
Bannon foi detido na segunda-feira de manh� e deve comparecer ao tribunal no final da tarde. Na sexta-feira (12/11), ele havia sido indiciado por duas acusa��es de desacato - uma por se recusar a comparecer a um depoimento no Congresso e a outra por se recusar a fornecer documentos em resposta � intima��o do comit�.
Bannon, que trabalhou na Casa Branca no in�cio da administra��o Trump e atualmente atua como apresentador do podcast "War Room", � um cidad�o comum que "se recusou a dar testemunho conforme exigido por uma intima��o", a acusa��o diz.
Quando Bannon se recusou a comparecer para seu depoimento em outubro, seu advogado disse que o ex-conselheiro de Trump havia sido dirigido por um advogado do ex-presidente, alegando privil�gio executivo de n�o responder a perguntas.
Para os deputados que participam da investiga��o, Bannon � considerado essencial para descobrir os bastidores de um dos mais graves atos de viol�ncia pol�tica da hist�ria recente dos EUA. Eles acreditam que o estrategista pol�tico possui informa��es cruciais para entender os bastidores do ataque e eventualmente comprovar a tese de que o ex-presidente Trump tinha conhecimento de planos para atos de viol�ncia.
Os deputados da comiss�o lembram que, na v�spera do ataque, Bannon disse que "as portas do inferno seriam abertas" em seu podcast. J� no dia 6 de janeiro, Trump realizou um com�cio a cerca de 1 km do Congresso, onde ele e seus aliados repetiram as falsas alega��es de que a elei��o de novembro do ano passado, vencida por Joe Biden, havia sido fraudada.
Ao final do discurso, Trump disse para seus apoiadores irem ao Capit�lio protestar contra a sess�o que confirmaria a vit�ria do democrata, normalmente um ato protocolar. Em quest�o de horas, a sede do Legislativo americano estava tomada por centenas de trumpistas, em um ato que deixou cinco mortos e dezenas de feridos. Hoje, quase 700 pessoas respondem a processos relacionados � invas�o.
Trump chegou a ser alvo de um novo julgamento de impeachment, mas acabou inocentado pelo Senado j� depois do fim de seu mandato. Uma tentativa de criar uma comiss�o bipartid�ria de investiga��o tamb�m naufragou por conta da oposi��o dos republicanos - neste cen�rio, a C�mara montou uma comiss�o pr�pria, boicotada por aliados do ex-presidente, que tenta torpedear os trabalhos e chama a investiga��o de "ca�a �s bruxas".
Por isso, ele pediu a todas as pessoas investigadas que se recusassem a colaborar com os trabalhos, como fez Bannon, alegando que todos podem ser beneficiados por uma ferramenta jur�dica chamada de "privil�gio executivo", que permite a altos funcion�rios da Casa Branca n�o revelar determinadas informa��es por motivos de seguran�a nacional. Hoje, o tema est� no centro de uma batalha legal sobre a validade do privil�gio.
Em resposta, os deputados aprovaram, primeiro na comiss�o e depois no plen�rio, o pedido para que o ex-conselheiro de Trump fosse processado por desacato, crime que pode levar a at� um ano de pris�o e pagamento de multa. A partir da�, coube ao secret�rio de Justi�a, Merrick Garland, decidir se aceitava ou n�o o pedido de abertura de processo, e a resposta veio na sexta-feira.
"Desde o meu primeiro dia no cargo, prometi aos funcion�rios do Departamento de Justi�a que, juntos, vamos mostrar ao povo americano, em palavras e atos, que esse departamento segue o Estado de direito, segue os fatos e a lei, e busca uma Justi�a igualit�ria sob a lei", escreveu Garland, em comunicado. "As acusa��es de hoje (sexta-feira) refletem o compromisso firme com esses princ�pios." A defesa de Steve Bannon ainda n�o havia se pronunciado at� a publica��o desta mat�ria. (Com ag�ncias internacionais).