Novo movimento anticorrup��o surpreende nas elei��es legislativas na Bulg�ria

Um novo movimento anticorrup��o disputa voto a voto com os conservadores as elei��es legislativas na Bulg�ria deste domingo (14), as terceiras do ano, de acordo com as pesquisas de boca de urna.

O partido centrista, "Continuemos a mudan�a", liderado por dois ex-empres�rios formados em Harvard, teria 26% dos votos, em compara��o com 23% do partido conservador Gerb do ex-primeiro-ministro Boiko Borisov.

Kiril Petkov e Asen Vasilev, 41 e 44 anos e com pouca experi�ncia pol�tica, sacudiram a corrida eleitoral ao lan�ar este movimento em setembro com o objetivo de "erradicar a corrup��o".

"A Bulg�ria tem um novo caminho", comemorou neste domingo � noite Petkov em declara��es � imprensa.

Ap�s os fracassos das vota��es de abril e julho de 2021, que n�o permitiram a forma��o de uma coaliz�o no governo, resta saber se a dupla carism�tica conseguir� promover certa uni�o na pol�tica b�lgara.

"Espero que ao fim da elei��o tenhamos um novo governo para ter uma vida melhor", declarou � AFP Stanka Lenkova, uma aposentada de 73 anos que votou em um sub�rbio de S�fia, a capital.

Outros eleitores foram menos otimistas. "Todos n�s dever�amos ir votar, mas temo que seja em v�o", disse Milena Stoyanova, uma aposentada de 62 anos.

A participa��o da popula��o foi baixa, estimada em cerca de 40%.

"Espero que os l�deres pol�ticos tenham aprendido a li��o e que isso os leve a negociar", disse � AFP Antony Todorov, professor da Nova Universidade da Bulg�ria.

A forma��o do Executivo � "de import�ncia vital", afirmou Kiril Petkov, que brevemente atuou como ministro da Economia no governo interino, ap�s votar.

- Coaliz�o "inst�vel" -

O governo provis�rio parece impotente diante do agravamento da situa��o.

H� v�rias semanas, os hospitais est�o saturados e quase 200 pessoas morrem a cada dia em m�dia v�timas do coronav�rus no pa�s, onde menos de 25% dos 6,9 milh�es de habitantes est�o totalmente vacinados.

A taxa de mortalidade por covid-19 � uma das mais elevadas do mundo, em um contexto de sistema de sa�de defasado. Tr�s pacientes morreram na madrugada de domingo no inc�ndio de um hospital no sudeste do pa�s.

Em rela��o � nova forma��o, "Continuemos a mudan�a", existe uma sede "de mudan�a", avaliou Dimitrova. "Os cidad�os est�o, portanto, inclinados a votar nos partidos da mudan�a que eles consideram capazes de formar um governo".

Petkov e Vasilev "s�o muito entusiasmados, mas t�m pouca experi�ncia", relativizou Dimitrova, que prev� uma coaliz�o "inst�vel" pelas diverg�ncias de opini�o entre os partidos que defendem a mudan�a.

Segundo especialistas, eles certamente precisar�o se aliar com os socialistas do PSB (com 14% dos votos), cuja imagem segue manchada pela desastrosa passagem pelo poder nos anos 1990.

Os dois novos l�deres da pol�tica b�lgara, por�m, se dizem "muito abertos ao di�logo" para a cria��o de uma coaliz�o.

"Esquerda, centro ou direita, pouco importa", garantiu Petkov. "Se pudermos frear a corrup��o e redistribuir o dinheiro para o bem-estar dos contribuintes, ent�o podemos negociar com muitos partidos".

De acordo com Ivailo Ditchev, da Universidade de S�fia, eles "t�m condi��es de construir pontes entre a direita e a esquerda".

Paralelamente �s legislativas, o pa�s mais pobre da Uni�o Europeia tamb�m escolhe neste domingo o presidente.

Rumen Radev, candidato � reelei��o, recebeu 49% dos votos no primeiro turno, contra 25% de seu principal advers�rio, o reitor da Universidade de S�fia, Anastas Gerdjikov.

Em 2020, Radev se posicionou ao lado dos manifestantes anti-Borisov. Uma vit�ria dele pode favorecer uma coaliz�o contra o ex-primeiro-ministro.