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Estado de Minas INTERNACIONAL

Tr�s meses ap�s fuga do Taleban, afeg�os tentam rein�cio na Europa


22/11/2021 08:15

Quando o Afeganist�o colapsou, a empres�ria Nilofar Ayoubi, de 26 anos, tinha 40 funcion�rios, a maioria mulheres, sob sua dire��o. Dona de neg�cios de tape�aria, decora��o e roupas, Nilofar tamb�m era editora do jornal AsiaTimes e coordenava uma ONG de apoio a mulheres no pa�s. Retirada �s pressas de Cabul, perdeu tudo, e hoje tenta recome�ar a vida na Pol�nia.

Durante os dias de caos no aeroporto de Cabul, afeg�os que conseguiram deixar o pa�s foram considerados de sorte. Tr�s meses depois, a realidade � mais complexa: muitos permanecem em campos de refugiados ou bases militares, sem saber se poder�o permanecer nos pa�ses em que est�o. Outros ainda lutam por vistos. Para alguns, ainda h� a preocupa��o com a fam�lia deixada para tr�s.

No processo de retirada, entre os dias 15 e 30 de agosto, pot�ncias estrangeiras transportaram mais de 120 mil pessoas para fora do pa�s. A Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) estima que, at� o fim do ano, meio milh�o de afeg�os atravessem as fronteiras com os pa�ses vizinhos, Paquist�o e Ir�, que historicamente recebem o maior fluxo de refugiados.

Ativista e feminista, Nilofar era um alvo para o Taleban. Pouco antes do colapso de Cabul, ela come�ou a receber amea�as pelo Twitter.

"Fizeram photoshop e colocaram minha foto em um corpo de uma mulher sendo levada � execu��o pelo Taleban", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo. "Eles disseram 'n�o se preocupe, quanto tomarmos Cabul vamos te matar, voc� n�o voltar� a trabalhar'." Seu escrit�rio e suas propriedades tamb�m foram amea�ados por an�nimos que diziam pertencer ao grupo extremista.

Fuga

Na madrugada de 15 de agosto, Nilofar recebeu a liga��o de uma amiga que havia conseguido fugir para um pa�s seguro. "Ela me disse para deixar o pa�s imediatamente porque eu estava na mira e os assassinatos j� tinham come�ado", conta. "Eu n�o planejava deixar o pa�s. Foi uma decis�o muito dif�cil para mim, mas no fim eu n�o tive escolha por causa dos meus filhos."

Nilofar � m�e de tr�s crian�as, de 5, 3 e 1 ano. Com a tomada de poder, Nilofar, suas contas banc�rias foram confiscadas e suas propriedades, tomadas pelo Taleban. "Agora tudo pertence ao governo e somos os traidores", diz.

Com ajuda de organiza��es internacionais, ela conseguiu fugir, com o marido e os filhos, para a Pol�nia. No pa�s, refugiados podem receber prote��o internacional, que inclui t�tulo de resid�ncia ilimitada e autoriza��o de trabalho. Eles tamb�m ganham cart�es de resid�ncia e um documento de viagem que permite o translado na Uni�o Europeia e outros pa�ses.

Refugiados

Desde a queda de Cabul, o pa�s recebeu 1.137 refugiados afeg�os. Parte deles foi encaminhada para acampamentos de imigrantes, como Nilofar. Por semanas, ela e a fam�lia viveram em um pequeno quarto com roupas de segunda m�o. Durante este tempo, n�o havia certeza de que eles poderiam permanecer na Pol�nia. A espera terminou em meados de setembro, quando, com a ajuda de amigos, a fam�lia conseguiu um apartamento.

Ozair Akbar, de 26 anos, ainda n�o teve a mesma sorte. Alvo do Taleban por trabalhar com v�rias organiza��es internacionais diferentes, o financista conseguiu deixar Cabul no dia 22 de agosto com a ajuda de militares italianos.

"A semana (da tomada do poder) foi terr�vel. Eu n�o sa� de casa", conta. Na noite de 21 de agosto, Ozair recebeu uma liga��o para ele ir ao aeroporto. Ele conseguiu embarcar, mas n�o levou a fam�lia. Desde ent�o, est� na It�lia, onde solicitou perman�ncia. "J� se passaram tr�s meses e ainda estamos esperando."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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