihadistas para serem treinados e atuarem no territ�rio afeg�o, isso ter� novas consequ�ncias e representar� um problema para todos os pa�ses em volta. Podem ser grupos para receber treinamento e agir militarmente na disputada Caxemira, na fronteira entre Paquist�o e �ndia, ou na Prov�ncia de Xinjiang, onde se concentra a minoria uigur na China. "O Paquist�o talvez queira grupos paquistaneses treinados no Afeganist�o. Se algum ataque ocorrer na �ndia, pode negar que tenha partido do seu territ�rio", avalia Khan.

Os desdobramentos, por�m, tamb�m imp�em um risco interno no Paquist�o, segundo a professora Alvi, uma vez que a vers�o do Taleban no pa�s, o Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP), tem celebrado a vit�ria do grupo radical no pa�s vizinho. "H� um risco inerente de o TTP buscar as mesmas a��es estrat�gicas de empoderamento dentro do Paquist�o. Se isso acontecer, o grupo supostamente teria acesso �s armas nucleares do Paquist�o", diz Alvi.

Enquanto Estado e sociedade, o Paquist�o, explica Khan, � muito heterog�neo. Se por um lado o governo paquistan�s n�o � totalmente favor�vel a um apoio ao Taleban, as For�as Armadas e as ag�ncias de intelig�ncia s�o. "Para eles, o Taleban � um instrumento muito importante."


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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