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Estado de Minas INTERNACIONAL

Pelo menos 8 pa�ses apuram den�ncias sobre uso de para�sos fiscais por l�deres


05/10/2021 07:47

Autoridades de pelo menos oito pa�ses anunciaram nesta segunda, 4, que abrir�o apura��es sobre o uso de para�sos fiscais por chefes de Estado e de governo, empres�rios e personalidades que teriam ocultado ativos de centenas de milh�es de d�lares, segundo as den�ncias dos Pandora Papers, investiga��o jornal�stica coordenada pelo Cons�rcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em ingl�s) e publicada em v�rias reportagens de ve�culos como Washington Post, Guardian e BBC.

As den�ncias v�o de corrup��o � lavagem de dinheiro, passando por evas�o fiscal. Quase 35 governantes atuais e ex-l�deres de pa�ses aparecem nos cerca de 11,9 milh�es de documentos que vazaram de empresas de servi�os financeiros de todo mundo e incluem dados sobre casas luxuosas na Riviera Francesa, em Monte Carlo e na Calif�rnia.

Autoridades de Paquist�o, M�xico, Espanha, Brasil - a Procuradoria-Geral da Rep�blica abriu apura��o preliminar -, Sri Lanka, Austr�lia, Rep�blica Checa e Panam� prometeram investigar fluxos de dinheiro, propriedades e outros ativos ocultos no sistema financeiro offshore. Em contrapartida, v�rios governos come�aram uma rea��o para tentar conter os danos provocados pela apura��o.

O primeiro-ministro do Paquist�o, Imran Khan, prometeu investigar todos os cidad�os mencionados no caso e "tomar as medidas cab�veis" se algum delito for encontrado. "Saudamos os Pandora Papers, que exp�em a riqueza il�cita das elites, acumulada por meio de evas�o fiscal e corrup��o e lavada em para�sos financeiros", tuitou Khan.

O coment�rio do premi� paquistan�s foi feito em resposta a uma hist�ria dos Pandora Papers que revelou participa��es offshore de figuras-chave de seu c�rculo mais pr�ximo, incluindo seu ministro das Finan�as e um de seus principais financiadores. Khan assumiu o cargo em 2018 prometendo uma reforma ap�s uma onda de indigna��o deflagrada por outra investiga��o jornal�stica internacional, o Panama Papers, que exp�s as negocia��es offshore dos filhos do ent�o primeiro-ministro do Paquist�o, Nawaz Sharif.

Autoridades tribut�rias de Austr�lia, M�xico, Espanha e Panam� fizeram comunicados p�blicos afirmando que est�o acompanhando as den�ncias reportadas e garantindo que investigar�o poss�veis crimes e indiv�duos mencionados nos Pandora Papers.

Al�m disso, o governo do Panam� disse que iniciar� uma "supervis�o" dos fornecedores offshore mencionados nos Pandora Papers. Um desses fornecedores, um escrit�rio de advocacia com sede no pa�s, conhecido como Alcogal, desempenha um papel importante em ajudar a classe pol�tica da Am�rica Latina a criar empresas de fachada em para�sos fiscais. O escrit�rio tamb�m serviu a figuras envolvidas em alguns dos mais not�rios casos de corrup��o da hist�ria recente, incluindo o esc�ndalo de futebol internacional conhecido como Fifa Gate.

No Sri Lanka, os ministros da Energia e dos Portos disseram que a Comiss�o para Investigar Alega��es de Suborno e Corrup��o ter� de investigar os bens de qualquer pol�tico citado nos Pandora Papers. Nirupama Rajapaksa, ex-ministro relacionado � fam�lia governante, � um dos v�rios pol�ticos envolvidos no caso.

As autoridades da Rep�blica Checa tuitaram ontem que pretendem investigar as den�ncias relacionadas ao primeiro-ministro Andrej Babis, que est� no meio de uma campanha � reelei��o. Documentos revelados nos Pandora Papers apontam que o pol�tico escondeu a propriedade de um castelo de US$ 22 milh�es (cerca de R$ 119,6 milh�es) no sul da Fran�a.

Embora muitos pa�ses com lideran�as pol�ticas citadas pelas reportagens tenham demonstrado preocupa��o e se comprometido com investiga��es oficiais sobre poss�veis crimes, outros gabinetes de governo negaram totalmente as den�ncias feitas pelos Pandora Papers.

Questionado durante um debate na TV, apresentado pela CNN Prima News, se havia violado alguma lei em rela��o � compra da propriedade na Fran�a, Babis disse que as transa��es foram legais. "Foi dinheiro tributado", disse. No Twitter, o premi� afirmou nunca ter feito nada ilegal e chamou as revela��es de "tentativa de difama��o" com o objetivo de influenciar a elei��o do fim de semana.

A Jord�nia tamb�m afirmou serem "distorcidas" as revela��es sobre ativos do rei Abdullah II em empresas offshore em para�sos fiscais. Segundo as reportagens, ele acumula um imp�rio imobili�rio de US$ 100 milh�es, que vai da Calif�rnia a Londres. Em comunicado, o pal�cio real afirmou que as propriedades foram financiadas com a riqueza pessoal do rei e foram usadas para visitas oficiais e particulares.

A realeza tamb�m argumentou que � comum entre personalidades comprar propriedades por meio de companhias offshore por quest�es de privacidade e seguran�a. "Algumas not�cias publicadas sobre os bens im�veis do rei s�o inexatas, distorcidas e exageradas", afirmou o pal�cio real.

A m�dia jordaniana, grande parte da qual � direta ou indiretamente controlada pelo pal�cio, n�o fez men��o aos fatos. At� mesmo os meios de comunica��o jordanianos independentes praticam a autocensura, evitando cr�ticas ao rei, � fam�lia real e �s for�as de seguran�a.

No Reino Unido, o premi� Boris Johnson vem sofrendo press�o para investigar doadores do Partido Conservador. Um deles � Mohamed Amersi, que financiou a �ltima campanha de Johnson. Ele teria ajudado a costurar um acordo para uma empresa sueca de telecomunica��es que mais tarde foi considerado um suborno de US$ 220 milh�es para Gulnara Karimova, filha do ent�o presidente do Usbequist�o, Islam Karimov.

Os arquivos tamb�m mostram que o Estado americano de Dakota do Sul virou um para�so fiscal, como Su��a, Panam� e Ilhas Cayman, um local usado pelos ricos para proteger seus ativos de impostos. Milion�rios v�m transferindo recursos para fundos fiduci�rios no Estado, que conta com algumas das leis mais rigorosas de prote��es de dados do mundo. (Com ag�ncias internacionais).

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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