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Estado de Minas SEUL

Diretor de 'Round 6' criou personagens inspirado em sua pr�pria vida


28/10/2021 11:08

Muitos personagens da s�rie de sucesso da Netflix "Round 6" s�o baseados na vida de seu diretor sul-coreano, que acredita que os temas de desigualdade econ�mica e os problemas do capitalismo moderno ressoaram entre os telespectadores em todo o mundo.

A s�rie sul-coreana de Hwang Dong-hyuk teve a estreia de maior sucesso da gigante do streaming em setembro, atraindo pelo menos 111 milh�es de telespectadores.

Sua vis�o dist�pica mostra centenas de pessoas marginalizadas se enfrentando em jogos infantis tradicionais, todos os quais Hwang brincava quando crian�a em Seul.

O vencedor pode ganhar milh�es, mas os perdedores morrem.

As obras de Hwang apresentam vis�es cr�ticas dos problemas sociais, poder e sofrimento humano, e ele baseou v�rios personagens, imperfeitos mas pr�ximos, em si mesmo.

Como Sang-woo, um banqueiro na s�rie, Hwang estudou na elitista Universidade Nacional de Seul, e precisou lutar financeiramente apesar de seu diploma.

Como Gi-hun, um trabalhador demitido e jogador compulsivo, Hwang foi criado por uma m�e vi�va e sua fam�lia pobre morava em um apartamento subterr�neo semelhante ao apresentado no filme premiado de seu compatriota Bong Joon-ho "Parasita".

E uma de suas primeiras experi�ncias no exterior o inspirou a criar Ali, um trabalhador migrante paquistan�s abusado e explorado por seu empregador coreano, comentou o diretor � AFP.

"A Coreia � uma sociedade muito competitiva. Tive a sorte de sobreviver � competi��o e entrar em uma boa universidade", contou.

"Mas quando visitei o Reino Unido aos 24 anos, um funcion�rio branco da imigra��o no aeroporto me olhou com desprezo e fez coment�rios depreciativos. Acho isso chocante at� hoje", disse. "Acho que naquele dia fui como Ali".

- Queda social -

Hwang estudou jornalismo e se tornou um ativista pr�-democracia, e batizou o personagem principal de "Round 6" de Gi-hun em homenagem a um amigo daquela �poca.

Mas o pa�s se tornou democr�tico na �poca em que ele se formou e "n�o consegui encontrar uma resposta para o que fazer no mundo real".

No in�cio, "assistir a filmes era algo que eu fazia para passar o tempo", disse ele.

Mas ent�o, com uma c�mera de sua m�e, ele descobriu "a alegria de filmar algo e mostrar para outras pessoas".

Isso "mudou minha vida".

Seu primeiro longa-metragem, "My Father", de 2007, � baseado na hist�ria real de Aaron Bates, um coreano adotivo cuja busca por seu pai biol�gico o levou a um prisioneiro condenado � morte.

Em 2011, seu drama policial "Silenced", baseado em um caso real de abuso sexual envolvendo crian�as com defici�ncia, foi um sucesso comercial, assim como sua com�dia de 2014 "Miss Granny", inspirada em parte por sua m�e.

Tr�s anos depois, seu drama hist�rico "The Fortress" tratou de um rei coreano do s�culo XVII que enfrentou uma invas�o chinesa brutal.

"Round 6" faz refer�ncia a v�rias experi�ncias traum�ticas que moldaram a mentalidade dos sul-coreanos atuais, incluindo a crise financeira asi�tica de 1997 e as demiss�es de 2009 na SsangYong Motors, que levaram a v�rios suic�dios.

"Com refer�ncia �s demiss�es da SsangYong Motor, eu queria mostrar que qualquer pessoa da classe m�dia no mundo em que vivemos pode cair at� o fundo da escala social", comentou Hwang � AFP.

- Absurdo -

Jason Bechervaise, professor da Korea Soongsil Cyber University, considera Hwang como "um cineasta estabelecido h� mais de 10 anos" que "encontra maneiras de entreter o p�blico".

"Hwang faz parte de um sistema capitalista e o sucesso de sua s�rie significa que ele se beneficia desse sistema, mas isso n�o significa que ele n�o deva lutar com sua pr�pria natureza", comentou � AFP.

Areum Jeong, pesquisadora do cinema coreano na Sichuan University-Pittsburgh, disse que o diretor costuma despertar debate social, mesmo antes da s�rie da Netflix.

"Silenced" abordou "a injusti�a, corrup��o moral, quest�es n�o resolvidas no sistema judicial coreano e, eventualmente, motivou os telespectadores a exigirem reformas legislativas", afirmou � AFP.

Hwang escreveu "Round 6" h� uma d�cada, mas os produtores n�o estavam interessados, achando o roteiro "muito absurdo, estranho e irreal".

Mas a ascens�o dos servi�os de streaming tornou alguns materiais mais vi�veis, e ele aceitou o projeto com a perspectiva de trabalhar com a Netflix.

No entanto, nunca imaginou que "se tornaria a sensa��o mundial que � agora".

"Acho que os espectadores de todo o mundo se relacionam profundamente com a quest�o da desigualdade social" retratada na s�rie, "especialmente em tempos de pandemia", aponta.

NETFLIX


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