Pela segunda sexta-feira consecutiva, o pa�s vivenciou um atentado violento contra uma mesquita xiita durante a ora��o semanal, desta vez em Kandahar, a segunda cidade do Afeganist�o e reduto hist�rico do Talib�.
Como costuma acontecer no Afeganist�o, os n�meros desses ataques ainda s�o imprecisos. Fontes locais, a maioria religiosa, falam de 60 mortos e 70 feridos.
No cemit�rio xiita da cidade, dezenas de homens cavaram t�mulos neste s�bado, onde as v�timas foram enterradas, cobertas com uma mortalha branca.
Mahmmad Agha perdeu seu irm�o, "pai de dois meninos, que tinha tudo o que se pode desejar na vida", disse � AFP. "N�o tenho palavras para descrever a dor que sinto no cora��o".
O grupo extremista Estado Isl�mico reivindicou o ataque na sexta-feira � noite, o primeiro cometido no reduto do Talib�.
- "Amea�a comum" -
Em um comunicado divulgado em seus canais do Telegram, o grupo indicou que um "primeiro homem-bomba detonou seu colete de explosivos (...) em um corredor da mesquita, enquanto o segundo detonou seu colete no centro da mesquita".
Esse ataque ocorreu exatamente uma semana ap�s outro atentado suicida contra uma mesquita xiita, em Kunduz (nordeste), no mesmo hor�rio e com o mesmo modo operacional, tamb�m reivindicado pelo EI-K.
Desde sua chegada ao poder em 15 de agosto, o Talib� enfrenta uma onda de atentados promovidos pelo EI, justamente quando decidiu tornar a seguran�a uma de suas prioridades, ap�s duas d�cadas de guerra.
O EI-K (ramo local do EI) atacou os talib�s e a minoria xiita afeg� nas �ltimas semanas.
Os Estados Unidos, por meio do porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, condenaram o atentado e pediram ao Talib� que respeite "seu compromisso no combate ao terrorismo e, especialmente, que ajam diante da amea�a comum que estamos enfrentando", o EI-K.
Nessas �ltimas semanas, os talib�s realizaram v�rios ataques contra c�lulas do EI-K, especialmente em Cabul, ap�s um atentado contra uma mesquita da capital. Tamb�m anunciaram a cria��o de unidades especiais.
O chefe da pol�cia talib� em Kandahar, Maulvi Mehmood, afirmou em coletiva de imprensa que "todos os servi�os" de seguran�a dos isl�micos "trabalham para encontrar as pessoas envolvidas e puni-las".
Em um comunicado, o secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, condenou um "ataque de �dio (...) contra civis no Afeganist�o exercendo seu direito de praticar livremente sua religi�o".
KANDAHAR