"Frida: Viva la vida" tra�a, por meio da voz e presen�a da atriz Asia Argento, o percurso de uma mulher que reivindicou o M�xico popular e ind�gena e as novas correntes art�sticas em voga na Europa entre guerras.
"Optamos por falar de duas Fridas, uma sobre sua rela��o entre a dor e a arte, e a outra, sua descoberta das ra�zes do M�xico, da import�ncia dessa arte pr�-colombiana em sua obra", explica o diretor do document�rio, Giovanni Troilo, em entrevista por telefone � AFP.
O document�rio aborda a dor f�sica, as opera��es, os tr�s abortos sofridos pela artista e sua capacidade de refletir tudo isso em sua obra, por meio do reaproveitamento de oferendas votivas cat�licas, retratos frontais, l�grimas e sangue.
Tamb�m a onipresen�a de Diego Rivera, o pintor com quem se casou duas vezes, a quem retratou igualmente como amante e como crian�a.
O document�rio mostra fotos e objetos pouco conhecidos, que se encontram nos fundos do Museu Frida Kahlo, a famosa Casa Azul da Cidade do M�xico, que se tornou um dos tr�s museus mais visitados do pa�s.
Destacam-se as imagens que a fot�grafa Lola �lvarez Bravo fez na d�cada de 1930, com Frida acompanhada por Tina Misrachi, filha de um famoso galerista da �poca.
As duas conversam, Frida a beija de leve, e ent�o a artista fecha a porta, olhando direto para a c�mera, sem piscar.
Toda uma declara��o de inten��es de uma mulher que sofreu as constantes infidelidades de Rivera, mas tamb�m desfrutou das suas, com homens e mulheres.
"Depois dessa viagem, tenho a impress�o de que (Frida) sabia muito bem que estava escrevendo seu di�rio, pintando, para n�s, para o futuro", explica Troilo.
Frida e sua bissexualidade tornaram-se uma reivindica��o feminista, embora na opini�o da fot�grafa mexicana Graciela Iturbide, a realidade fosse mais complexa do que parece.
"Ela era uma mulher com muita liberdade, como Diego, para fazer sexo com quem quisesse. Mas sempre, para mim, submissa ao Diego", opina a fot�grafa no document�rio.
Iturbide mostra fotos in�ditas de partes da Casa Azul que permaneceram fechadas por meio s�culo, at� 2004. Quando foram reabertas, como o banheiro, estavam cheias de pertences pessoais de Frida, intactos.
Frida e Diego quebraram os moldes no M�xico dos anos 30 e 40. Ela adotou roupas ind�genas, ele a ideologia comunista, o que n�o o impediu de pintar quadros e murais nos Estados Unidos, muito bem pagos pela elite do pa�s.
D�cadas depois, Frida Kahlo acaba de se tornar a artista latino-americana com as obras negociadas pelos maiores pre�os, com a recente venda em Nova York do autorretrato "Diego y yo" (1949), por quase 35 milh�es de d�lares.
A estreia do document�rio na Fran�a coincide tamb�m com outra grande exposi��o, com um t�tulo muito semelhante "Vida la Frida!", no museu Drente, na cidade holandesa de Assen, com mais de 40 obras.
Objetos do Museu Frida Kahlo e a cole��o de pinturas e desenhos do museu Dolores Olmedo s�o exibidos juntos pela primeira vez.
Publicidade
PARIS
Frida Kahlo, uma obsess�o que quebra recordes e se mant�m viva com imagens in�ditas
Publicidade
