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Estado de Minas PARIS

Fran�a chama para consultas embaixadores nos EUA e Austr�lia


17/09/2021 21:01 - atualizado 17/09/2021 21:13

A Fran�a chamou para consultas seus embaixadores em Estados Unidos e Austr�lia, ap�s o an�ncio de uma associa��o estrat�gica entre Washington, Londres e Canberra que levou ao cancelamento pela Austr�lia de um importante contrato de compra de submarinos franceses, anunciou nesta sexta-feira (17) o ministro das Rela��es Exteriores da Fran�a, Jean-Yves Le Drian.

"A pedido do presidente da Rep�blica, decidi chamar imediatamente para consultas nossos dois embaixadores nos Estados Unidos e na Austr�lia", declarou em um comunicado. "Esta decis�o excepcional se justifica pela gravidade excepcional dos an�ncios realizados em 15 de setembro por Austr�lia e Estados Unidos", acrescentou.

Esta � a primeira vez que a Fran�a adota uma decis�o deste tipo com estes pa�ses, especialmente os Estados Unidos, seus aliados hist�ricos.

Le Drian disse que Paris ficou surpreendida com o que considerou um "comportamento inaceit�vel entre aliados e s�cios".

A Casa Branca expressou nesta sexta seu pesar pela chamada a consultas do embaixador da Fran�a em Washington, mas disse que os Estados Unidos tentar�o resolver a disputa diplom�tica.

"Lamentamos que tenham dado esse passo, continuaremos comprometidos nos pr�ximos dias a resolver nossas diferen�as, como temos feito em outros temas no transcurso da nossa longa alian�a", disse um funcion�rio do Executivo americano, que falou sob a condi��o do anonimato.

O funcion�rio garantiu que Washington mant�m um "contato estreito" com Paris. "A Fran�a � nosso aliado mais antigo e um dos nossos parceiros mais fortes e compartilhamos uma longa hist�ria, valores democr�ticos e o compromisso de trabalhar juntos para abordar os desafios globais", afirmou.

"Tamb�m compartilhamos o interesse de garantir um Indo-Pac�fico livre e aberto. Continuaremos nossa estreita coopera��o com a Otan, a Uni�o Europeia e outros parceiros neste esfor�o comum", disse o funcion�rio.

O presidente americano, Joe Biden, disse que o plano � parte de uma estrat�gia de longo prazo para garantir a seguran�a na regi�o do Indo-Pac�fico, onde a China representa uma amea�a crescente para a influ�ncia e a lideran�a dos Estados Unidos na vigil�ncia das rotas mar�timas internacionais.

Desde o an�ncio na quarta-feira da alian�a de seguran�a, denominada Aukus, e o cancelamento pela Austr�lia do contrato para fornecer doze submarinos convencionais, a Fran�a tem se mostrado incomodada com os Estados Unidos e a Austr�lia.

Na quinta-feira, Jean-Yves Le Drian denunciou uma "punhalada pelas costas" de parte da Austr�lia e uma decis�o "brutal" do presidente americano, Joe Biden.

A Fran�a tamb�m cancelou um evento previsto para esta sexta-feira por ocasi�o do anivers�rio da batalha de Chesapeake Bay, decisiva na guerra da Independ�ncia dos Estados Unidos, que terminou com a vit�ria da frota francesa sobre a brit�nica em 5 de setembro de 1781.

- 'America First' -

A Fran�a havia assinado em 2016 um contrato de 65,5 bilh�es de d�lares para o fornecimento de 12 submarinos de propuls�o a diesel para a Austr�lia. Os franceses consideram que foram tra�dos pelos australianos e pelos Estados Unidos, que fizeram da rivalidade com a China sua prioridade e pedem a seus aliados um compromisso maior ao seu lado na regi�o Indo-Pac�fico, uma �rea-chave para a economia mundial.

O pano de fundo da crise diplom�tica � o aumento crescente do poder chin�s e sua pol�tica cada vez mais agressiva naquela �rea, que preocupa muitos pa�ses. Um destaque � a tens�o comercial entre China e Austr�lia, que aumentou desde 2018. Nos �ltimos meses, a China imp�s severas san��es econ�micas a produtos australianos.

O presidente Joe Biden, cuja elei��o foi bem-recebida na Europa, prometeu tratar seus aliados na Otan com mais considera��o do que seu antecessor, Donald Trump. Mas nos casos do Afeganist�o e da sua nova alian�a com a Austr�lia e o Reino Unido, que afetou a Fran�a, Biden agiu unilateralmente, assumindo a continuidade absoluta do slogan "Am�rica primeiro", de Trump.

- Decep��o -

A Austr�lia declarou hoje que entende a "decep��o" francesa, mas deseja continuar trabalhando com Paris. "� evidente que s�o assuntos com os quais � dif�cil lidar", declarou em Washington a chefe da diplomacia australiana, Marise Payne.

Paris questionou como ir� confiar em Canberra a partir de agora nas negocia��es comerciais entre a Uni�o Europ�ia e a Austr�lia. "Temos negocia��es comerciais com a Austr�lia, n�o vejo como podemos confiar em um parceiro australiano", ponderou o secret�rio de Estado para Assuntos Europeus, Cl�ment Beaune.

A China tamb�m condenou duramente o acordo envolvendo os submarinos nucleares, e advertiu que o mesmo "mina gravemente a paz e a estabilidade regionais".

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, respondeu � critica de Pequim relacionada aos submarinos nucleares, que t�m mais autonomia e s�o mais discretos do que os submarinos convencionais oferecidos pela Fran�a: Pequim tem um "programa de constru��o de submarinos nucleares muito importante", lembrou. "Eles t�m o direito de tomar decis�es de defesa em interesse pr�prio, e certamente a Austr�lia e os demais pa�ses tamb�m t�m."


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