O financiamento das medidas para mitigar o aquecimento global, a transi��o energ�tica, as normas de transpar�ncia, de controle m�tuo, e inclusive a men��o aos direitos humanos voltaram a provocar disputas entre as 196 partes negociadoras.
"O grupo de pa�ses menos avan�ados est� preocupado com o fato de que as a��es de certos pa�ses n�o se ajustam �s declara��es", criticou o presidente desta alian�a, a mais numerosa em Glasgow, Sonam Phuntsho Wangdi, em uma assembleia com todas as partes envolvidas.
Se o planeta deseja evitar um desastre ecol�gico, os pa�ses devem tentar por todos os meios limitar o aquecimento a +1,5�C, objetivo que no hist�rico Acordo de Paris de 2015 era apenas um desejo.
"Qualquer compromisso sobre este ponto equivaleria a negociar com a vida de bilh�es de pessoas nos pa�ses mais vulner�veis", advertiu Sonam Phuntsho Wangdi.
Em vez de +1,5�C, o mundo segue para um aumento da temperatura de 2,7�C, na melhor das hip�teses de 2,2�C, caso sejam adicionados os objetivos de neutralidade de emiss�es de carbono para 2050, segundo os �ltimos dados da ONU.
A grande confer�ncia anual da ONU sobre o clima, cancelada ano passado pela pandemia e organizada de 31 de outubro at� 12 de novembro na cidade escocesa de Glasgow, registrou na primeira semana uma s�rie de an�ncios.
Mais de 100 chefes de Estado e de Governo se comprometeram a cessar o desmatamento at� 2030. Tamb�m anunciaram planos para emitir 30% menos de metano, g�s com efeito estufa 80 vezes maior que o CO2.
Quase 50 pa�ses prometeram parar de usar carv�o para produzir energia el�trica, e centenas de entidades financeiras privadas ofereceram bilh�es de d�lares em cr�ditos.
Na metade do encontro, o balan�o � agridoce. "Em algumas coisas progredimos muito mais do que poderia imaginar h� dois anos, mas est� longe de ser suficiente", declarou Helen Mountford, do World Resources Institute.
- Documento curto -
A presid�ncia das negocia��es, em m�os brit�nicas, fez circular um documento de apenas tr�s folhas, enumerando simplesmente os pontos importantes que deveriam constar na declara��o final.
Este tipo de documento "curiosamente vem adquirindo grande relev�ncia agora, porque se transformou no reposit�rio de temas que n�o s�o levantadas em uma sala de negocia��es", disse � AFP a negociadora-chefe da Costa Rica, Ana Patricia Villalobos.
Em confer�ncias anteriores sobre a mudan�a clim�tica (COP), um rascunho de declara��o final costumava circular no in�cio da segunda semana, para estabelecer as posi��es dos participantes e acelerar o debate.
A Gr�-Bretanha, cujo primeiro-ministro Boris Johnson estava moderadamente otimista no in�cio da COP26, optou por divulgar este documento de maneira muito discreta, e convocar as partes para mais consultas, dividindo os temas e solicitando a dois ministros que liderem conjuntamente as quest�es.
"Sobre o marco temporal comum", para que todos os pa�ses baseiem seus compromissos nos mesmos per�odos de tempo compar�veis, "t�nhamos oito op��es e agora temos nove", explicou, antes de considerar o cen�rio "indecifr�vel para os ministros".
"E n�o chegaremos ao pedido de alguns Estados, pa�ses especialmente vulner�veis, para que as revis�es das medidas aconte�am anualmente, e n�o a cada cinco anos", acrescentou.
Enquanto isso, l�deres pol�ticos e personalidades continuam discursando para tentar estimular as negocia��es dos delegados.
"N�o fizemos o suficiente para enfrentar esta crise", declarou o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um discurso aos delegados. "Teremos que fazer mais e isso depender� muito de voc�s", disse.
GLASGOW