David Amess, de 69 anos, levou m�ltiplas facadas na �ltima sexta (15) enquanto recebia seus eleitores em uma pequena igreja em Leigh-on-Sea, no sudeste da Inglaterra.
Veterano legislador do Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson, cat�lico fervoroso e ferrenho defensor do Brexit, ele deixa cinco filhos.
"Quando morreu, estava fazendo o que acreditava firmemente ser a parte mais importante do trabalho de qualquer parlamentar: oferecer ajuda aos necessitados", afirmou o primeiro-ministro abrindo as homenagens na C�mara dos Comuns, que retornava ao trabalho ap�s um recesso.
Eleito pela primeira vez em 1983, Amess era "firme em suas convic��es, mas sempre respeitoso com aqueles que pensavam de forma diferente (...) vamos guardar sua mem�ria, celebrar seu legado e nunca permitir que aqueles que cometem atos perversos triunfem sobre a democracia", acrescentou.
Ap�s uma ora��o proferida pela capel� da Assembleia, Patricia Hillas, e um minuto de sil�ncio, deputados de todo o espectro pol�tico seguiram durante horas com discursos, elogios e recorda��es de "uma grande pessoa com um fant�stico sentido de humor".
"� claro que as diferen�as s�o importantes, � disso que se trata a democracia, mas o dia de hoje nos lembra que o que temos em comum � ainda mais importante", disse o l�der da oposi��o, Keir Starmer, criticando "um ataque ao nosso modo de vida".
Os legisladores, liderados pelo presidente da C�mara, Lindsay Hoyle, deveriam ent�o ir em prociss�o a uma igreja pr�xima � Abadia de Westminster para um servi�o memorial de Amess.
- Insultos e amea�as nas redes -
Depois do ataque, seu autor, um brit�nico de 25 anos de origem somali que havia seguido um programa de luta contra a radicaliza��o, sentou-se e esperou a chegada da pol�cia.
Desde ent�o, ele est� em pris�o preventiva, com base na lei antiterrorismo, a qual permite que ele seja interrogado at� a pr�xima sexta-feira (22). Ainda n�o foi formalmente acusado.
O jovem foi identificado como Ali Habi Ali pela rede BBC. Dizendo-se traumatizado, seu pai, Harbi Ali Kullane, um ex-conselheiro do primeiro-ministro somali, confirmou ao jornal Sunday Times que seu filho est� detido.
O ataque chocou o Reino Unido, que recorda do assassinato, em 2016, da deputada trabalhista Jo Cox. A legisladora pr�-europeia de 41 anos foi morta, na rua, por um simpatizante neonazista, uma semana antes da consulta popular sobre o Brexit.
A fam�lia Amess disse n�o "entender por que essa coisa horr�vel aconteceu".
"Ningu�m deve morrer desta forma, ningu�m", lamentaram os familiares de Amess, em uma declara��o divulgada pela pol�cia no domingo (17).
Na mesma nota, na qual descrevem a v�tima como um "homem de paz", a fam�lia pede, no entanto, que "se deixe o �dio de lado e se trabalhe pela unidade".
"Qualquer que seja sua ra�a, suas cren�as religiosas ou pol�ticas: sejam tolerantes e tentem entender", completou.
A pol�cia declarou o assassinato um ato terrorista e disse que investiga "uma poss�vel motiva��o ligada ao extremismo isl�mico".
De acordo com um de seus amigos citado pelo jornal The Sun, Ali Habi Ali "se radicalizou completamente na Internet".
LONDRES